O dia que Lobão e Cazuza cheiraram sobre caixão em homenagem a um grande amigo
Por Gustavo Maiato
Postado em 10 de fevereiro de 2024
Júlio César Barroso foi um jornalista que também ficou famoso por ter sido o fundador da banda Gang 90 e Absurdettes no início da década de 1980. A ascensão do grupo começou com sua participação no Festival MPB-Shell de 1981, onde apresentaram a música "Perdidos na Selva", coescrita por Júlio e Guilherme Arantes.
A trajetória de Júlio Barroso, contudo, foi tragicamente interrompida em 6 de julho de 1984. Sua morte ocorreu ao cair do 11° andar de seu apartamento, localizado na rua Conselheiro Brotero, em Santa Cecília, no centro de São Paulo. A circunstância da sua morte permanece envolta em mistério, já que nunca ficou claro se foi um suicídio ou um acidente.
Na autobiografia "50 Anos a Mil", Lobão, que era amigo de Júlio, se recordou de como foi o enterro. Ele estava com Cazuza e a dupla resolveu cheirar cocaína em cima do caixão como homenagem.
"Na sala, o caixão fechado invocava toda uma angústia da incapacidade em não poder dar o último abraço, o último beijo. Daí pensei: 'Cazuza, pensa bem: tá todo mundo dormindo, a gente tá aqui sozinho, com ele... Vamos sublimar a paradinha. Vamo esticar duas carreironas em cima do caixão? A gente não pode se negar a fazer isso, né? Vai ser nossa última homenagem. Não tem ninguém olhando", disse Lobão. "Tá bom, vamos nessa, mas será que não vão pegar a gente com o canudo no nariz? A gente é muito louco! A gente é maluco. Mas também, o que nos resta?", rebateu Cazuza.
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