O que Ringo Starr dizia de seu antecessor; "nunca senti que ele fosse um grande baterista"
Por Bruce William
Postado em 06 de novembro de 2025
Nos porões de Hamburgo, muito antes de "Please Please Me" e do Ed Sullivan Show, os Beatles ainda eram outra coisa: John Lennon, Paul McCartney e George Harrison dividiam espaço com Stuart Sutcliffe no baixo e Pete Best na bateria. Foi ali que o grupo testou repertório de Shirelles e Chuck Berry, afiado noite após noite para plateias de marinheiros e donos de bar.
Quando o contrato com a EMI entrou em cena, em 1962, veio também a avaliação fria do produtor George Martin: se o grupo quisesse funcionar no estúdio, precisava de um baterista com melhor domínio de tempo e recursos. Brian Epstein comunicou a decisão a Best. Ringo Starr, então no Rory Storm and the Hurricanes, assumiu o posto.

Ringo conta que já admirava a energia do trio à frente. Em 1981, em conversa com a Modern Drummer resgatada pela Far Out, ele disse: "Eles estavam tocando coisas melhores. Naquela época faziam poucas músicas próprias, mas tocavam faixas antigas ótimas - coisas das Shirelles e do Chuck Berry - e faziam muito bem. Eles tinham um bom estilo." Em seguida, completou: "Não sei... Havia um clima inteiro sobre Paul, George e John."
Esse "clima", para ele, não alcançava a bateria. Ringo então comentou: "E o Pete, sem ofensa, eu nunca senti que ele fosse um grande baterista. Ele tinha meio que um único estilo, que foi muito bom para eles naqueles anos, eu suponho, mas acho que eles sentiram que queriam sair disso."
Era a leitura de quem chegava para empurrar a banda a outro patamar de linguagem rítmica. Mas a transição não foi sem tropeço. O próprio George Martin, desconfiado, chamou o session player Andy White para uma das primeiras sessões na EMI; é White quem aparece em gravações iniciais enquanto Ringo se entrosava no novo contexto de estúdio. Depois disso, a cadeira ficou definida: o som do grupo passou a contar com viradas econômicas, levadas firmes e soluções que serviam à canção - marca registrada de Ringo.
No fim, a "superioridade" que Ringo via em relação a Best tinha pouco a ver com velocidade ou pirotecnia e muito a ver com adequação: os Beatles estavam saindo do circuito de clubes e entrando num ambiente em que consistência, pulse e versatilidade de estúdio viravam critério. Martin quis Andy White para garantir; Ringo provou em sequência que dava conta do recado.
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