Lobão suspeita que duplas sertanejas são bancadas por ruralistas para lavar dinheiro
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de janeiro de 2022
Em meio a diversos xingamentos ao atual cenário da música sertaneja no Brasil, o compositor Lobão afirmou que, embora não tenha provas concretas, existe uma suspeita de que role um incentivo por parte do governo para que esse tipo de gênero se fortaleça nas rádios brasileiras. O assunto foi comentado por Lobão no podcast Inteligência Ltda. Confira os principais trechos abaixo:
"No Brasil, tem essa alternativa podre e horrorosa que é o sertanejo. A esquerda tem um trunfo aí, porque a produção artística do sertanejo bolsonarista é um cocô em pasta. A estética bolsonarista é cafona, um mau-gosto que fede. O petismo virou algo doutrinário e quem era da Lei Rouanet ganhava. Era um assistencialismo ideológico. Eu estava criando uma revista na época e no início dos anos 2000 o rock desapareceu. Você pega a Nova MPB, são um monte de mumiazinhas cantando um sub-Caetano.
É uma porcaria, mas é ideológico. Isso acaba com uma cultura, você não consegue proliferar uma manifestação plural. Você tem que seguir a narrativa. Em contrapartida, tem esse cocô movediço que é o sertanejo. Eu adoro música sertaneja raiz, mas isso que tem aí é um sub-pop escatológico sem pé nem cabeça. É feita para latifundiário, para lavar dinheiro. Existem hipóteses, mas não tenho provas, de que a bancada ruralista são todos donos de rádio. Ou você é evangélico ou sertanejo, então você tem os meios de comunicação na mão e tem lavagem de dinheiro da bancada ruralista. Aí começa a bancar duplas sertanejas.
Tem o dinheiro que vem ilícito, os meios de comunicação e os peões, que são os artistas. Você forma um show business aí. A Som Livre agora é só sertanejo e evangélico", afirmou.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps