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Racismo: Gritar "Black Power" não é a mesma coisa que gritar "White Power"

Por Aloysio França
Fonte: MEGALOMANIA-METAL
Postado em 01 de fevereiro de 2016

Por que podemos enaltecer o Black Power e não o White Power?

Ao contrário do que muitos afirmaram durante os polêmicos debates sobre o gesto controverso de Philip Anselmo no Dimebash de 2016, gritar Black Power não é nem de longe a mesma coisa que White Power. Existe uma diferença muito grande e vamos descobrir o motivo.

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Comecemos trazendo dois pontos da história dos Estados Unidos. Serei o mais breve possível.

1- Guerra Civil Americana:

Após a Segunda Revolução Industrial na Europa, entre 1850 e 1860, houve um candidato à presidência dos EUA chamado Abraham Lincoln que almejava o desenvolvimento industrial em todo o território americano. Isso incomodou alguns estados que viviam da economia agrícola, e por consequência, da escravidão como recurso fundamental dessa economia. Esses estados se uniram em um movimento separatista contra a industrialização e contra o fim da escravidão negra. Essa turminha era chamada de Confederação, ou Estados Confederados, e era composta por Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississipi e depois Texas. Quando Lincoln finalmente se tornou presidente, foi declarada a guerra da Confederação contra o resto dos EUA. É a famosa Guerra da Secessão, ou Guerra Civil Americana. A Confederação perdeu e a escravidão negra finalmente foi ilegalizada e abolida no país.

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2 - O Movimento Black Power:

Após o fim da escravidão nos EUA os negros não foram simplesmente se misturando com resto da população. Os americanos, principalmente os que pertenciam àqueles estados do sul, a antiga Confederação, não toleravam a presença de negros. O negros, embora livres, eram maltratados, marginalizados, humilhados em público e completamente segregados. Eles não podiam usar os mesmos banheiros que os brancos, não podiam frequentar os mesmos lugares como escolas, transportes públicos e estabelecimentos em geral. O negro era visto como um bicho pelos brancos. Organizações racistas foram criadas nessa época com o objetivo de pregar a supremacia branca, como a Ku Klux Klan por exemplo.

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O movimento Black Power apareceu no final da década de 1960 com o objetivo de promover movimentos culturais negros. Isso foi uma forma de auto-afirmação do negro. Uma forma de se valorizar e mostrar que são tão humanos quanto qualquer branco, porque estavam cansados de serem inferiorizados pelos racistas. Foi um movimento importante na busca pela igualdade, e pelos direitos civis dos negros. Mas o objetivo AINDA não foi atingido.

Até hoje os negros são marginalizados e discriminados nos EUA, sobretudo no Sul, onde ainda vive o sentimento separatista da Confederação, e os negros são maltratados, agredidos e mortos. A expressão Black Power ainda precisa existir. Ainda se faz necessário algo que levante a cabeça dos negros perante as dificuldades geradas pelo racismo no dia a dia.

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Todas as comunidades que são marginalizadas pela sociedade buscam criar movimentos que exponham o seu orgulho e a sua humanidade. Isso acontece também com grupos indígenas, imigrantes latinos, LGBTs, mulheres… É uma luta justa - e por que não dizer DIGNA - por direitos iguais.

E quanto ao White Power?

White Power é o nome dado a grupos simpatizantes do neonazismo e da supremacia branca. Existem no mundo inteiro com certas variações ideológicas. No caso do sul dos EUA existe o grupo White Power cujos membros são admiradores dos Skinheads alemães e eventualmente exercem atividades de agressão física a negros e imigrantes. Estes grupos estão diminuindo aos poucos e suas atividades estão menos constantes, mas o espírito White Power ainda vive em muitas pessoas que sonham em criar um mundo "purificado" pela raça branca supostamente superior.

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Agora vamos juntar Philip Anselmo, a Confederação, o Black Power e o White Power em um único contexto.

Philip Anselmo é um ídolo do Heavy Metal e uma figura fortemente admirada por uma comunidade que, mais do que qualquer outra, tem muito orgulho do gênero musical que ouve. Está imortalizado graças aos feitios do Pantera nos anos 90.

Quando uma figura icônica como Philip Anselmo grita publicamente White Power enquanto faz a saudação nazista, dá uma força renovada para os grupos declaradamente racistas e seus simpatizantes. Fazendo isso Phil revigora o racismo que foi combatido às custas de tanto suor e sangue e se torna um símbolo para o movimento White Power. Um símbolo vivo e que não tem medo de enfrentar críticas. Torna-se um verdadeiro líder.

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Ao mesmo tempo, joga anos e anos de luta pela igualdade negra no ralo!

Não podemos ignorar também o fato de que Philip Anselmo é reconhecido internacionalmente e graças a este último evento a força racista vai se ouriçar no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil.

Já vimos muitos indícios de racismo no Pantera. O amor declarado à bandeira dos Estados Confederados e o próprio espírito separatista exacerbado como pudemos ver em seu quarto álbum, The Great Southern Trendkill (Os grandes Matadores do Sul), além de outras declarações abertas feitas há muito tempo que foram deixadas pra lá. Phil em uma entrevista antiga disse que tinha muito orgulho da cor de sua pele. Não me parece coincidência que todos os integrantes do Pantera tenham nascido nos estados que pertenciam à Confederação. Me esforço para não generalizar, mas os casos de agressões e assassinatos sob a ideologia da bandeira separatista não são raros naquela região.

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Ninguém poderia estar mais desapontado do que eu, que sempre fui um grande admirador da banda. O único pôster que tive na parede do meu quarto na minha juventude foi o de Dimebag. Naquela época eu não tinha o mínimo de educação necessária para compreender os problemas que a banda carregava.

Então vamos refazer a pergunta. Por que podemos enaltecer o Black Power e não o White Power?

O Black Power é um movimento que busca uma igualdade ainda não conquistada pelos negros. Atua levantando a auto-estima de quem sempre esteve por baixo.

O White Power é um movimento que busca aniquilar qualquer raça que não seja a branca. Prega o pensamento de que brancos são superiores e que devem prevalecer.

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Ainda preciso responder a pergunta?

Quero esclarecer também que o combate ao racismo é um dever de todos. É uma luta protagonizada por negros, que deve ser apoiada por brancos. O fato de eu ser branco não me impede de adotar uma postura de apoio aos negros, para que um dia tenhamos uma sociedade mais justa. Além da empatia pelo próximo que deve ser exercitada, devemos pensar que todos temos a ganhar nesta luta. Entre os negros excluídos e marginalizados existem inúmeros líderes em potencial, intelectuais em potencial, mentes brilhantes em potencial, que poderiam estar produzindo para o desenvolvimento do todo, mas não estão porque existem dificuldades incomparáveis em sua trajetória de ascensão.

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Portanto quando alguém como Philip Anselmo e seus seguidores tentam propagar ideias racistas devem ser duramente criticados. Nem de brincadeira esta atitude seria aceitável. É preciso mostrar que existe resistência e que este tipo de postura não será mais tolerada!


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Sobre Aloysio França

Nascido em 1980, ex-guitarrista e vocalista de Thrash Metal, atual artista gráfico e podcaster no site Megalomania-Metal. É também um leitor orgulhoso de Tolkien e Cornwell. Não discrimina gêneros, mas sim música boa de música ruim.
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