Spiritual Cramp acerta a fórmula, mas álbum satura em 26 minutos
Resenha - Spiritual Cramp - Spiritual Cramp
Por Patrick Raffael Comparoni
Postado em 21 de fevereiro de 2024
Nota: 7
Misturando rock, punk e dub, Clash é a referência mais óbvia a que o Spiritual Cramp remete. Em 2018, um lançamento da banda com 14 músicas apresentou um potencial bastante interessante, especialmente em faixas como "Television", "Tenderloin" e "I Feel Bad Bein’ Me". Não deixe a irreverência do título dessa última passar despercebida!
Dignas da qualidade do Clash, essas faixas insinuavam um futuro promissor. Imaginava-se que, com uma melhor produção, a banda daria um passo importante se repetisse a qualidade das músicas destacadas, todas catchy.
Em 2023, então, o Spiritual Cramp lançou um álbum com 10 faixas, intitulado com o nome da banda. O lançamento é, sim, bom, a produção é melhor, e as músicas repetem a proeza de "Television", "Tenderloin" e "I Feel Bad Bein’ Me". Contudo, a sensação é de que a banda abusou da fórmula, a ponto de os míseros 26 minutos do álbum saturarem o ouvinte.
É preciso cuidado com o que se deseja! Enquanto os ares mais amadores do lançamento de 2018 davam à banda um aspecto de garagem que remetia sem esforço ao Clash, a melhor produção trouxe uma incômoda sensação de um produto pasteurizado, performado por uma banda indie muito bem treinada.
Lembranças da banda de garagem, porém, ainda podem ser percebidas nas guitarras, e as influências que remetem ao Clash continuam presentes. "Spiritual Cramp" oferece diversão e merece ser ouvido.
"Clashing At The Party" e "Catch A Hot One" são as melhores faixas, mas vêm somente na parte final, após o álbum já ter começado a cansar. A segunda, a única faixa que passa de três minutos, é um ótimo exemplo de como o baixo é um instrumento bem explorado no álbum.
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