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Yaþru: a nova face do Folk Metal turco

Por José Sinésio Rodrigues
Postado em 19 de abril de 2020

O grupo Yaþru não é a primeira banda da Turquia que eu venho a conhecer. Anteriormente, eu já havia tido contato com a música de bandas turcas como Almora, 80 Kalibre e Cenotaph. Assim, não foi surpresa nenhuma me deparar com mais uma banda proveniente da Turquia e fazendo uma música tão sólida, com excelente qualidade. E mais: esta é uma daquelas bandas que parecem não dar a mínima para o sucesso fora de seu país, pois todas as suas músicas são cantadas em seu idioma pátrio. O som executado pelo Yaþru é uma palatável e singular mistura de Folk Metal com Doom Metal. Na verdade, o grupo é mais enraizado no Doom Metal e os elementos folclóricos destoam da norma europeia de Folk Metal. De um modo geral, as músicas folclóricas turcas e centro-asiáticas se mostram mais sérias que aquelas com sonoridade festiva encontrada na Europa Ocidental.

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Habitualmente, os riffs de Doom Metal são como os encontrados em músicas de bandas como Kypck, servindo para apoiar os elementos folclóricos e as vocalizações. E aqui reside a grande diferença do Yaþru: eles fundem à tal sonoridade os vocais limpos e guturais, além de alguns instrumentos tipicamente encontrados no Folk Metal étnico. Há ainda uns esmagadores e breves surtos de Death Metal melódico, o que enriquece ainda mais o seu trabalho. No final das contas, o Yaþru faz uma abordagem única no âmbito do Folk Metal.

No álbum Ant Kadehi, lançado em 2017, a banda evoluiu para um som provido de mais confiança e desempenho. Seu foco central passou a ser as orquestrações abrangentes e a instrumentação étnica, resultando em algo sublime. Os riffs desceram a uma maior simplicidade, mas servindo de base aos demais instrumentos. Ao contrário de muitas bandas de Folk Metal que apenas tocam alguns violinos ou gaitas de foles sobre o power metal, o estilo de Yaþru se concentra em criar melodias honestas e utilizar o Doom Metal como pano de fundo. Isto é o que se ouve, por exemplo, na música "Yalnýzsýn", uma das grandes criações da banda, ou em Bilge Kaðan'nýn Sözü, do álbum "Öz", lançado em 2014.

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De um modo geral, o Yaþru é uma banda que sempre nos apresenta bons trabalhos, com produção limpa e instrumentação profissional. A banda pode não ter o polimento de, digamos, Orphaned Land, mas o som deles é muito mais convincente do que o de muitas bandas de Folk Metal por aí. A atmosfera Doom Metal também serve como contrapartida das melodias étnicas, havendo ainda o brilhantismo do desempenho vocal sólido. Definitivamente, uma banda com um incrível potencial.

Discografia da banda Yaþru:
• Öd Tengri Yasar (álbum) – 2012;
• Öz (álbum) – 2014;
• Börübay (álbum) – 2016;
• Ant Kadehi (álbum) – 2017;
• Maral (single) – 2019.

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Integrantes atuais da banda Yaþru:
• Ömer Serezli - baixo;
• Berk Öner – vocal, guitarra, instrumentos étnicos;
• Batuhan Yýldýrým – guitarra;
• Cemil Can Çolak – bateria.

Bandas Similares ao Yaþru:
• The Hu, da Mongólia;
• Orphaned Land, de Israel;
• Sabhankra, da Turquia;
• Constantinopolis, da Turquia.

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Sobre José Sinésio Rodrigues

José Sinésio Rodrigues mora em Londrina, no Paraná. É professor de Ciências, agente penitenciário, aluno de Geografia e coordenador de Astronáutica de um grupo de Astronomia londrinense. É também palestrante, escritor, quadrinista, contista, ex-radialista e ex-colunista de jornal. Seu contato com o Rock aconteceu com o Faith No More e Pearl Jam, no início da década de 1990. Suas bandas favoritas são: My Dying Bride, Monster Magnet, Dominus Praelii, Acrassicauda, Slayer, Fejd, Arkona e Anabioz.
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