Steve Vai: resenha do show em SP no Minuto HM
Resenha - Steve Vai (Citibank Hall, São Paulo, 08/12/2013)
Por Eduardo dutecnic
Fonte: Minuto HM
Postado em 15 de dezembro de 2013
Quem tem mais de 40 anos e não se lembra do filme "A Encruzilhada" (Crossroads) da década de 80 em que o nosso "Karatê Kid" Ralph Macchio enfrentava em um duelo nervoso de guitarras com o então "guitarrista do inferno" Steve Vai? É claro que sua grandiosidade como artista foi - e Vai com perdão do trocadilho – muito além dessa participação. Como nunca fui fã de Zappa e Alcatraz, digo com certeza que minhas passagens preferidas foram suas participações nos headliners com Dave "Diamond" Lee Roth ao lado de Greg Bissonette e Billy Sheehan e a sua multiplatinada participação na formação do Whitesnake e sua guitarra em formato de coração com double neck. Pois ele mesmo, em carne e osso – e uns passinhos de dança – esteve neste último domingo no palco do então rebatizado Citibank Hall para mais uma apresentação em solo paulistano mostrando por que ainda é um dos melhores de sua geração, apresentando a turnê do seu novo trabalho, "The Story of Light".
Por Rolfdio e Eduardo Bianchi Rolim
Como foi falado, a disponibilidade de lugares para o show mudou na casa e a pista, outrora generosa, estava abrigando cadeiras numeradas que foram muito bem ocupadas pelo público presente – a disposição de pista e cadeiras muda de acordo com o tipo de show. Eram 19h49 – 10 minutes antes do início previsto do show – e a pista, que estava configurada pela metade, não estava nem pela metade ocupada. Mas os 15 minutos que se seguiram foram um alívio: a casa encheu suficiente para fazer bonito ao visitante com um público repleto de pessoas com camisas de Rush, Jimi Hendrix e Dream Theater.
Vai entrou no palco às 20h10 trazendo um lineup extremamente competente como era de se esperar: Philip Bynoe no baixo, tocando na maior parte do show com um Music Man de 6 cordas - Dave Weiner na guitarra (base?) que fez um solo de violão alternando entre batidas e levadas muito bem elaborado em sua apresentação solo no show, com direito ao Steve Vai anunciando o seu material solo nas mesas de merchandising, e Jeremy Colson na bateria, que mostrou muita garra, disposição e precisão. Em uma determinada parte do show, Colson trouxe pro palco uma proposta de bateria-percurssão feita de materiais pouco convencionais como cones de sinalização, sinalização de limpeza "cuidado" e o que pareciam ser latas dispostas em um rack que é empurrado para o palco feito uma alegoria de escola de samba. Não me empolgou muito e tão pouco o público presente. Colson toca com um kit de bateria "mínimo", digamos assim, e foi, de longe, o mais simples dos músicos, não demonstrando um virtuosismo diferenciado comparado ao resto da banda. Sem dúvida fez muito bonito, ainda mais se tratando de um público mais atento aos instrumentos de cordas.
Vai falou bastante com o público que foi bastante receptivo. Após executar Tender Surrender, o equipamento de Vai apresentou um problema e disse ao público "vocês me fizeram tocar de forma tão louca, que meu equipamento quebrou". Foram 5 minutos a 8 minutos aproximadamente de espera até que os roadies resolvessem algum problema em seus, digamos assim, "pedais de efeito". Acho que esse termo "pedal" deve ter ficado pejorativo, dado a evolução tecnológica que os efeitos sofreram ao longo de décadas, mas acho que para os coroas como eu, isso nunca vai deixar de ser "pedaleira".
O show teve um set acústico grande e espero que o público tenha gostado. Para mim, foi grande demais e poderia ser sido facilmente reduzido pela metade. Vai cantou e mostrou o que se esperava com o violão e encheu um pouco os meus pacovas, incitando alguns a gritar "toca Raul" algumas vezes! No mais, no decorrer de mais de horas de show, Vai desfilou suas guitarras signatures – grande destaque fica para a guitarra "Mojo" com efeitos visuais com leds azuis que, após seu set acústico, compôs bem seu visual "Kraftwerk" com uma roupa repleta de leds e efeitos visuais de dar inveja a qualquer artista Techno – e destruiu trazendo composições extremamente elaboradas, riffs pesados, blues, uma catarse de solos absurdos, bends inalcançáveis, alavancas pra todo lado – amo muito!!! - e um carisma natural como poucos demonstraram.
No mais, o resto é chover no molhado: Vai é um músico extraordinário e esperamos poder vê-lo mais vezes por aqui. A julgar pela resposta do público brasileiro, fica quase uma certeza de que ele estará sempre por aqui nos prestigiando com seu virtuosismo e talento no instrumento que é o topo da cadeia alimentar do nosso Heavy Metal de cada dia.
Para ver mais vídeos do show e o setlist completo, acesse a matéria original no Minuto HM:
http://minutohm.com/2013/12/10/cobertura-minuto-hm-steve-vai-em-sp-parte-2-resenha/
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