Metallica: O som e a fúria do "Hardwired... To Self-Destruct"
Resenha - Hardwired... To Self-Destruct - Metallica
Por Andrew Guilherme Alves
Postado em 29 de novembro de 2016
Nota: 9
O novo álbum da banda norte-americana METALLICA reúne a retumbância de um som furioso com a serenidade. Depois de 8 anos de espera, os fãs esperavam um trabalho de gabarito, esperavam um álbum que aclamasse as suas expectativas e, sem dúvida, isso eles obtiveram, e de sobra com "Hardwired... To Self-Destruct". A junção de comprometimento no novo trabalho da banda é facilmente perceptível, mostrando que os "lords do thrash" não perderam a sua essência de criar músicas vibrantes. O décimo trabalho da banda é contagiante e transpira dedicação, criatividade e sabedoria, pois o álbum mescla o peso e a suavidade.
Ao iniciarmos as audições nos deparamos com uma energia que podemos sentir pulsando em nossas veias, pois ao nosso encontro vem a vibrante "Hardwired". O som da bateria de Lars Ulrich está notável, trazendo um peso e uma raiva há muito contida. A faixa é a mais curta do CD, mas os três minutos mostram a grandeza do Metallica. James Hetfield com toda sua insanidade faz com que todos levantem de suas cadeiras e batam as cabeças ao vento, à caminho da "auto-destruição".
"Atlas, Rise", uma faixa encantadora do início ao fim, só pela junção dos instrumentos em harmonia a faixa já seria incrível, mas com a maestria de James no vocal a faixa mostra toda sua potência. Temos aqui uma aula de riffs que nos remetem aos clássicos do passado e um solo pra lá de empolgante... Um solo revigorante, mostrando do que o grande Kirk Hammet é capaz. "Atlas, Rise" é uma das melhores faixas do novo álbum e uma aula para aqueles que amam Heavy Metal.
Em "Now That We're Dead" temos logo de início um riff "dançante", mas eis que surge um pedal duplo mostrando que a faixa é imponente, porém, a música retorna a um estado "tranquilo". A faixa é melódica, mas sem perder a técnica. Uma música que merece atenção, pois aqui é evidente a mescla do peso com a serenidade. A letra aborda alguns dos temores da humanidade como a morte.
Logo em seguida surge "Moth in the Flame" que possui em sua integridade riffs energizados, velocidade em todos instrumentos está acima da média, e figura entre as melhores.
"Dream No More" é uma decadência em comparação com as faixas anteriores. A música nos transporta para os anos de 1990, quando o Metallica estava em baixa, longe de ser unanimidade. A faixa é confusa, pois se perde entre riffs pesados com um vocal melódico que não atrai, portanto, Dream No More não possui pontos qualitativos.
O primeiro álbum se encerra com a extensa "Halo on Fire". Essa música tem beleza por conseguir puxar o ouvinte, mesmo que sejam mais de oito minutos. Uma música vivaz que finaliza com um teor de "queremos mais".
O segundo álbum abre com a faixa "Confusion" que de confusa não tem nada, pelo contrário, mostra toda sua imponência do início ao fim. Com uma bateria que nos mantém ligados sem perdermos o ritmo. "Confusion" é uma boa faixa e mostra a simplicidade da banda com requintes de crueldade.
"ManUnkind" é uma das faixas que parece algo, mas não é. Começa com um dedilhado calmo dando indícios de que teremos uma super balada pela frente, mas se engana quem esperava algo do tipo, pois o dedilhado persiste por alguns segundos e o peso surge dos abismos mais profundos, entoando o bom e velho Heavy Metal. A conexão dos integrantes na banda é algo de impressionar a todos. Com o magestoso vocal de Hetfield seguimos contagiados e firmes nessa jornada de "destruição". A música tem o efeito de empolgar até os mais "durões". "ManUnkind" é igualmente espetacular à clássicos anteriores.
"Here Comes Revenge" vem a seguir e cumpre o seu papel não sendo ruim, mas também não tem tanto a mostrar. O final fica interessante com a velocidade imposta pela banda, mas é uma música "normal" se tratando de Metallica.
"Am I Savage?" é mais uma música "estranha". Uma música que assim como "Dream No More" não mostra a que veio, talvez a pior do segundo CD, uma música que não estará no gosto da maioria pela confusão que emprega.
"Murder One", essa é muito boa, não só pelo tributo ao grande Lemmy, mas por trazer vida e garra. Quando o ouvinte clica nesta faixa consegue imaginar em alguns momentos as caretas de Hetfield, especialmente quando ouvimos ao final de algumas palavras os clássicos "yeah".
"Spit Out The Bone" é o encerramento de um trabalho que foi bem recebido, mas ainda assim, possui inconsistências em certos pontos. A faixa é veloz do início ao fim, pois a partir daqui todos integrantes já estão mais do que ensandecidos, estão inflamados pelo trabalho realizado. Kirk Hammet retorna com sua habilidade e criatividade se reinventando como poucos, mas não temos solos marcantes como tivemos no passado. Trujillo fez o seu papel, trazendo um belo trabalho com seu instrumento. Mas, como não poderia ser diferente James e Lars são os "ápices" desse belo trabalho. Por oito longos anos de espera, os mestres merecem um retumbante 9, pelo som da fúria que retornou.
James Hetfield (guitar/vocal)
Lars Ulrich (drums)
Kirk Hammet (guitar)
Robert Trujillo (bass)
Álbum One
1.Hardwired
2.Atlas, Rise
3.Now That We're Dead
4.Moth In The Flame
5.Dream No More
6.Halo On Fire
Álbum two
1.Confusion
2.ManUnkind
3.Here Comes Revenge
4.Am I Savage?
5.Murder One
6.Spit Out The Bone
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