Marilyn Manson: de suásticas a tortura, reportagem detalha supostos abusos sexuais
Por Igor Miranda
Postado em 16 de novembro de 2021
Os jornalistas Kory Grow e Jason Newman assinam uma extensa reportagem para a revista Rolling Stone sobre as acusações de abuso sexual e outros crimes contra Marilyn Manson. O artigo foi produzido a partir de uma apuração de 9 meses que incluiu 55 entrevistas e informações sobre os processos movidos por mulheres que acusam o artista dos delitos em questão.
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Em meio às alegações, chama atenção a descrição dos supostos crimes cometidos por Manson contra mulheres com as quais mantinha relações. Há, ainda, outras caracterizações de comportamento, que incluiriam racismo e fascínio pela história do nazismo.
Aviso: o conteúdo a seguir descreve supostos crimes de abuso sexual.
De acordo com as mulheres que acusam Marilyn Manson dos delitos em questão, o cantor apresentava uma espécie de padrão no que diz respeito a seus relacionamentos amorosos. De início, ele demonstrava bastante afeto com intuito de ganhar confiança das mulheres. Em alguns casos, ia até rápido demais: chegava a propor casamento e constituir família logo nas primeiras semanas.
Com o passar do tempo, segundo elas, o comportamento ficava agressivo. Um dos relatos mais fortes indica a suposta existência de um local chamado "sala das garotas más" - um cubículo do tamanho de um provador de loja de roupas, com isolamento acústico, onde as mulheres eram trancadas quando tinham "mau comportamento". Seria uma das formas de tortura psicológica adotadas pelo artista.
A modelo Ashley Morgan Smithline, uma das diversas mulheres que acusam Manson dos delitos em questão, diz que o cantor fazia o local parecer "legal" de início. "Depois, ele fazia aquilo parecer uma punição. Mesmo se eu gritasse ali, ninguém me ouviria. [...] Primeiro, você luta contra aquilo - e ele gosta do sofrimento. Mas aprendi a não lutar contra aquilo, pois eu estaria dando o que ele queria", disse.
Em entrevista concedida em 2012 a outra revista, o músico confirmou a existência da "sala das garotas más". "Se alguém é má, posso trancá-la dentro desse lugar, que tem isolamento acústico", declarou ele na ocasião.
A atriz Esmé Bianco, conhecida pelo trabalho na série "Game of Thrones", relatou outras formas de tortura, inclusive física. Ela conta que chegou a ser agredida fisicamente com um "chicote que ele disse ter sido usado pelos nazistas". O cantor seria colecionador de memorabilia nazi.
Bianco também apontou abusos sofridos por meio de privação de sono e choques elétricos, entre outros, além de ter sido perseguida pelo cantor com um machado em mãos.
Relatos também apontam comportamento racista por parte do artista, que "parecia sentir prazer em usar termos discriminatórias diante de negros", de acordo com fontes não identificadas ouvidas pela revista. Até mesmo a decoração de seu apartamento seria perturbadora, com "sangue, suásticas e fotos de revistas pornográficas", segundo a publicação.
Além de Smithline e Bianco, a atriz Evan Rachel Wood e a ex-assistente Ashley Walters, bem como outras mulheres que mantiveram seu anonimato, acusam Marilyn Manson, judicialmente ou não, dos crimes citados. O músico nega as alegações e diz ser alvo de uma ação conjunta para destruir sua carreira.
Marilyn Manson: As acusações de abuso contra o músico
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