Em trecho de biografia póstuma, Ozzy Osbourne fala sobre último show
Por João Renato Alves
Postado em 03 de outubro de 2025
O jornal The Times publicou um trecho de "Last Rites", biografia póstuma de Ozzy Osbourne que sai no próximo dia 7 de outubro. Nela, o Madman fala sobre "Back to the Beginning", show em Birmingham que marcou sua despedida e o fim oficial da formação original do Black Sabbath.
Como sabemos, o cantor faleceu 17 dias após o show, aos 76 anos. Assim, teve tempo de finalizar o texto nesse intervalo de tempo. As emoções ainda estavam frescas em sua memória e ele se permitiu contar como estava se sentindo antes do evento ser realizado. Começou pelo fato de ter que se apresentar sentado em um trono.
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"Foi um mal necessário e fizeram o melhor possível. Em determinado momento, houve rumores de fazê-lo voar sobre o palco e atirar água na multidão. Mas, graças a Deus, isso não aconteceu. Conhecendo a minha sorte, ele teria caído sobre o público!"
Ozzy admitiu dúvidas sobre sua voz ao subir ao palco para apresentar seu setlist solo. "Mas assim que a cortina subiu, esqueci o nervosismo. De repente, eu estava olhando para mais de 42.000 rostos, com outros 5,8 milhões assistindo online. Foi aí que a emoção me atingiu de verdade. Nunca tinha realmente aceitado que tantas pessoas gostassem de mim – ou sequer soubessem quem eu era."

Osbourne disse que lidou com as três primeiras músicas sem problemas. "Mas engasguei quando comecei 'Mama, I'm Coming Home'. Quer dizer, é a música da Sharon, sabe? Uma das favoritas dela. "Lemmy (Kilmister, líder do Motörhead e parceiro de composição) a escreveu pensando em nós dois. Mas a sensação que tinha era mais do que isso. Era meu último suspiro. Eu tinha chegado ao palco depois de seis anos traumáticos, depois de perder a capacidade de andar ou fazer qualquer coisa sozinho. Era simplesmente a coisa toda, tudo se encaixando."
O Madman ainda destacou a sensação de ser homenageado por tantas pessoas. "Havia tanto amor naquele estádio, vindo em ondas até mim... A plateia percebeu que eu estava com dificuldades e começou a cantar a letra de volta. Tive muita sorte de ter tantos fãs maravilhosos. Deus abençoe a todos."

Ainda sobrou espaço para uma analogia com os tratamentos a que vinha se submetendo nos últimos anos, além da luta de décadas contra o vício. No fim da vida, Ozzy encontrou a resposta para o motivo que o levava a buscar auxílio em tantas substâncias, gerando uma dependência química severa.
"Aquele último show foi o melhor remédio que já tomei desde que toda a minha crise médica começou em 2019. Foi uma noite mágica. Não poderia ter sido melhor. Percebi que o único lugar onde estou livre de todos os meus demônios é no palco... Passei a vida inteira tentando me drogar com todas as substâncias conhecidas pelo homem. ... Eu só estava tentando recuperar a sensação de quando estava lá em cima no palco, fazendo o meu trabalho. A arena lotada; a batida do bumbo que você sente no estômago. Quarenta ou cinquenta mil vozes cantando suas palavras. O tempo todo, era isso que eu buscava. Foi a melhor droga que já tomei."

John Michael Osbourne morreu no dia 22 de julho. No final da vida, passou por uma série de tratamentos contra o Parkinson, além de cirurgias devido a acidentes sofridos nas derradeiras décadas. Deixou esposa, cinco filhos biológicos e dez netos. Foi sepultado na propriedade da família em Buckinghamshire, Inglaterra.
Morte de Ozzy Osbourne
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