Resenha - St. Anger - Metallica
Por Rafael Carnovale
Postado em 08 de junho de 2003
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Desde 1996, quando o Metallica lançou "LOAD", quebrando um hiato de cinco anos sem material inédito, cada lançamento da banda tornou-se um poço de expectativas. O mesmo aconteceu com "RELOAD" em 1997 e com "GARAGE INC" e "S&M". A banda se especializou em deixar os fãs malucos, ansiosos para saber o que este quarteto estaria aprontando. E neste novo cd, que sai após seis anos sem material inédito próprio (tirando as inéditas presentes no cd "S&M") a situação não foi nada diferente. Talvez até pior.
Primeiro a banda perdeu o baixista Jason Newsted, que abandonou ou foi abandonado o/do barco por diferenças musicais. Depois, quando ainda se encontravam na fase de composição, o guitarrista/vocalista James Hetfield precisou se afastar para tratar-se de um problema de alcoolismo crônico. E no meio disso tudo a banda ia dando forma a este novo cd. Com o retorno de Hetfield, as coisas começaram a tomar forma e a banda, ainda sem baixista, entrou em estúdio. Após a gravação do cd, que se estendeu por 2002, Robert Trujillo (Suicidal Tendencies, Ozzy Ousborne) foi anunciado como o novo baixista. Agora, "St.Anger" está saindo no mundo todo e fica uma questão: como estaria esse novo Metallica?
A resposta: pesado! Para começar, não há baladas em "St. Anger". "Frantic" que abre o cd, é uma porrada na cabeça de qualquer fã que ache que a banda se vendeu ao "mainstream". Riffs pesados, uma bateria muito alta (a produção do cd ficou muito estranha, parecendo que foi gravado em uma garagem, com som abafado e guitarras baixas) mostram que a banda não está para brincadeiras. "St.Anger", o primeiro single e vídeo-clipe, é um exemplo de como a banda está mudada. Há flertes com o new-metal, guitarras e bateria tipicamente hardcore, e vocais calmos e agressivos ao mesmo tempo. O mesmo acontece em "Some Kind of Monster", com uma levada super cadenciada e ao mesmo tempo com flertes explícitos com o hardcore, com seus nove minutos de pura pancadaria.
"Dirty Window" começa com a bateria furiosa de Lars Ulrich (faz tempo que ele não tocava desse jeito) e se mostra um hardcore furioso, com Hetfield berrando no vocal, com uma performance bem superior ao fiapo de voz que ele vinha apresentando nos últimos cd’s... uma candidata a melhor do cd. Mas como o Metallica resolveu misturar tudo, no meio aparecem quebras de andamento e momentos mais lentos que lembram muito o new-metal.
Todas as faixas de "St. Anger" na verdade não podem ser definidas em um único estilo, pois a cada momento você pode escutar um trecho veloz, seguido de uma levada mais cadenciada e logo depois um momento mais melódico. "Invisible Kid" é um exemplo disso. A música começa como um típico heavy metal e desemboca no que costumaram chamar de "Stoner Metal" (o som que o Black Sabbath ajudou a criar nos anos 70). "My World" é outra música aonde o "Stoner Metal" se faz presente, com James berrando "It’s My World Now". Aliás, o Metallica nunca soou tão Black Sabbath quanto nessa faixa. Os fãs mais radicais irão com certeza torcer o nariz para "Shoot me Again", que mescla elementos de new-metal com stoner e hardcore cadenciado, com vocais cheios de efeitos. Assim como torcerão também para "Sweet Amber", aonde o Metallica de novo mistura vários elementos musicais e cria uma salada que engloba hardcore, heavy, stoner e new-metal.
O resto do cd segue a mesma tônica, com destaque para a levada super cadenciada de "The Unnmaed Feeling" (uma das mais pesadas por sinal), o hardcore assumidíssimo de "Purify" (quase saído de um cd do Agnostic Front) e os quase 10 minutos de "All Within My Hands", que soa como um new-metal misturado com thrash metal (os vocais de James, auxiliado pelos grandes backings de Kirk Hammett), criando um grande momento para a banda.
Falar que "St.Anger" é o cd mais pesado da carreira do Metallica é um erro grosseiro, já que ele não pode ser comparado aos demais cd’s da banda, pela diferença de estilos. Mas que é pesadíssimo, brutal e agressivo isso é. Novamente o Metallica dá uma guinada em sua carreira e se re-inventa, pelo menos desta vez com um som bem mais pesado e agressivo. Vale a pena comprar. Mas não é um cd de audição fácil.... você vai precisar ouvi-lo uma dezena de vezes para dizer se gosta ou odeia. Detalhe... há pouquíssimos solos no cd, e arrisco dizer, nenhum solo realmente digno do talento de Kirk. Tudo a favor do peso.
Obs: A primeira tiragem de "St. Anger" vem com um DVD de 81 minutos com a banda completa, incluindo o baixista Rob Trujillo, ensaiando as 11 músicas de "St.Anger". Ficou muito bem feito, com qualidade de som e imagens impecável, aonde Rob se mostra um monstro na agitação e a banda despeja fúria (ou para os mais radicais, se mostram grandes atores).
Line Up:
James Hetfield – Guitarras,Vocal
Kirk Hammett – Guitarras, Vocal
Robert Trujillo – Baixo (o baixo do cd ficou a cargo do produtor Bob Rock)
Lars Ulrich – Bateria
Lançado pela Universal em junho de 2003.
Outras resenhas de St. Anger - Metallica
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Ouça "Nothin'" e "Atlas", novas músicas do Guns N' Roses
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
Sacred Reich anuncia o brasileiro Eduardo Baldo como novo baterista
Robert Plant acrescenta o Rio de Janeiro à turnê brasileira em 2026
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O hit de Cazuza que letra do refrão original era "forte demais" e ele concordou em alterar
A brutal diferença de tocar com Paul Stanley, Pink e Christina Aguilera, segundo brasileiro
O álbum que David Gilmour gravou contra a vontade, mas ele não viu outra alternativa


Discos e Histórias: a raiva caótica e o quase fim do Metallica em St. Anger
Os 20 anos de "St. Anger", o pior disco do Metallica e um dos maiores vexames da história
Chuck Billy se inspira em James Hetfield sempre que vai compor para o Testament
Para John Bush, Metallica tomou o caminho certo com o "Black Album"
O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
A segunda música mais ouvida do Metallica em cada álbum de estúdio no Spotify
As quatro músicas do Metallica que James Hetfield considera suas favoritas
Poppy fala sobre Metallica, Judas Priest, Linkin Park, Amy Lee e perigos do TikTok
James Hetfield, do Metallica, diz que tem o melhor emprego do mundo
O selo de qualidade que o Metallica deu ao Scorpions, segundo Rudolf Schenker
James Hetfield revela como se sente sendo James Hetfield, do Metallica
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



