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Metallica: O "retorno morno" em Hardwired... To Self-Destruct

Resenha - Hardwired... To Self-Destruct - Metallica

Por Eduardo Quagliato
Postado em 30 de novembro de 2016

A espera acabou! Depois de mais de 8 anos sem um disco de estúdio novo, o Metallica finalmente "retornou"... Mas de maneira "morna".

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"Retornou" porque na verdade, a banda esteve bem ativa nesse período, tendo feito inúmeras turnês e lançado um filme ("Through The Never"), vários DVDs ao vivo e EPs, além do tenebroso "Lulu" (este em parceria com Lou Reed). Ok, bastante coisa, mas certamente não o suficiente pra justificar um hiato tão grande... Já tinha gente, inclusive, chamando o novo álbum de "Chinese Democracy do Metallica", tamanha a enrolação pra finalizarem "Hardwired... To Self Destruct"!

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E pra entender porque este é um trabalho "morno", vamos direto a alguns breves comentários faixa-a-faixa, pra depois analisar a obra como um todo:

DISCO 1:

1) HARDWIRED: a primeira a ser divulgada, é uma porrada curta e direta. Não reflete o que o álbum é, seja pela sua duração (é disparada a menor música do disco), seja pelo seu ritmo frenético. Um início simples, mas bem positivo!

2) ATLAS, RISE!: a terceira a ganhar um videoclipe, é uma música interessante, complexa, com várias mudanças de andamento e um forte "quê" de NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) - há, inclusive, um trecho em que você quase "ouve" o Iron Maiden tocando!

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3) NOW THAT WE'RE DEAD: poderia perfeitamente estar no Load ou Reload. Mesmo groove, mesmos timbres (principalmente no solo de guitarra), e até os backing vocals lembram os que o ex-baixista Jason Newsted costumava fazer! Bacana, mas não chega a ser um ponto alto.

4) MOTH INTO FLAME: a segunda música a ser divulgada agradou bastante aos fãs, e comigo não foi diferente. Tem uma pegada "old school", com ótimos riffs, e com certeza é uma das melhores do disco.

5) DREAM NO MORE: é outra mais cadenciada e "à la" Load/Reload, principalmente por causa do vocal com efeitos que foram usados em algumas músicas daquela época. Mas não empolga muito...

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6) HALO ON FIRE: o destaque desta faixa é a performance vocal, em que James alterna entre berros furiosos e trechos "limpos" que lembram "The Unforgiven III", do Death Magnetic". É a mais longa do disco e talvez pudesse ser um pouco menor, já que sua extensão acaba levando a comparações com músicas antigas de duração semelhante, como "Master of Puppets", "... And Justice For All" e "All Nightmare Long" - e, em termos de qualidade, apesar de ser boa, "Halo On Fire" perde de todas essas.

DISCO 2:

1) CONFUSION: parece aquelas músicas meio sem sal do miolo do Black Album ou do Load/Reload, sem nenhum grande destaque. Escolha estranha pra abrir um disco...

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2) MANUNKIND: tem uma introdução diferente de baixo (não por acaso, é a única faixa que tem Robert Trujillo como coautor), acompanhado duma guitarra bem limpa pros padrões do Metallica. Na sequência, vira uma música com alguns ritmos quebrados, mas que no fim das contas, também não chama muito a atenção.

3) HERE COMES REVENGE: mais uma com a veia do Load/Reload, porém esta estaria entre as mais pesadas desses discos. Mas... a cota dessa fase neste álbum já deu, né?

4) AM I SAVAGE?: assim como Manunkind, tem uma introdução diferentemente leve. Depois, nota-se uma certa influência do Black Sabbath! É outra com andamento arrastado, o que invariavelmente faz lembrar - DE NOVO - do Load/Reload. Como consequência, a música parece mais um mero preenchimento de espaço...

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5) MURDER ONE: a homenagem a Lemmy, líder do Motorhead falecido em 2015, é maaais uma música com levada cadenciada, porém com um peso extra, bem maior que o das suas semelhantes neste disco. Soa como um misto de Black Sabbath com "The House Jack Built", "King Nothing" e "Poor Twisted Me" (três das músicas mais sombrias do Load).

6) SPIT OUT THE BONE: Kill 'Em All!! Sabe aquela frase "save the best for last"? Pois é. Pra encerrar o álbum, o Metallica escolheu uma porrada tipica das antigas, com palhetadas rápidas, James gritando nervoso e uma passagem em que o baixo tem grande destaque, lembrando o trabalho do saudoso Cliff Burton. O solo tem um trecho com belas guitarras dobradas, e Lars exibe aquela que provavelmente é a sua melhor performance no disco (quero só ver ele tocar isso ao vivo...).

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CONSIDERAÇÕES GERAIS:

Depois de escutar "Hardwired... To Self-Destruct" algumas vezes, a impressão é a de que este é um disco "ok". Ou, como dito anteriormente, "morno". O problema é que passou muito tempo desde o Death Magnetic, então talvez a expectativa por algo que pelo menos estivesse no mesmo nível tenha ficado muito alta; e como faltou um pouco pra chegar lá, foi inevitável ter uma ponta de decepção...

Apesar da capa meio fraca (só eu que consigo enxergar apenas o Lars ali?), convenhamos que este nunca foi um ponto forte do Metallica. Já musicalmente (e é isso que importa!), o novo disco começa promissor, mas vai se perdendo no seu desenrolar e só vem a ressuscitar na última musica. Assim, é notável a diferença entre o disco 1 (melhor) e o 2 (pior).

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Falando em disco duplo, talvez a banda tenha feito um a fim de compensar os mais de 8 anos sem um álbum de estúdio inédito. Porém, isso meio que inevitavelmente acabou resultando em várias músicas medianas, que passam longe de poderem serem consideradas como novos clássicos e têm mais cara de enchimento de linguiça...

Tendo o antecessor Death Magnetic como referência, não é difícil perceber que o disco de 2008 se saiu melhor, por ser mais coeso e intenso. Além disso, ele também foi mais pesado, o que agrada mais aos fãs que preferem o material antigo (eu me incluo entre eles).

Neste que, pelo andar da carruagem, talvez seja o último álbum de estúdio da banda, não sei se a intenção era deliberadamente fazer auto referências à sua carreira, como se fosse uma retrospectiva. Mas, se sim, sinto que os caras podiam ter sugado mais dos primeiros trabalhos ou até mesmo do Death Magnetic, e menos do Load/Reload, já que pelo menos metade das músicas de "Hardwired... To Self-Destruct" parecem tiradas dessa fase. E, embora ela não seja ruim (particularmente gosto bastante do Load!), convenhamos que não é o que a banda tem de melhor.

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Tem dúvidas? Então imagine como seria se todo o novo disco tivesse a pegada de "Spit Out The Bone"...

Certamente por questões financeiras, uma vez que atualmente já não faz muito sentido gastar milhões com um produtor do naipe de Rick Rubin (discos não vendem mais!), a banda optou por voltar ao seu velho estilo de produção, com os próprios Hetfield e Ulrich trabalhando com um engenheiro de som (no caso, Greg Fidelman). Como de costume, deu certo, pois o produto final ficou bem feito, com tudo soando claro e definido.

Quanto às performances individuais, temos:

- Robert Trujillo fazendo o trabalho dele, sem muita coisa a destacar positivamente mas também sem nada a ser depreciado; pelo menos o baixo está audível na maior parte do tempo, o que todos sabemos que não é uma coisa tão comum em se tratando do Metallica pós-Cliff!

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- Lars Ulrich finalmente saiu um pouco do "feijão com arroz", voltando a fazer viradas e criando alguns ritmos interessantes. Ponto pro baixinho dinamarquês, que há muitos anos vinha regredindo de forma impressionante como baterista.

- James Hetfield é o que mais merece elogios, pois, no alto de seus 53 anos de idade, certamente nunca esteve tão versátil como vocalista. Além disso, continua sendo o grande cérebro criativo da banda, co-escrevendo todas as músicas em parceria com Ulrich e sendo 100% responsável pelas letras e riffs.

- Kirk Hammet é o destaque negativo. Faltou inspiração para o guitarrista, que não compôs nenhuma música (aquela história do celular com trocentos riffs perdido lá em 2014 é desculpa esfarrapada, até porque foi noticiado que ele recuperou o aparelho pouco tempo depois), e realmente o uso do wah wah está excessivo. A propósito, eu nunca liguei muito pra esse detalhe, pois para mim, o que importava era que com ou sem esse efeito de guitarra, Kirk sempre foi capaz de criar solos incríveis. Entretanto, devo reconhecer que, desta vez, a coisa passou do ponto, e sua performance ficou muito repetitiva e previsível - tanto é que poucos (ou talvez nenhum) solo neste disco seja memorável.

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NOTA: eu daria 6,5, mas como o Whiplash.net não aceita decimais, pende mais para... 6,0. Passou de ano!

P.S.: por fim, apenas uma curiosidade pessoal. Notei que de pouco mais de 1 ano pra cá, minhas 3 bandas preferidas lançaram discos novos, todos depois de vários anos sem novidades. E a minha ordem de preferência desses trabalhos acabou refletindo exatamente a minha ordem de preferência dessas bandas: primeiro, o glorioso Iron Maiden, que nunca lançou um disco realmente ruim, com o ótimo "The Book of Souls" (leia a minha resenha no link abaixo); segundo, o poderoso mas um tanto irregular Metallica, com este razoável "Hardwired... To Self-Destruct", resenhado nesta oportunidade; e por último, o Red Hot Chili Peppers, que já foi grande mas hoje é medíocre, com o péssimo "The Getaway" (também tem resenha minha no link abaixo)!

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METALLICA - HARDWIRED... TO SELF-DESTRUCT (2016)

Disc One:
1. Hardwired
2. Atlas, Rise!
3. Now That We’re Dead
4. Moth Into Flame
5. Dream No More
6. Halo On Fire

Disc Two:
1. Confusion
2. ManUNkind
3. Here Comes Revenge
4. Am I Savage?
5. Murder One
6. Spit Out The Bone

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Comente: Qual a sua opinião sobre o novo álbum do Metallica? E como ele se encaixa na discografia da banda?

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