Vinyl: série de Mick Jagger deixa (muito) a desejar
Por Luiz Pimentel
Fonte: Blog do Luiz Pimentel
Postado em 17 de fevereiro de 2016
Juntou uma trinca e um tema que, considerava, não tinha como dar erro. Olha a escalação: Martin Scorcese, diretor do (talvez) meu filme favorito, "Os Bons Companheiros", entre outros fodaços, Mick Jagger como escritor/consultor/produtor executivo, Terence Winter, que era um dos que assinavam "Sopranos". Para fazer um seriado sobre música e a época mais glamorosa desta, o início dos anos 1970. "Vinyl", a série, decepciona, porém.
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Tudo bem que foi o primeiro capítulo, episódio, piloto, o que quer que seja. Mas foram quase duas horas para apresentar a que veio e espremendo tudo o que poderia sair tem umas boas pitadas de violência à Scorcese, drogas a rodo e na parte musical é uma ode à música negra pela qual Mick Jagger é obcecado. Pouquíssimo mais que isso.
O seriado é para ser sobre um executivo, dono de gravadora, calcada em rock. Tudo bem que o rock veio do blues blá-blá-blá, daí a imensa inserção do gênero na história, mas a distância entre o que a série poderia ser e o que é de fato é gigante.
Protagonista é o Bobby Cannavale, que fez Blue Jasmine com Woody Allen e tem o rosto conhecido de seriados norte-americanos. Lançam lá umas referências como "Lester Bangs retornou sua ligação" ou uma cena de backstage com Led Zeppelin em que o dublê do Robert Plant está mais para Ovelha do que para o vocalista zeppeliano.
Um dos parceiros de Richie Finestra (Bobby Cannavale) é Ray Romano, do "Everybody Loves Raymond", e sua esposa é a Olivia Wilde. Mas os núcleos familiar e profissional são tão pobres que acabam meio deslocados.
Domingo tem o segundo episódio. Claro que por tudo isso deve-se dar nova chance à série. E torcer para que não decepcione, pois a música atualmente já está se encarregando desse papel.
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