RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

Vocalista do Avatar lembra como foi abrir para o Iron Maiden no Brasil

Renato Russo não curtia Guns N' Roses e achava que eles copiavam os Rolling Stones

Mr. Big - Eric Martin revela bastidores da carreira, parcerias com ídolos e paixão pelo Brasil

Show do Guns N' Roses em Cuiabá desrespeita atual Lei da Poluição Sonora local

Katatonia - "Nightmares as Extensions of the Waking State" é um corpo sem alma

A noite mais importante da história do Guns N' Roses; "Obrigado a todos que vieram", disse Axl

David Ellefson reflete sobre álbum mais controverso do Megadeth em sua opinião

O maior violonista de todos os tempos, segundo o lendário Neil Young

"Mama Said", o country carregado de sentimentos gravado pelo Metallica

Joey Ramone elegeu o disco mais importante dos Beatles, a joia mais valiosa da discografia

Por que Frank Zappa detestava o Led Zeppelin e adorava o AC/DC

Kirk Hammett, guitarrista do Metallica, não acredita em aposentadoria

Metallica lança versão remasterizada de "Load", que conta com mais de 200 faixas

Edição remasterizada de "Eternal Idol", do Black Sabbath, será lançada em julho

Arjen Lucassen (Ayreon, Star One) anuncia álbum solo "Songs No One Will Hear"


Stamp

Pai do rock? Como Raul Seixas filosofou profundamente ao criar uma frase imortal

Por Bruce William
Postado em 07 de junho de 2025

Entre tantas frases provocativas que Raul Seixas lançou ao longo da carreira, poucas ficaram tão marcadas quanto a que dá nome à música "Rock do Diabo", de 1975: "O diabo é o pai do rock". A linha, que poderia soar apenas como rebeldia quase que adolescente, escondia na verdade uma reflexão filosófica que ia muito além da provocação. Criada em parceria com Paulo Coelho, a canção refletia um projeto maior de contestação à racionalidade dominante, à moral tradicional e ao papel da repressão nas estruturas sociais e culturais.

Para Raul e Paulo, conceitos como "bem" e "mal" eram construções simbólicas sujeitas a inversão. O diabo, na música, não era o ser das Escrituras — mas sim um arquétipo do instinto, da transgressão e da liberdade. Em vez de demonizá-lo, Raul o associava justamente àquilo que desafia o conformismo. Como explica Paulo Coelho em trechos reunidos por Jotabê Medeiros no livro "Não diga que a canção está perdida" (Amazon), a psicanálise também se tornara alvo: Freud, segundo ele, havia sido deturpado e transformado num novo dogma, enquanto o diabo era quem "dava os toques".

Raul Seixas - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A letra é simples, mas carregada de sentido. A mãe diz ao filho Zequinha: "nunca pule aquele muro". E o garoto responde: "mamãe, aqui tá mais escuro". A imagem, quase infantil, resgata uma ideia próxima ao mito da caverna de Platão — a de que só ao romper com os limites impostos é possível ver a luz verdadeira, teoriza ensaio do site Universo de Raul Seixas. Para Raul, pular o muro era mais do que um ato de rebeldia: era um gesto de libertação, de recusa ao controle e de busca por experiências autênticas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

No mesmo espírito, a canção confronta o moralismo e ironiza suas acusações. Se o diabo é associado ao rock por ser símbolo do desejo, da carne e do impulso, então que seja ele o patrono do gênero. A música, afinal, também é instinto, também é pulsão, pondera a página Raul Seixas o Pai do Rock. Em versos como "três quilos de alcatra com muqueca de esperança", Raul mistura o mundano e o simbólico, o prazer e a utopia, em uma crítica sutil à contenção imposta pela razão e pela fé institucionalizada.

A reação mais explícita veio anos depois. Em 1983, um pastor da Igreja Quadrangular promoveu um exorcismo coletivo no centro do Rio de Janeiro ao som de "Rock do Diabo", com banda ao vivo e centenas de fiéis declarando-se possuídos, segundo relatos reunidos por Jotabê em seu livro. A cena, que beira o surreal, mostra como a provocação de Raul foi levada a sério — talvez mais do que ele próprio esperava. Mas no fundo, era isso mesmo: provocar, incomodar e abrir espaço para o pensamento fora da caixa. E se, para isso, fosse preciso transformar o diabo no pai do rock, que assim fosse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Mais do que uma música sobre o diabo, "Rock do Diabo" é uma música sobre ruptura. Ela contesta a autoridade moral, desafia sistemas de controle e convida o ouvinte a desconfiar da luz artificial oferecida pela norma. Raul e Paulo Coelho não queriam destruir tudo — queriam abrir uma brecha. E se essa brecha passasse pelo símbolo do demônio, que fosse. Porque às vezes é preciso pular o muro pra encontrar alguma clareza. E nesse caminho, o rock foi o grito. O diabo, o guia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Manifesto 2025


publicidadeThiago Feltes Marques | Marcelo Matos Medeiros | Glasir Machado Lima Neto | Felipe Pablo Lescura | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Bruce William

Quando Socram chegou no Whiplash.net era tudo mato, JPA lhe entregou uma foice e disse "go ahead!". Usou vários nomes, chegou a hora do "verdadeiro". Nunca teve pretensão de se dizer jornalista, no máximo historiador do rock, já que é formado na área. Continua apaixonado por uma Fuchsbau, que fica mais linda a cada dia que passa ♥. Na foto com a Melody, que já virou estrelinha...
Mais matérias de Bruce William.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS