Pantera: Anselmo fala sobre Dimebag Darrell
Por Karina Detrigiachi
Fonte: Blabbermouth
Postado em 20 de janeiro de 2010
O vocalista Phil Anselmo (ex-PANTERA e atual DOWN) concedeu uma entrevista para a revista Metal Hammer, na qual falou sobre o falecido guitarrista "Dimebag" Darrell e tudo o que ocorreu após sua morte. Abaixo podem ser conferidos alguns trechos da conversa.
Você se lembra exatamente onde estava quando ouviu que Dimebag havia sido baleado no palco?
Anselmo: "Agora eu sei. Eu estava deitado em cima de minha casa. De fato, eu estava dormindo. O telefone tocou, eu atendi e por cerca de dois anos eu não lembrava quem havia me dado a notícia. E acabou... anos mais tarde me lembrei e descobri que era o Rex [Brown, ex-baixista do PANTERA e atual DOWN]... Dois anos depois... eu acho que eu estava drogado, e sim, eu estava deitado em cima da minha casa... Eu estava sentindo muita dor e o que aconteceu em seguida foi a gota d’água."
A Rita [Haney, namorada a muitos anos do Dimebag] disse [durante uma entrevista ao Guitar World em 2008]: "Se o Phil não tivesse desistido do PANTERA, o Darrell não teria tocado naquela merda de lugar onde o cara [Nathan Gale] o acertou." Como você responde a isso?
Anselmo: "Bem, veja... você sabe... Poucas pessoas sabem, e acho que agora todos saberão, eu e a Rita nos encontramos pela primeira vez [depois da morte de Dimebag] em Londres."
Anselmo: "Tudo o que foi dito antes, mais uma vez, você está sentindo dor, uma dor crônica, e a dor pode vir de várias formas – uma dor mental, a dor da alma, a dor do coração... Sabe, a Rita fez o máximo que pode para manter viva a memória do Dimebag e ela não tem vergonha de admitir isso, então, eu a perdôo por qualquer comentário deste tipo.
Sabe, isso não é uma coisa sensata a dizer, necessariamente, mas que remete, a mim quando eu estava sofrendo muito e toda a minha raiva estava voltada para as coisas erradas, com foco em pessoas erradas, ofendendo as pessoas erradas. Eu sou o alvo mais visível e óbvio, mas desde que nós [Rita e eu] conversamos, eu acho que há uma paz entre nós dois. Ela sabe, e eu sei, que há amor entre ela e eu como amigos. Há um tipo diferente de proximidade."
Anselmo: "Quando você toca em uma banda com alguém por tanto tempo, é um casamento. Você acorda ao lado destas pessoas, escova os dentes na mesma pia, defeca na mesma privada ... Você vive com essas pessoas todos os dias, acorrentado pelo tornozelo, por isso, creio eu que ela também entende. E eu a entendo, e foi uma reunião de paz."
Anselmo: "E estes comentários cheios de raiva, estas palavras de ódio que todos leram, apenas os informo que é uma pena que a nossa raiva tenha de ser exposta ao público, porque a raiva é apenas um momento e ela vai passar. E há outras coisas que duram uma vida, e essa é a parte da cura, e é muito melhor e muito mais produtivo nos curarmos juntos, para curar de um mesmo lado, ao invés de um contra o outro, e acho que nós chegamos a esse ponto e, é um ponto muito melhor de se estar."
Você não foi convidado para o funeral do Dimebag. Você acha que isso foi justo?
Anselmo: "Às vezes eu ainda sinto um pouco de raiva e me arrependo um pouco. Às vezes eu sinto que eu simplesmente deveria ter ido ao funeral, porque eu não acho que ninguém teria feito algo de ofensivo contra mim."
Você teria dito alguma coisa?
Anselmo: "Sim, com certeza."
Como o quê?
Anselmo: "Eu não sei. Eu não posso responder essa pergunta porque isso foi naquela época."
Anselmo: "Eu gostaria de ter dito algo que tivesse restringido a boca e a opinião das pessoas e que tivesse nos unido, de modo que nesse dia, aquele triste, triste dia, a partir daquele momento, poderia ter sido uma cura em conjunto, que mais uma vez, ressalto que é algo muito mais produtivo."
Agora você está falando sobre o Vinnie [Paul Abbott, baterista da formação original do PANTERA e irmão do Dimebag]?
Anselmo: "Estou me referindo a todo mundo. Estou me referindo ao Vinnie, estou me referindo a todos da equipe do PANTERA, à equipe de turnê, à Rita, estou me referindo a todos eles, pois eu os amo. Pois estou com 41 anos e eu olho pra trás e vejo que eles são minha família. Eles eram minha família e eu era a deles. Há amor no meu coração. Isso é tudo o que posso dizer."
Então, você claramente lamenta as coisas que foram ditas, como na Metal Hammer, por exemplo, [referindo-se a uma entrevista de 2004, em que Anselmo disse ao Dime, "Fisicamente, é claro, ele merece ser espancado."]?
Anselmo: "Eu lamento pela Metal Hammer ter publicado estas coisas de uma forma na qual soou sério, como uma séria ameaça. Lamento que os entrevistadores, não apenas os entrevistadores da Hammer, mas de várias revistas diferentes, antes mesmo de começar a entrevista... eles me contavam histórias horríveis sobre como Vinnie e Darrell tinham dito isto e aquilo sobre mim, que eles me odiavam e que haviam me difamado e xingado, e eles me deixavam puto antes mesmo da entrevista sequer começar. Lamento ter sido manipulado por esses filhos da puta 'que propositalmente criam intrigas' em troca de nada. Isso é algo que realmente lamento."
Morte de Dimebag Darrell
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