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Metallica: Heavy belo e grandioso no segundo show em SP

Resenha - Metallica (Morumbi, São Paulo, 31/01/2010)

Por Pedro Zambarda de Araújo
Fonte: Bola da Foca
Postado em 05 de fevereiro de 2010

Variando das faixas "A-Lex", "Moloko Mesto" e "Sepulnation", o som do Sepultura, às 19h do último domingo, dia 31 de janeiro, estava baixo em comparação com outros concertos da banda. No entanto, o Morumbi tremeu com os pulos das pessoas ao som de "Roots Bloody Roots". Mesmo enfrentando muitas horas na fila, sob sol forte, e a chuva que apertou durante a performance de Andreas Kisser, Derrick Green, Jean Dolabella e Paulo Jr, os fãs do Metallica encararam a abertura com muita energia, mas guardando os gritos e a vibração mais extrema para a atração principal.

Quem é fã de Metallica deveria ter ido na apresentação de São Paulo nesse dia. Não há muitos contras a esse show. Eles cancelaram show em 2003 e mancaram com os fãs? Mancaram. Certos álbuns dessa banda pesada são considerados ruins pelos próprios fãs? São. Mas essa apresentação mostrou como eles souberam envelhecer, resgatar clássicos, explodir fogos de artifício e aproveitar completamente três telões que causam inveja a qualquer exibição full HD no DVD de sua casa, com Home Theater.

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O palco possuía duas arenas laterais, uma central (onde o baterista Lars Ulrich permanecia em sua bateria Tama) e uma superior, na frente de um enorme telão. "Creeping Death" abriu o show atrasado em 15 minutos, quase às 21h. A empolgação da banda e o som equalizado dos instrumentos causavam êxtase nos presentes. Em seguida, veio a surpresa: "Ride The Lighting". Um repertório que honraria o novo "Death Magnetic", mas dando ênfase a carreira clássica da banda, estava por vir.

"Fuel" abriu a pirotecnia da atração, com labaredas de fogo surgindo ao longo do estádio do Morumbi. A banda tocava empolgada e a platéia aumentou o coro de vozes em "Sad But True". Acompanhada por um violão, e mais pesada do que na versão original, "The Unforgiven" contagiou os fãs do álbum preto. James Hetfield perguntou em seguida para a platéia sua opinião sobre o CD "Death Magnetic". A maioria não pulou muito na sequência das novas "That Was Just Your Life"/"The End Of The Line", mas estavam todos concentrados em ver a banda. "Welcome Home (Sanitarium)" novamente chamou os fãs de tempos antigos.

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A ritmada "Cyanide" de "Death Magnetic" foi seguida por "My Apocalypse", que sintetiza o novo material do Metallica e se assemelha a clássicos como "Master Of Puppets", apesar de ter menos trechos melódicos. O show de fogos e labaredas voltou na introdução de "One", simulando um clima de campo de guerra. Os telões exibiram todos os membros da banda em preto e branco, dando toda a roupagem e o clima das letras.

A canção mais bela do heavy metal, segundo Ozzy Osbourne, "Master Of Puppets", foi emendada inesperadamente em seguida de "One", com James ajoelhado e de costas para a platéia. Notava-se o vigor restabelecido de Lars Ulrich, executando a música no tempo certo. "Fight Fire With Fire" resgatou os fãs da fase mais thrash da banda, com muito empurra-empurra, enquanto "Nothing Else Matters" caiu nas graças do coro de vozes. "Enter Sandman" pareceu ser a finalização ideal para o show.

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O cover de Diamond Head, "Helpless", soou pouco familiar para muitas pessoas presentes, mas outros aproveitaram essa música selecionada entre os covers da banda. "Hit The Lights", apesar de soar diferente no vocal atual de Hetfield, mais grave do que na gravação, contagiou todos, até os que já estavam cansados. "Go home" dizia Lars Ulrich assim que a música terminou. Mas veio mais: "Seek and Destroy". Os brasileiros tiveram ao longo da noite um set impecável, com uma banda que está aprendendo como envelhecer, sem perder as origens.

Os solos de Kirk Hammet abusaram de wah-wah sem soarem sujos, contagiando os fanáticos por guitarra. Bob Trujillo espancou o contrabaixo e girou com energia, com uma presença de palco notável. Milhares de palhetas foram atiradas para os presentes, assim como baquetas. O Metallica prometeu voltar em breve. Depois de tudo isso, quais foram os contras? O Morumbi mais vazio do que no dia 30. Quem não foi, deveria estar nesses locais vazios. Só isso.

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Sobre Pedro Zambarda de Araújo

Nascido em 1989. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, Pedro foi apresentado ao heavy metal através da banda Blind Guardian, em meados de 2004. Ouve e aprecia outros estilos do rock, como o punk, o indie e vertentes mais variadas. Gosta de assistir e cobrir shows.Toca muito mal guitarra, mas aprecia vários tipos de instrumentos musicais.
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