O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias
Resenha - Black Album - Metallica
Por Mateus Ribeiro
Postado em 02 de maio de 2025
Gigante da indústria fonográfica, o Metallica é reconhecido como um dos precursores do thrash metal, gênero caracterizado por músicas velozes e agressivas. Os quatro primeiros trabalhos da banda, aclamados pelos fãs até os dias atuais, trazem faixas que se tornaram verdadeiros hinos atemporais do estilo. "Seek and Destroy", "The Four Horsemen", "Creeping Death", "For Whom the Bell Tolls", "Battery", "Master of Puppets" e "One" são algumas dessas composições.

No seu quinto álbum de estúdio, o Metallica promoveu uma mudança marcante em sua sonoridade. A velocidade característica dos trabalhos anteriores deu lugar a composições mais cadenciadas, mas ainda pesadas e consistentes. Intitulado com o nome da própria banda (e chamado de "Black Album", por conta de sua capa toda preta), o disco foi lançado em agosto de 1991 e marcou para sempre a trajetória do grupo fundado pelo baterista Lars Ulrich e pelo guitarrista e vocalista James Hetfield.
Praticamente uma coletânea de sucessos, "Black Album" apresentou ao mundo uma série de hits que romperam as barreiras do metal e chegaram às rádios e à MTV — algo impensável nos primórdios do grupo. "Enter Sandman" é o maior símbolo dessa virada: com um riff envolvente e refrão pegajoso, tornou-se um verdadeiro fenômeno, acumulando mais de 1 bilhão de reproduções no Spotify. Curiosamente, o baixista Jason Newsted, que gravou a faixa, a achava "cafona".
Outro ponto alto de "Black Album" é a intensa "Sad But True". O produtor Bob Rock, em entrevista ao site Music Radar, comparou a força da música à icônica "Kashmir", do Led Zeppelin. Segundo ele:
"Eles me mostraram a demo e eu disse que achava que era a ‘Kashmir’ dos anos 90. O riff era surpreendente. Que eu saiba, eles nunca tiveram nada tão pesado, tão contundente e poderoso. Ritmicamente, eu poderia dizer que tinha potencial para ser uma música absolutamente esmagadora."
"The Unforgiven" mostra o lado sentimental de James Hetfield. Bela, melancólica e profunda, essa canção radiofônica é tão marcante que até Dave Mustaine, líder do Megadeth e ex-integrante do Metallica, declarou em 2011 (via Blabbermouth) que essa é sua faixa favorita da banda:
"Eu lembro de ouvir essa música quando eu estava conversando com Lars uma vez e disse a ele que essa é minha música favorita de ‘Black Album’ (...). Era ‘The Unforgiven’. Eu gostei porque achei que essa era realmente a primeira vez que eu realmente ouvi James cantar de verdade."
A música mais surpreendente de "Black Album" é a colossal "Nothing Else Matters". Tocante e melódica, essa balada tem como inspiração um tema raro no catálogo musical do Metallica: romance. Aliás, James Hetfield não queria mostrar essa faixa aos seus colegas de banda.
"Inicialmente, eu nem queria tocar [a música] para os caras. Eu pensei que o Metallica só poderia ser nós quatro. São músicas sobre destruir coisas, bater cabeça, sangrar pela multidão, seja lá o que for, desde que não fosse sobre garotas e carros velozes, mesmo que fosse disso que gostássemos. A música era sobre uma namorada na época. Acabou virando uma música muito grande", declarou James à Mojo Magazine em 2008 (via Metal Hammer).
Além das quatro faixas citadas nos parágrafos anteriores, "Black Album" conta com outras peças que merecem reconhecimento. A arrastada e sombria "The God That Failed", "My Friend of Misery" (que mostra o talento de Jason Newsted), a acelerada "Holier Than Thou" e "Of Wolf and Man" são algumas delas.
Pois bem, o Metallica se deu bem com seu disco autointitulado. O trabalho vendeu dezenas de milhões de cópias, emplacou hits e "furou a bolha" do heavy metal, fazendo com que muitas pessoas se aproximassem do estilo.
Depois de "Black Album", o mundo da música pesada nunca mais foi o mesmo. O Metallica também não, mas isso é assunto pra outro momento. Agora, é hora de apertar o play e curtir essa obra-prima.
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