O vocalista que participou de um disco do Black Sabbath sem saber que seria da banda
Por Bruce William
Postado em 17 de agosto de 2025
Por mais que o nome de Ozzy Osbourne seja imediatamente associado ao Black Sabbath, a trajetória da banda foi marcada por diferentes vozes assumindo o microfone. Entre eles, uma das passagens mais curtas e peculiares foi a de Glenn Hughes, ex-baixista e vocalista do Deep Purple. Sua presença se resume ao álbum "Seventh Star" (1986) e a poucos shows de divulgação, mas a história por trás desse disco mostra que nem ele mesmo sabia ao certo no que estava se metendo.
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Hughes contou ao canal The Metal Voice (com transcrição do Ultimate Guitar) que sua entrada veio de um convite pessoal. "Tony é um dos meus melhores amigos de todos os tempos, e ele me pediu para cantar no disco", explicou. A ideia, segundo ele, era simples: ajudar Iommi em um projeto solo. Não haveria turnê, não haveria obrigação de revisitar repertório alheio, e nem mesmo precisaria tocar baixo, função que sempre foi parte central de sua identidade.
Só que, em algum momento, a direção mudou. O empresário envolvido decidiu que aquele trabalho precisava carregar a marca Black Sabbath, e de repente Glenn se viu em uma situação que não havia sido combinada. "Achei que estava fazendo o álbum do Tony. De repente, eu estava no Black Sabbath, porque o empresário queria chamar assim", recordou.

O problema é que, junto com o nome, vinha também a bagagem. Hughes passou a ser apresentado como vocalista do Sabbath, e naturalmente esperava-se que ele cantasse não apenas as faixas novas, mas também clássicos de Ozzy Osbourne e Ronnie James Dio. "Agora eu estava à frente da banda, tendo que cantar músicas do Ozzy e do meu amigo Ronnie", disse. "E era a primeira vez que eu subia ao palco sem o baixo. Hoje eu faço as duas coisas com tranquilidade, mas naquela época não era o certo para mim."
O resultado foi um período breve e atribulado. Hughes se viu deslocado em um papel que não havia escolhido, apenas cumprindo algo que lhe pediram. Poucos shows depois, sua participação foi encerrada, abrindo espaço para Ray Gillen assumir os vocais e levar a turnê adiante.

Ainda assim, "Seventh Star" segue como um registro curioso na história do Sabbath, um álbum que nasceu como projeto solo de Tony Iommi, mas acabou transformado em parte da discografia oficial por decisão externa. E, para Glenn Hughes, ficou a lembrança de um episódio que ele nunca buscou, mas que o colocou em um dos capítulos mais improváveis da carreira da banda que inventou o heavy metal.

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