A melhor música do Queen em termos de guitarra segundo o próprio Brian May
Por André Garcia
Postado em 01 de junho de 2025
Jamais leve a sério um top 10 de bandas de rock da Inglaterra que não inclua em algum lugar o Queen — eternizado por sua inconfundível mistura de hard rock com música clássica. Rock ópera nunca foi tão literal!
Quando o Queen entrou em estúdio para gravar seu terceiro álbum, "Sheer Heart Attack" (1974) eles ainda estavam tentando emplacar. Sem dinheiro para alugar um estúdio por meses (como os Beatles) ou montar um estúdio em seu quarto de hotel (como os Stones), Freddie e companhia tinham que gravar onde desse, quando desse e em toque de caixa.
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Dessa forma, quando Brian May pegou pneumonia no começo da produção, eles não puderam parar. O baterista Roger Taylor foi quebrando um galho na guitarra conforme a gravação prosseguia — algumas delas até ficaram na versão final.
Recuperado, o guitarrista titular chegou nos estágios finais, quando muita coisa já tinha sido definida. Coube a ele prestar sua mágica musical como uma cobertura, como um banho a ouro.
Um ótimo exemplo disso foi a faixa "Killer Queen", o maior destaque do álbum. Conforme publicado pela Far Out Magazine em entrevista para a Vulture Brian May relembrou "Killer Queen" como a melhor música do Queen (em termos de guitarra):
"Eles já tinham gravado [na minha ausência] algumas harmonias de 'Killer Queen' e os vocais do refrão, mas achei que estava muito agressivo, e que não combinava muito com a música. O solo de ‘Killer Queen’ é em três partes. Acho que ninguém tinha tentado algo assim antes. São três linhas que não apenas caminham lado a lado em harmonia, como ainda funcionam como contraponto, se complementando."

"'Killer Queen' para mim é um exemplo perfeito do meu estilo de tocar guitarra. Não é algo super empolgante, pesado ou explosivo, mas combina perfeitamente com a música. Eu amo essa canção como uma obra de arte. É como imaginar uma pintura barroca: cada coisa tem seu espaço e pode ser apreciado de forma clara, sem embolação."
O Queen foi uma das bandas mais influentes e inconfundíveis de todos os tempos, fruto da tensão entre quatro indivíduos que pouco tinham a ver um com o outro. Musicalmente, entretanto, o match entre eles eram simplesmente perfeito:
Freddie Mercury com seu vocal potente, extenso e preciso, dono de um carisma capaz de cativar estádios lotados; o multi guitarrista Brian May, uma sinfonia ambulante, era quem mais gostava de rock pesado, e dominava a sobreposição instrumental como ninguém; o baixista John Deacon, um devoto de Paul McCartney era discreto como um fantasma, mas musicalmente sempre marcava presença com suas melodias dentro da melodia; e o baterista Roger Taylor, dono do maior ego e da voz mais aguda (dois feitos incríveis para alguém que tem na banda Freddie Mercury), combinando o peso e a solidez de John Bonham com a versatilidade e sutileza de Phil Collins.

Se você nunca ouviu Queen, "Killer Queen" é um ótimo ponto de partida.
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