Phil Anselmo: Namorada de Dimebag diz que "ele foi o rei da mentira!"

O site 'Metal Monthly' realizou em novembro de 2007 uma entrevista com Rita Haney, namorada de longa data do falecido guitarrista Darrell "Dimebag" Abbott (PANTERA/DAMAGEPLAN), que falou um pouco sobre sua relação com o músico, assassinado em pleno palco durante um show.

Metal Monthly: O que você acha do Phil [Anselmo, ex-vocalista do PANTERA]. Ele é parte do problema ou parte da solução?

Rita: "[Risos] Ele não é mais nosso problema. Mas falando sério, eu acho que as pessoas têm o direito de escolher do que elas gostam ou deixam de gostar. Meus problemas com Anselmo são pessoais e não devem ser de mais ninguém. Se eu pedisse para as pessoas escolherem, então eu não seria muito melhor do que ele. Ele foi por muito tempo o rei de mentiras e manipulação no nosso grupo. Agora eu sei que isso começou com o uso de heroína, mas ele nunca voltou a ser a pessoa que era, e quando ele era essa pessoa — cara, ele mandava bem! Um grande frontman, e eu nunca tentaria dizer algo diferente. Mas eu simplesmente não acredito, ou não acredito mais nele... Eu não consigo!"

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"Quando aquela entrevista da (revista) Metal Hammer saiu com o Philip dizendo que o Dimebag Darrell deveria levar uma surra... e não importa o quanto ele tente desmentir, ele disse isso. Alem de outras coisas. A Metal Hammer enviou o áudio da entrevista pro Vinnie [Paul, irmão de Dimebag e ex- baterista do PANTERA/DAMAGEPLAN] e sim! É a voz do Phil Anselmo. Eu mesma ouvi. Mas depois que isso foi postado no (site americano) Blabbermouth, o Dime me perguntou - e eu pude sentir um nó na garganta dele — 'O que eu fiz pra ele'? E você sabe, eu tive que disfarçar o nó na minha própria garganta, eu odiei vê-lo magoado, e ele me perguntou novamente, 'O que eu fiz pra ele'? E eu lhe disse, 'Nada, baby. Tudo o que você fez foi ama-lo, você é a única pessoa nesse mundo que ele verdadeiramente respeita e ele não consegue te olhar nos olhos... então na mente drogada dele, ele fez de você um inimigo... sem razão alguma... tudo porque ele é um viciado e você não, o que significa que você não faz parte desse mundo' (criado por ele). E sabe, ele disse, 'Talvez você tenha razão, mas eu não posso mais continuar com isso'. Eu sei que a última coisa que o Dime me disse sobre ele (Phil) aquele dia, é que ele estava acabado! Ele nunca mais dividiria novamente um palco com ele! Philip o humilhara e o envergonhara pela última vez! Dime então me disse, 'eu vou escrever uma carta o descartando. Ele não vai mais acabar com a minha paz'!"

"E quando aquele ônibus da turnê chegou em casa e não havia ninguém para descarrega-lo... Foi uma das coisas mais difíceis que tive de fazer, ir lá e empacotar a bagagem dele, mas enquanto eu estava fazendo isso, achei uma carta de duas páginas que o Dime havia escrito sobre o Philip com sua própria letra. Ela diz o que ele havia me contado naquele dia e mais algumas outras coisas sobre o Sr. Anselmo, então no meu coração eu não posso mais acreditar nele... estou cansada. Quando o Dime o perdoar, então eu também o perdoarei... eu tenho que estar com o Dime e seu irmão; pois eu sei que isso é o correto".

Metal Monthly: Muita gente não sabe que o Eddie Van Halen enterrou uma de suas guitarras com o Darrell. Isso é verdade, certo? E umas 20 garrafas de (Whisky) Crown Royal?

Rita: "[Risos] Havia algumas garrafas de (refrigerante) '7 Up' também! Meu garoto adorava Seagram! (companhia de bebidas alcoólicas que inclui o Crown Royal e outros) Mas sim, Vinnie e eu estávamos pensando sobre qual guitarra, e mais ou menos nessa hora o Ed ligou... ele me perguntou no telefone se havia algo que poderia fazer, e eu disse, 'sim, na verdade há... você poderia fazer pra ele uma guitarra, a amarela com listras pretas?' Ele disse: 'você tem certeza que não quer a vermelha-preto-e-branco'? Eu disse, 'Não... Dime me disse que a amarela e preta era ‘a guitarra’! É a que tinha o visual mais foda! Ele sempre achou. Nós tínhamos acabado de ver o VAN HALEN em Midland, Texas, algumas semanas antes e foi a primeira vez que o Dime se encontrou com Eddie Van Halen. Eles passaram um tempo juntos antes e depois do show. O Dime chegou a tocar com o equipamento do Eddie na passagem de som. Ele ficou como uma criança numa loja de doces... a maneira como seus olhos estavam brilhando. Ele me disse mais tarde na limusine - que o Van Halen nos forneceu - 'O quão foda é isso'? Então, ele se inclinou e olhou direto nos meus olhos e disse, 'se eu morresse hoje à noite, não me importaria, porque eu estou completo agora, eu conheci Eddie Van Halen!' E ele tinha um sorriso enorme no rosto... ele estava tão contente!"

"Mas, merda eu fugi do assunto! Eu sou a pior pessoa do mundo pra contar dez histórias ao mesmo tempo! [Risos] Voltando ao Ed... Ele disse, 'OK" e que chegaria em alguns dias. Quando Ed chegou, ele estava com a guitarra, mas não era a guitarra que nós esperávamos... Ele disse pra mim e pro Vinnie que 'O Dime era um original, e apenas os originais merecem a original!' Ele então abriu a case e lá estava... sua (guitarra) original 1979 ainda com um jogo de cordas enferrujadas! Foi demais!! Eu a levei para o Dime e disse, 'Veja, baby, você não conseguiu uma réplica! Você conseguiu A original'. E lhe dei um beijo na testa e coloquei a guitarra junto dele.. Ed foi fantástico e eu ainda o agradeço por isso!"

Metal Monthly: Recentemente você fez uma das tatuagens mais legais que já vi, e foi filmada [para o programa "LA Ink"] enquanto a fazia. Como foi essa experiência?

Rita: "Sabe, eu não fazia uma tattoo há mais de sete anos. Eu estava um pouco nervosa. Eu não sabia como seria a dor naquela região e na mão, mas acredite ou não, foi realmente sossegado... Kat (Von D, tatuadora e apresentadora do programa) é uma artista surpreendente, todos nós sabemos disso, mas ela tem um toque fantástico quando vai tatuar'! Agora eu não vou mentir, doeu quando chegou perto do cotovelo e nas juntas, especialmente naquela parte em cima do pulso! [risos] Mas ficou demais! Eu estou tão orgulhosa dessa tatuagem! O retrato que ela fez é muito sentimental para mim porque (é uma foto) dele se abaixando e me dando um drink no headstock da guitarra, em Chicago no House of Blues. Eu estava no pit dos fotógrafos filmando e Chade Lee, o fotógrafo, estava bem do meu lado tirou a foto. Quando eu olho a tatuagem no espelho e vejo o olhar dele e o sorriso no seu rosto, eu sei que ele estava me olhando... aquele olhar era para mim e me faz sorrir (clique aqui para ver uma foto da tatuagem).

Metal Monthly: Rita, eu sei como esse lance da tv funciona e que eles editam as coisas... Na entrevista do programa ["LA Ink "] você provavelmente disse muita coisa que foi cortada. Há alguma coisa você gostaria de dizer às famílias das outras pessoas que perderam a vida naquela noite trágica?

Rita: "Sim, a entrevista teve duas ou três horas e eles tiraram um pouco o sentido das coisas. Eu só assisti ao programa uma vez, mas, por exemplo, quando eu estou falando sobre como os eventos daquela noite aconteceram... Eles tinham me feito uma pergunta de como eu soube (da notícia), e colocaram esses clipes de como eu descrevi o telefonema entre mim e o Vinnie e o que ele estava me contando naquele momento em particular… antes de nós sabermos de tudo e antes de eu ler a autópsia, então a menos que você ouça a coisa toda, sim, então eu acho que há pessoas por aí que vão tentar transformar isso em qualquer outra coisa".

"Uma coisa que eu quero deixar bem claro, eu não estava lá naquela noite e eu nunca disse que estava. Quando eu disse 'nós', eu estava me referindo a nossa família e organização, eu não quis dizer para pessoas interpretarem isso de forma errônea, e sim, nessas entrevistas eu citei o nome de todos que estavam lá naquela noite terrível... o Eric, Nathan e Mayhem [segurança do DAMAGEPLAN] - e o nome dele é Mayhem, quando falamos no nosso grupo, da mesma maneira que o Kat [técnico de bateria do DAMAGEPLAN] é Kat, e não John Brooks".

"Mas eu não tive controle sobre como o programa foi editado, e eu sinto por essas famílias e suas perdas. Eu odeio que o que nós compartilhamos em vida seja aquela maldita noite. Mas eu não vou representar o Dime de uma maneira amarga. Sim, eu poderia me sentar e ficar brava, apontar para qualquer um que não o salvou. Eu quero dizer, ora... Aconteceu como aconteceu, e não há nada nós possamos fazer para mudar isso agora. Mas sim, por dentro às vezes isso borbulha e tentar sair, mas ele (Dime) não era esse tipo de pessoa, e eu não vou o representar dessa maneira".

"A única coisa que sei que posso fazer é ficar longe disso e compartilhar com outras pessoas o que eu aprendi com ele. O Dime me ensinou muito. Apesar dele ter partido, eu não posso reclamar. Eu só posso agradecer pelo tempo que ele me concedeu! Se eu puder botar um sorriso na cara de alguém, então, sim, eu irei fazer isso! Quando eu lamento por ele, é o meu momento, não de outra pessoa. Eles não tem que lidar com meus fardos ou problemas ou o que eu tenho dentro de mim. O Dime gostava de fazer as pessoas sorrirem e faze-las felizes, então também gosto. Para citar mais uma frase dele, 'Ou você anda com isso, ou isso passará por cima de você'".

"Eu ouvi falar de um post que alguém colocou no MySpace de um dos membros da família das outras vítimas, mas eu não li isso pessoalmente. Eu ouvi que eles falaram do fato de que eu e o Dime não éramos casados e todo tipo de merda sem importância. Não que eu deva alguma explicação para alguém, mas eu não fiz esse lance do casamento/filhos - isso é um assunto meu e deveria permanecer assim, a menos que eu escolha compartilhar isso, entende. É igual religião... Ninguém quer outra pessoa empurrando suas convicções, mas eu não vou me desculpar por algo que eu não tinha controle algum ou não foi minha culpa. Eu não conheço as outras pessoas, com exceção do Mayhem, mas ao ver suas ações e o fato deles terem dado as suas vidas lá para ajudar, eu não acho que eles gostariam de serem representados com tal amargura. E não tenho dizer que sei como os membros das famílias se sentem sobre suas perdas. Eu só sei como eu me sinto e como a minha família se sente! Eu só quero ajudar onde puder. Eu cuido das minhas coisas, sempre cuidei! Nenhum deles nunca entrou em contato comigo... Mas, se há algo que eu possa fazer para ajudar, arrecadar dinheiro ou algo pra caridade, o que quer que seja... então me avisem! Mas eu não vou deixar alguém tentar me fazer sentir como se devesse algo para eles, porque eu não devo e eu não pedi nada em troca também".

"Então minha pergunta é essa: Eu só gostaria de saber como você chegou à conclusão de que isso é minha responsabilidade e de ninguém mais que tenha sido afetado por esta tragédia? Por que eu sou a pessoa que tem de tentar te explicar isso da forma certa? Bem, não há nada certo sobre essa situação e nunca haverá, a menos que essas pessoas que perderam suas vidas naquela noite entrem andando agora mesmo pela porta. Eu quero dar uma saudação para a mãe do Nathan [Bray]. Ela foi o único membro que faz parte da família (das vítimas) que eu tive o privilégio de encontrar e Deus a abençoe!"

Leia a entrevista completa (em inglês), aqui.

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