Lemmy e as três bandas clássicas que ajudaram a forjar o grunge, segundo membro do Pearl Jam
Por Bruce William
Postado em 03 de junho de 2025
O grunge se tornou um fenômeno de curtíssima duração no topo das paradas, mas com uma influência que reverbera até hoje. Muito além dos nomes que estouraram nos anos 1990, como Nirvana e Pearl Jam, o estilo se formou a partir de uma mistura crua entre punk, metal e desencanto urbano. E alguns músicos que viveram esse começo sabem bem quem estava nas origens, mesmo que esses nomes raramente sejam lembrados nessa história.
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Um deles é Jeff Ament, baixista do Pearl Jam. Antes de estourar mundialmente com a nova banda, ele integrava o Green River, grupo que muitos consideram o verdadeiro embrião do grunge. A sonoridade já estava ali: densa, arrastada, barulhenta e com uma atitude que vinha tanto do punk quanto do hard rock mais sujo.
Revisitando os shows do Green River anos depois, Ament foi direto ao ponto ao reconhecer o quanto estavam devendo a certos ídolos. "Percebemos que estávamos só copiando Black Flag, Motörhead e The Stooges", disse, conforme matéria da Far Out. "Acho que foi isso que acabou virando grunge, então provavelmente devemos uns royalties pro Iggy, pro Lemmy e pro Greg Ginn. Eles ainda não cobraram!"

Essas três bandas traziam justamente os ingredientes que, juntos, definiriam o grunge: o peso cru do Motörhead, o espírito anárquico do Black Flag e a visceralidade inquieta dos Stooges. Não era uma combinação pensada, mas sim uma consequência natural de gerações que cresceram ouvindo barulho, distorção e descontentamento.
Claro que o surgimento do grunge também foi moldado por tragédias. A morte precoce de Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone, levou seus amigos a formarem o Temple of the Dog como homenagem. Foi ali que Eddie Vedder surgiu para o mundo, cantando ao lado de Chris Cornell. Pouco tempo depois, o Pearl Jam tomaria forma.

O grunge não nasceu de uma escola, mas de uma cadeia de acontecimentos musicais e também humanos. Quando Jeff Ament aponta Lemmy, Iggy Pop e Greg Ginn como figuras-chave, ele está reconhecendo não só a inspiração, mas também a bagunça criativa que gerou um dos últimos grandes movimentos espontâneos do rock.
E se até hoje o grunge ainda soa atual para muita gente, é porque ele nunca foi apenas um som. Era um reflexo direto das bandas que vieram antes, e do caos que veio depois.

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