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Feline Melinda: agora hard acessível e levemente metalizado

Resenha - Morning Dew - Feline Melinda

Por Igor Natusch
Postado em 30 de setembro de 2008

Nota: 6 starstarstarstarstarstar

Para muita gente, o nome Feline Melinda não deve significar nada além de uma escolha meio esquisita para batizar uma banda de Metal. Mas esse conjunto italiano conseguiu, de um modo ou de outro, construir uma história – e o lançamento desse novo CD, vinte anos depois da edição do seu primeiro mini-LP, não deixa de ser interessante, se nem tanto pela música, ao menos como curiosidade para os mais interessados nas histórias obscuras do Heavy Metal oitentista.

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Os italianos começaram a tocar na primeira metade dos anos 80, optando por uma sonoridade que mesclava Hard Rock e Heavy Metal. Em 1988, lançaram o mini-LP "The Felines Await You" – que, apesar da produção tosca digna de demotape, conseguiu chamar alguma atenção, e em pouco tempo se tornou um item bastante respeitado pelos entusiastas do período. Porém, a carreira da banda foi bastante errática, e durante quase quinze anos tudo que conseguiram lançar foi esse vinil, algumas aparições em coletâneas e um EP chamado "Living In Europe", editado em 1995 e que acabou tendo uma tiragem ainda mais restrita do que a velha (e hoje raríssima) bolacha de estréia. Foi apenas em 2004 que o Feline Melinda conseguiu editar um CD completo, resgatando boa parte do material no qual tinha trabalhado durante todo esse tempo – e agora, um pouco mais consolidada, consegue editar esse "Morning Dew", por enquanto disponível apenas no Japão e na sua Itália natal.

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E a música dos caras, você me pergunta? Na verdade, "Morning Dew" não chega a lembrar tanto assim o material que os caras faziam no passado distante dos anos 80, sendo evidente a mudança de sonoridade e de direcionamento musical. No agora histórico mini-LP, o Feline Melinda soava veloz, um pouco ingênuo até, e se aproximava um pouco de bandas Speed-Metal-mas-bem-melódicas como o Helloween do "Walls of Jericho" e alguns momentos do Agent Steel – embora, com toda a certeza, muito abaixo do nível de excelência alcançado pelos grupos citados. Mas o Feline Melinda de 2008 é bem diferente – soando, basicamente, como uma banda de Hard Rock bem acessível e levemente ‘metalizado’, com alguns momentos mais enérgicos, mas sem nunca ir longe demais na velocidade ou no peso. Alguns momentos, como "Dangerzone" e as baladas "Woman Without Compromises" e "Love and Hate", são quase impossíveis de comparar com o material "clássico" da banda, uma vez que são muito mais "açucarados" e dramaticamente diferentes, em todos os sentidos, ao que a banda fez nos anos 80.

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Não sejamos injustos: a evolução da banda é evidente, contando com uma musicalidade consideravelmente rica e algumas boas idéias. Músicas como "Skydiver", "Free Your Mind" e a faixa-título são interessantes, e o álbum como um todo longe está de ser uma audição difícil ou demasiado penosa. Porém, "Morning Dew" está a quilômetros de ser um disco realmente empolgante ou mesmo memorável – uma vez que não traz nada de novo, e falta uma força maior nas composições para que elas pudessem, mesmo sem inovar, capturar a atenção do ouvinte por mais do que uma audição. Difícil imaginar alguém realmente se apaixonando por esse disco – e sinceramente, sem ser um saudosista crônico dos anos 80 ou um pouco exigente entusiasta de Hard Rock, isso é virtualmente impossível. Vale uma ouvida, pela curiosidade – mas sem muita expectativa, para não se decepcionar.

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Feline Melinda – Morning Dew (2008)
My Graveyard Productions (Itália)

01. Felines Awakening
02. Forever
03. Skydiver
04. Women Without Compromises
05. If You Need Me (Version 2008)
06. Free Your Mind
07. Dangerzone
08. Love And Hate
09. Turn Me On (Cat Woman)
10. Morning Dew
11. Heart Of Stone

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Sobre Igor Natusch

Igor Natusch é gaúcho, gremista, profissional de vídeo, jornalista, baixista e fã de Heavy Metal desde que se conhece por gente. Viciado no Metal oitentista, em especial NWOBHM, gasta boa parte do seu tempo livre pesquisando sobre bandas da época, tentando ao mesmo tempo não se desligar dos sons e novidades do presente. Apegado ao passado, ainda não tomou coragem para jogar fora suas fitas K7, embora já tenha substituído todas elas por arquivos mp3 há muito tempo. E nunca pintou a barba em toda a sua vida.
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