Steve Vai: Impossível ficar indiferente ao talento e criatividade
Resenha - Steve Vai (Citibank Hall, São Paulo, 08/12/2013)
Por Doctor Robert
Postado em 13 de dezembro de 2013
O que mais falta falar sobre Steve Vai? Constantemente lembrado como um dos maiores guitarristas da história, o músico norte-americano parece ter se tornado uma espécie de entidade acima do bem e do mal. Ausência sentida na última versão do G3 que passou pelo nosso país, Steve voltou ao Brasil dando continuidade à sua bem sucedida turnê de divulgação do excelente álbum "The Story Of Light", e apresentou ao público exatamente o que se esperava dele: um desfile de arranjos, riffs, solos, frases e tudo mais que se pode atribuir a um guitarrista. "That’s Steve Vai, what a nice little boy"...
Dono de técnica primorosa, Vai se enquadra perfeitamente naquele tipo de analogia que se faz ao dizer que "a guitarra é uma extensão de seu corpo, como se músico e instrumento fossem uma coisa só", tamanha a sinergia entre ambos. Durante as quase duas horas e meia de show, o cara toca guitarra à sua maneira peculiar, como se tivesse milhares de dedos nas mãos, além de suas "coreografias", dançando ("às vezes não consigo me controlar, e me sinto como o Prince"), virando o instrumento para as costas, para o alto, tocando com a língua, quase arrancando a alavanca de sua Floyd Rose... Steve explora todas as possibilidades de seu instrumento e equipamento com tanta empolgação que ao final de "Tender Surrender", foi preciso uma intervenção emergencial de seu roadie Thomas (devidamente saudado pelo público) para que seus pedais voltassem a funcionar...
Ok, sempre existirão os "mais românticos" que acham Steve Vai puro exibicionismo e malabarismo, que já não se fazem mais guitarristas como David Gilmour e Eric Clapton (mestres, inegavelmente), mas é impossível ficar indiferente ao seu talento e criatividade. E para os que teimam em dizer que ele não tem "feeling", basta uma audição em "Sisters" e "Frank" (bela homenagem a Frank Zappa), que foram executadas naquela noite.
O repertório, aliás, foi daqueles que agradam a todos, pinçando alguns dos melhores momentos de seu último trabalho, como "Racing The World" e "Velorum", que abriram a apresentação, passando por temas mais conhecidos de seus trabalhos anteriores ("Building The Church", com a já tradicional guitarra de leds azuis, "Whispering a Prayer", além de trechos de "Fire Garden Suite") e, claro, culminando em clássicos de sua carreira. E aí, dá-lhe "Answers", "The Animal", "The Audience is Listening" (onde dá até dó de ver a fúria com que Steve pisoteia seu Wah-Wah) e, claro, a imprescindível "For The Love Of God".
Houve tempo ainda para Dave Weiner apresentar sua composição "The Trillium’s Launch", além de um set acústico nos mesmos moldes que se viu no DVD "Where The Wild Things Are", com Steve sendo acompanhado pelo baterista Jeremy Colson e seu kit nada convencional... Desta vez o batera apareceu armado com pedaços de canos de PVC, cones, tambores de metal e o escambau, em cima de um carrinho de rodas, saudando a galera brasileira gritando "Sepultura!". Após o solo de bateria, vem "The Ultra Zone", onde Steve surge em um palco escuro com trajes cheios de luzes, como se trouxesse o que Peter Gabriel fazia em sua fase Genesis para o Século XXI. Extasiado com o público, Steve chegou a falar que iria propor para Joe Satriani que eles voltassem com o G3 para cá em breve...
Outra grande novidade desta turnê fica por conta do momento em que Steve chama alguém da platéia ao palco para ajuda-los a "construir uma música" (número chamado de "Build Me A Song"), que também se fez presente em São Paulo. Os escolhidos da noite, Aline e Pedro, geraram muitas dores de cotovelo em quem daria sua alma para estar ao lado do ídolo, que prontamente tirou uma foto junto à fã. Divertindo-se até com o fato de a garota não saber inglês ("Ela não tem a mínima ideia do que eu estou falando", dirigindo-se ao público), Vai chegou até a arranhar um português ao indicar as cadeiras ao lado do palco para ela sentar ("Senta-se aqui..."), e ainda a deixou empunhar sua guitarra durante o encerramento, que trouxe a parte final e mais pesada da "Fire Garden Suite" ("Taurus Bulba"), onde o guitarrista apresenta sua camisa da seleção brasileira com seu nome às costas e o emblemático número 7.
A banda que acompanha Steve também dispensa apresentações. Dave Weiner na guitarra e teclados já é velho conhecido de seus fãs, assim como o baterista Jeremy Colson (ambos já o acompanham há uns bons anos). Quem retornou ao lineup foi o baixista Phillip Bynoe, que acompanhou Steve nas turnês de "Fire Garden" e "Ultra Zone".
Curiosamente, Steve Vai foi o primeiro show internacional que este resenhista teve a oportunidade de assistir, lá no longínquo 1997, na finada casa de shows Olympia. Seria esse o encerramento de um ciclo? Que nada... 2014 já começa com Marillion e Muse na agenda, talvez um Metallica, além de outras promessas e sonhos que começam a se construir (quem sabe The Who, Genesis...). Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...
Banda:
Steve Vai - Guitarras, violão e vocais
Dave Weiner - Guitarras, violão, teclado, cítara elétrica
Phillip Bynoe - Baixo
Jeremy Colson - Bateria, percussão
Setlist:
Racing the World
Velorum
Building the Church
Tender Surrender
Gravity Storm
The Trillium's Launch (Dave Weiner)
Weeping China Doll
Answers
The Animal
Whispering a Prayer
The Audience Is Listening
The Moon and I / Rescue Me or Bury Me
Sisters / Salamanders in the Sun
Treasure Island / Fire Garden Suite II - Pusa Road
Solo de Bateria
The Ultra Zone
Frank
Build Me a Song
For the Love of God
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Bis
Fire Garden Suite IV - Taurus Bulba
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