A capa de disco dos Engenheiros do Hawaii que Herbert Vianna não entendeu
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de março de 2025
Lançado em 1987, "A Revolta dos Dândis" marcou uma nova fase dos Engenheiros do Hawaii, consolidando a identidade sonora e lírica da banda. O álbum trouxe sucessos como "Infinita Highway" e "Terra de Gigantes", além de letras influenciadas por literatura e filosofia. Mas, na época do lançamento, nem todo mundo captou a proposta de imediato.
Durante uma live no canal Pitadas do Sal, Carlos Maltz, baterista da formação clássica dos Engenheiros, relembrou um encontro com Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, que reagiu de forma inusitada ao ver o disco pela primeira vez.
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"Lembro de uma vez em que estávamos em uma rádio em Porto Alegre para divulgar ‘A Revolta dos Dândis’ e, por acaso, os Paralamas do Sucesso também estavam lá. Acabei dando um disco de presente para o Herbert Vianna. Ele olhou a capa e comentou: 'Pô, legal esse encarte... mas a capa?'. Ele achou que a capa era o encarte, tinha toda uma arquitetura visual diferente. Era algo completamente fora do padrão, assim como o disco em si."

Maltz afirmou que esse álbum foi uma espécie de reestreia dos Engenheiros, pois foi o primeiro em que Humberto Gessinger assumiu o baixo e Augusto Licks entrou como guitarrista. Segundo ele, essa formação ainda estava se encontrando e testando sua sonoridade.
"Para mim, ‘A Revolta dos Dândis’ é o disco que eu mais gosto dos Engenheiros. Não digo que seja o melhor, cada um tem o seu, mas é o que eu mais gosto. Acho que ele tem uma combinação de fatores muito interessantes. Por exemplo, é o primeiro disco que o Augusto tocou na banda, e também o primeiro em que o Humberto foi baixista. Era uma reestreia dos Engenheiros. No primeiro disco, era outra formação, então ainda não tinha se amalgamado aquela linguagem, aquele estilo que caracterizou os Engenheiros — e isso estava começando a acontecer."

O baterista também explicou como a gravação do álbum foi espontânea e sem grandes planejamentos, o que contribuiu para o frescor do trabalho. "Estava acontecendo algo ali no estúdio. Nós não tivemos tempo para preparar isso, foi acontecendo durante as gravações. O disco tem uma espontaneidade, uma naturalidade, e a gente não sabia se ia dar certo. Não havia nenhuma garantia de que aquilo funcionaria. Toda essa aventura, esse se jogar no escuro, fez com que ele fosse algo novo, algo vital até hoje. Quando escuto esse disco, sinto essa vitalidade, essa alegria, essa leveza e essa espontaneidade."
Confira a entrevista completa abaixo.

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