O adeus de Freddie Mercury: O último show do Queen com sua formação clássica
Por Yuri Apolônio
Postado em 21 de março de 2025
Após a histórica passagem pela Hungria – a primeira e única vez da banda do oriental da Cortina de Ferro –, o Queen seguiu com a "Magic Tour "para uma apresentação na França e mais três na Espanha. O show em Marbella, diante de 37 mil pessoas, deveria ser o último da turnê – e, consequentemente, o último da formação clássica da banda. No entanto, o estrondoso sucesso do Live Aid e dos dois shows em Wembley fez com que uma nova data fosse adicionada: no dia 9 de agosto, no gigantesco Knebworth Park, em Stevenage, ao norte de Londres.


Ali, 120 mil pessoas assistiriam, sem saber, à última apresentação da formação clássica do Queen, e a última apresentação ao vivo de fato de Freddie Mercury. O show em Knebworth não teve registro profissional, exceto de alguns pequenos trechos, o que só aumenta sua aura lendária.
Entre os episódios marcantes daquela noite, um dos mais curiosos envolve John Deacon. Após o primeiro bis, o baixista arremessa seu instrumento para longe – um gesto raro e enigmático. Há quem diga que ele estava irritado por ter perdido a carteira de motorista em uma blitz dias antes. Outros, mais românticos, acreditam que, de alguma forma, Deacon pressentia que aquele poderia ser o último show do Queen e o fim de uma era.

De uma forma ou de outra, Freddie havia comentado com os colegas de banda que não queria mais se apresentar ao vivo, o que eles não levaram tão a serio inicialmente, imaginando que pudesse ser apenas uma fase – ou algo pior. A banda, contudo, não anuncia qualquer aposentadoria dos palcos – como muitas bandas fazem, mais de uma vez, inclusive.
Freddie só receberia o diagnóstico positivo para HIV no ano seguinte, mas penso que a AIDS já era para ele um tipo de fantasma. Apesar das festas, das drogas e de viver uma vida de adolescente mesmo estando próximo dos 40, a saúde de Freddie dava indícios de que poderia haver algo além. Em 1986, justamente, um de seus ex-namorados morreria de AIDS.

Fato é que na época, quando termina o último show, ninguém da banda tinha certeza se o Queen voltaria aos palcos algum dia, talvez nem mesmo Freddie. O que todos sabiam, entretanto, é que o grupo não havia acabado. Afinal, em frente às 120 mil pessoas em Knebworth, Freddie havia deixado claro que somente sendo um estúpido para terminar uma banda tendo um público daqueles. E "estúpido", certamente, não é um adjetivo que se aplica ao Queen. Apesar de nunca mais tocarem ao vivo, a banda gravaria outras duas obras, o "The Miracle" em 1989, e o maravilhoso "Innuendo" em 1991, o último com Freddie ainda em vida.
Este texto é um trecho do roteiro para o vídeo "A história do Queen após o Live Aid: o A Kind of Magic e a despedida de Freddie Mercury dos palcos", publicado no canal "No Rastro do Som", no YouTube. Nele, dou continuidade à série de vídeos em que conto a história do Queen por meio de seus discos. Se quiser conhecer o conteúdo completo, é só clicar no vídeo abaixo.


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