"Masculinidade tóxica moveu essa banda", diz Kirk Hammett, guitarrista do Metallica
Por André Garcia
Postado em 29 de novembro de 2022
Enquanto Lars Ulrich e James Hetfield disputavam o posto de macho alfa do Metallica, Kirk Hammett se mostrava o membro mais "prafrentex" da banda — o que ficou evidente nas fotos da época do "Load" (1995).
Hoje em dia muito se debate sobre o conceito de masculinidade tóxica, mas aquilo já incomodava a Kirk desde a década de 80. Anos antes de Rob Halford, o Metal God, se assumir homossexual, o que hoje é chamado de masculinidade tóxica, naquela época era não só considerado normal como dominava a cultura do heavy metal.
Conforme publicado pela Revolver, em entrevista para a New Yorker, o guitarrista relembrou os primórdios da banda:
"Era só a gente ficar bêbado que começava. Lembro uma vez que James empurrou Lars, que literalmente saiu voando pela sala! Era só um ver o outro que começava a luta livre. Poderíamos estar em uma sala com mais 20 pessoas, sempre focávamos um no outro. Nada mais importava."
"Masculinidade tóxica moveu essa banda. Até hoje ainda sento e penso 'Ok, vou escrever um riff pesadão de chutar traseiros. Olha só a minha retórica: 'pesado', 'chutar'. É uma agressividade que todo mundo sente, mas que nos foi empurrada — essa palhaçada masculina esquisita de [ter que bancar] ser machão."
Atualmente, o Metallica está no centro das atenções com o recente lançamento surpresa de um novo single, "Lux Æterna". Além disso, o quarteto anunciou o lançamento de seu novo álbum "72 Seasons" para 14 de abril de 2023.
Metallica
O Metallica surgiu em San Francisco no começo da década de 80 como um dos maiores representantes do thrash metal, uma mistura da fúria do punk com o peso do metal. Formado pelos amigos Lars Ulrich (bateria) e James Hetfield (guitarra base), com a entrada de Kirk Hammett (guitarra solo) e Cliff Burton (baixo), lançaram seu álbum de estreia "Kill'Em All" (1983).
Após expandir seu som e se consolidar na cena com "Ride the Lightning" (1984), se consagrou com "Master of Puppets" (1986). Levando o thrash metal do underground para o mainstream, o Metallica começou a lotar estádios após rodar os Estados Unidos abrindo show para Ozzy Osbourne.
Quando parecia que nada poderia parar a banda, Cliff Burton morreu em um acidente de trânsito. Com Jason Newsted em seu lugar foi lançado "...And Justice For All" (1988), com faixas épicas como "One". "Black Album" (1991) mostrou um lado mais pop sem deixar de ser pesado e melódico, o que resultou em seu auge de popularidade.
Do céu ao inferno, "Load" (1995) e "Reload" (1997) foram muito mal recebidos pela sonoridade ainda mais pop e menos metal. Não ajudou em nada as fotos de cabelo cortado, com Kirk usando maquiagem e de unha pintada. A ressaca levou a banda a um período fora dos holofotes.
Após a virada do século, com Robert Trujillo no lugar de Jason Newsted, o Metallica ainda voltou a desagradar os fãs com "St. Anger" (2003), mas retornou às raízes com Death Magnetic (2008) e "Hardwired... to Self-Destruct" (2016).
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