Jorge Benjor analisa concorrência e boa relação com rock nacional dos anos 1980
Por Gustavo Maiato
Postado em 29 de abril de 2025
Em entrevista publicada na Bizz de outubro de 1987, Jorge Benjor (ainda assinando como Jorge Ben) comentou com entusiasmo o momento que vivia na carreira e a transformação da música brasileira durante os anos 1980. O cantor voltava a trabalhar com o produtor André Midani, responsável por momentos decisivos de sua trajetória — como o clássico álbum "A Tábua de Esmeraldas", que o próprio artista define como seu "melhor LP".

Na conversa, Jorge demonstrou atenção à geração que surgia com força naquele período, marcada pelo crescimento do rock nacional. Mais do que respeito, ele mostrou-se atualizado, revelando que ouvia bandas como Titãs, Paralamas do Sucesso e Ultraje a Rigor, e se dizia grato pela admiração que recebia desses artistas. "É gratificante saber que o pessoal do Titãs, dos Paralamas, do Ultraje e muitos outros curtem o meu trabalho", declarou.
A boa relação com o rock dos anos 1980 não era apenas de palavras: Jorge relatou à revista que havia gravado uma música em parceria com Arnaldo Antunes, dos Titãs. Ele ainda falava com empolgação da liberdade criativa do período, onde todos podiam gravar o que quisessem — do rock ao rap, passando pelo pagode. "Todo mundo grava qualquer coisa... Eu sei que muita gente boa vai ficar, e muita gente boa vai ficar de fora porque não vai sustentar a competição", analisou, destacando a intensificação da concorrência naquele momento da indústria.
A entrevista também trouxe reflexões sobre o que é, afinal, música popular brasileira. Para Jorge, o conceito de MPB é amplo: "Pode ser um som com a guitarra — pode ser um rock, uma valsa, um reggae — é música popular brasileira. Porque é feita aqui, com uma linguagem e sobre assuntos que interessam ao povo brasileiro".
Em um dos trechos mais simbólicos da conversa, ele apontou que a música brasileira não deveria se fechar em definições ou purismos. Citou o impacto que teve ao ouvir músicos africanos como Salif Keita, Touré Kunda e Mori Kante, ressaltando a beleza de sons que mesclam percussão tribal, sintetizadores e dialetos africanos. "É uma música linda, rica. Nisso, a música brasileira tem tudo para trás. Elas ainda levam uma desvantagem em relação à gente: a maioria do que é cantado é em dialeto, difícil de ser assimilado. Ao passo que nossa língua é latina e muito mais assimilável."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
Morre o técnico de som "Macarrão", que trabalhou com Raimundos, Sepultura, Mamonas e outros
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
Steve Harris reconhece qualidades do primeiro álbum do Iron Maiden
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
Adrian Smith fala sobre teste que fez para entrar no Def Leppard
A canção que Sandy & Junior recusaram e acabou virando hino do rock nacional nos anos 2000
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
Marty Friedman comenta o teste que fez para a banda de Ozzy Osbourne
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025

Total Guitar: os 20 melhores riffs de guitarra da história
Os 20 maiores cantores de todos os tempos, na opinião de Ozzy Osbourne
Nikki Sixx: "transei com a mulher do Bruce Dickinson"
O hábito de Galvão Bueno considerado inconveniente, segundo Paulo Ricardo
A crítica de Portnoy ao trabalho de Matt Sorum, ex-baterista do Guns N' Roses
Silverchair: a história por trás da capa de Freak Show


