Roger Waters elege o álbum mais revolucionário dos 60s; "fiquei ali sentado, de boca aberta"
Por Bruce William
Postado em 02 de outubro de 2025
Em 1973, o Pink Floyd lançou "The Dark Side of the Moon" e redefiniu o que significava fazer um álbum conceitual. O disco mudou para sempre a forma como a música experimental era recebida, mas esse resultado não surgiu do nada. Antes disso, a banda ainda buscava se encontrar entre o nonsense e a genialidade, especialmente durante a fase comandada por Syd Barrett.
Nos primeiros trabalhos, como "The Piper at the Gates of Dawn" (1967), já era possível notar lampejos de brilhantismo em faixas como "Astronomy Domine" e "Interstellar Overdrive". Ao mesmo tempo, havia momentos em que o excesso de psicodelia levava a caminhos dispersos, caso de "Pow R. Toc. H." Essa oscilação refletia a liderança de Barrett, enigmático e imprevisível, que mergulhava cada vez mais fundo no psicodelismo.


Um ponto de virada aconteceu quando o Pink Floyd teve a oportunidade de ver os Beatles gravando no Abbey Road. A banda de Liverpool trabalhava em "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", lançado em junho de 1967, e a experiência deixou forte impressão em Waters e seus companheiros. O domínio criativo e a ousadia experimental dos Beatles serviram de referência para que o Floyd também buscasse um equilíbrio entre vanguarda e canção popular.

Waters nunca escondeu o impacto que "Sgt. Pepper" causou em sua vida. "Lembro quando saiu, estacionei o carro no acostamento e ouvi tudo... fiquei ali sentado, de boca aberta", contou, em fala publicada na Far Out. Para ele, o álbum mostrava que era possível transcender o pop radiofônico e a histeria dos estádios lotados, criando músicas que combinavam inteligência, beleza e inovação.
"O que eles fizeram foi iniciar a própria revolução", disse Waters. "Eles foram além de 'Please Please Me' e de toda a loucura do Shea Stadium, com as garotas gritando e ninguém ouvindo nada. Passaram a compor músicas que as pessoas realmente queriam ouvir, porque eram belas, criativas e musicais."

O Pink Floyd nunca despertou a mesma devoção romântica que os Beatles, mas aprendeu com eles a importância de transformar a psicodelia em algo mais coeso e duradouro. Foi dessa lição que nasceu o caminho que levaria, anos depois, à criação de um dos álbuns mais celebrados da história do rock.
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