Metallica: Então, dê o play e boa viagem!
Resenha - Hardwired... To Self-Destruct - Metallica
Por Carol Maiden
Postado em 17 de novembro de 2016
Nota: 10
Hardwired… To Self-Destruct. Esse sem dúvida foi o nome mais pesquisado e comentado esse ano. Claro, após 8 anos de espera, pois o último álbum lançado pelo METALLICA foi o Death Magnetic em 2008, os fãs e a mídia mundial caíram matando a cada vírgula que a banda divulgava. E a divulgação foi uma pequena tortura para os fãs pois foram apenas 3 faixas divulgadas, em períodos, aumentando a curiosidade do que estaria por vir (e uma sacada genial da banda, deixando a atenção de todos voltada a qual seria o próximo passo e logicamente, mantendo a banda em evidência o tempo todo). Bem, vamos direto ao ponto: falar das faixas desse tão aguardado lançamento.
Hardwired - A primeira a ser divulgada. Veloz, pesada, curta e grossa. O que vem a mente imediatamente é a referência ao "Kill ‘Em All" (1983). Destaque (óbvio) as guitarras e o refrão que gruda na cabeça. Detalhe curioso: Kirk usou 3 pedais Wah-Wah ao mesmo tempo, durante o período de composição em estúdio. Segundo ele, a intenção era fazer algo que ainda não havia tentado, só para ver como seria. Excentricidades a parte, o resultado da faixa de abertura é fantástico.
Atlas, Rise!- Hetfield está mais agressivo nessa. E não no mau sentido. Um timbre um pouco diferente digamos, como se fosse uma mistura de tudo que ele já fez ao longo da carreira do METALLICA, colocado de forma firme, vigorosa e ao mesmo tempo, diferente. Não dá pra deixar de reparar na forte influência do Iron Maiden nas linhas de guitarra.
Now That We’re Dead - Pra começar, Lars Ulrich saiu do básico. Outra faixa com um tempo não tão rápido, porém com riffs de respeito, pesada mas sem exagero. Técnica, harmonia e agressividade na medida. Destaque para as linhas fortes do baixo do Trujillo.
Moth Into Flame - Segunda a ser liberada pela banda. Letra que fala sobre a fama e como ela pode te destruir, então quando você for famoso (a), escute essa letra. Um tanto mais crua porém enérgica. Destaque para o solo, claro, vindo do Kirk Hammett dá pra esperar o quê? Mas nessa há uma pegada beeem mais intensa.
Dream No More - Cadência e peso. A dupla bateria e baixo (a famosa cozinha) merece atenção pois estão em uma sincronia perfeita. Vocal ligeiramente mais ''arrastado'', ousaria dizer que remete um pouco à essência de Sad But True com um toque de ALICE IN CHAINS (não me odeiem por isso, é o que eu escutei).
Halo On Fire - Última faixa... do disco um! Início pesado (a palavra mais lida até agora né, tá pesado o negócio) alguns momentos mais lentos, boas linhas de guitarra, solo bem executado, agressividade no refrão e um desfecho frenético, do tipo ''vamos passar por cima de você''. Varia entre a calmaria e a fúria. Bela maneira de fechar a parte um.
Confusion - Fase dois, vamos lá. Faixa em tempo médio, riffs bem trabalhados. Elementos do And Justice for All (em alguns momentos) porém o baterista vem apresentando um vigor e uma pegada um tanto diferente do que estamos acostumados. Destaque para o backing vocal bem presente.
ManUnkind - Um início com guitarras e baixo mais ''limpos''. Isso não significa calmaria e nem porrada. Há a técnica mais pesada e a harmonia melódica características da banda, porém o vocal trás uma vitalidade que prende quem escuta. É o antigo e o novo em perfeita conexão. A ponte antes do solo merece destaque.
Here Comes Revenge - Versos cadenciados, a música vai crescendo aos poucos. Traços do Load e Reload aplicados de uma maneira melhorada digamos.
Am I Savage? - Uma faixa calma... por trinta segundos. Uma bela influência de BLACK SABBATH aqui. Aquela atmosfera pesada e um tanto melódica de maneira muito bem dosada.
Murder One - Sim, é por causa do Lemmy o nome da faixa. O nome do amplificador usado pelo líder do MOTORHEAD era esse (não direi ex líder pois o Lemmy é um ser imortal e as homenagens e o respeito dos músicos e fãs não me deixam mentir). A faixa começa mais cadenciada, no geral tem um tom sentimental porém mantém o bom e velho peso característico da banda.
Spit Out The Bone - Seguindo a linha ''veloz'' do início do álbum, essa é a famosa paulada rápida e certeira. Os fãs mais agressivos da banda podem não gostar da observação, mas, a bateria foi tão bem executada nessa que nem parece que é o Lars tocando... O baixo com forte presença, solos bem elaborados, trazendo aquela explosão dos primórdios do METALLICA. E com essa curta e grossa faixa, chegamos ao fim do álbum mais aguardado do ano. Lembrando que, a Deluxe Edition do álbum traz mais 14 faixas com versões ao vivo e covers.
Considerações finais: Não há excessos de ''iÊÊÊ'' por parte do Hetfield! Brincadeiras à parte, não tem como emitir aquela ''certeza absoluta'' sobre o trabalho. Não dá para criticar ou elogiar de forma 100% absoluta. Pois não se trata de um trabalho que você desvenda cada detalhe de cara. Desde que o METALLICA começou o processo de divulgação (todo o merchandising, vídeos, informações e etc) surgiram as famosas opiniões dos amantes e odiadores da banda. Até aí, normal. Quando um trabalho é aguardado por tanto tempo e vem de uma banda que faz parte da história do Heavy Metal, caminhamos entre a tênue linha do amor e ódio. Porém falar algo já batendo o martelo sobre ser perfeito ou o pior de todos, é algo impossível. O que posso garantir é que esse álbum não vai ser compreendido à primeira ouvida. É um trabalho complexo, com pontos óbvios de comparação com trabalhos antigos, com trabalhos de outras bandas (até pra quem não tem aquele ouvido apurado vai perceber sim os traços de IRON MAIDEN, BLACK SABBATH, ALICE IN CHAINS... isso mostra influências pessoais dos membros da banda e como aplicar isso sem parecer uma cópia barata). Tem a marca registrada do METALLICA (nossa, jura?!) mas tem algo novo, algo que reflete um amadurecimento de idéias, que foram colocadas para fora de maneira inteligente. Não apenas idéias maduras, mas ao meu ver, músicos maduros e cientes de quem são e o que já fizeram. Talvez seja essa a razão da demora em lançar um novo trabalho, não querer fazer o famoso ''mais do mesmo''.
Como eu disse, inicialmente são opiniões. Para ter certeza se esse será mais um clássico da banda ou apenas mais um álbum normal, só o tempo (e um belo show para ver o desempenho ao vivo) irão dizer. Mas algo se torna inegável ao ouvir esse novo trabalho. O METALLICA é um tanque de guerra. Uma banda imortal. Até quem critica ou se diz um não-fã da banda, reconhece que a vida de um headbanger, em algum momento, inclui os riffs do ''Papa Het''. Enfim, opiniões à parte, recomendo que você escute e absorva atentamente. Então, dê o play e boa viagem!
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