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"A New Kind": um presente bem legal da banda War Machiine

Resenha - A New Kind - War Machiine

Por Rodrigo Contrera
Postado em 16 de maio de 2017

Não costuma acontecer comigo que alguém me mande um presente, ainda mais por facebook. Mas foi isso o que o Celso Silva fez esta terça, 16/5, ao postar, com remissão a mim, uma música no facebook. Acabei chegando à faixa A New Kind e ouvindo-a. Decidi resenhá-la. A banda, War Machiine (com dois is), é de Mococa, e está lançando novidades de seu CD demo, chamado Prelude.

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Como sempre, falarei da obra em si, mas farei um contraponto pessoal e falarei algo sobre como vejo o mercado de Heavy Metal - que muitos consideram ultrapassado, ou com bandas que fazem coisas de inspirações que não dizem mais para nós, nesta segunda metade da segunda década do século XXI.

O contraponto pessoal é que minha trajetória, ao gostar de Heavy Metal, passou do Iron Maiden aos neoclássicos (Yngwie, Vinnie Moore, Tony MacAlpine), retrocedendo para o rock pauleira que não tinha a mesma cara (como AC/DC e Motörhead, por exemplo), e depois voltando a bandas como Accept e U.D.O., onde estou atualmente. Passei, claro, mas brevemente apenas, pelo Power Metal de um Helloween, dentre outros.

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Minha leitura é que o heavy metal de um Iron Maiden era bastante mais forte e melódico em relação ao rock puro e simples daquela época. Mas eu queria maior complexidade, então cheguei aos neoclássicos. Ocorre que estes não tinham porrada, e AC/DC e Motörhead sempre foram mais pesados. Hoje, quando volto a um Accept ou U.D.O. é porque não faço questão de tanta melodia, mas quero porrada. Nesse sentido, o power metal me agrada apenas um pouco. E a faixa do War Machiine bebe claramente de várias dessas referências.

Não conheço ninguém da banda, de 2012, que como já disse é de Mococa, SP. A faixa, no caso, é um heavy metal melódico que usa uma bateria parcialmente inspirada em power metal e que usa os já costumeiros duos de guitarras com que já nos acostumamos, desde o Thin Lizzy (e que o Iron Maiden transformou em modelo). A receita, para a música, é bastante óbvia. Começar com uma linha com as duas guitarras (remetendo bastante ao Iron), usar um vocalista potente, uma bateria bastante inquieta, fazer uma parada singela, para dar uma impressão de profundidade, voltar ao vocalista e à letra, utilizar vários solos que dialoguem entre si (inclusive um, final, cujo tom pareceu contrastar com o resto), e terminar com a linha melódica inicial.

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Assistir vídeo no YouTube

Eu me lembrei do Iron, percebi que a bateria queria avançar mais que a música, entendi que os guitarristas fizeram os solos de forma a causar uma memória no ouvinte, e reparei que tudo parecia lembrar o power metal dos anos 80 e 90. Gostei da gravação, e a música permaneceu em minha mente por algum tempo. É o tipo de heavy metal que atrai gente daquela época e outros, que gostam algo de power metal mas que não chegam num sinfônico. Eu gostei bastante do resultado final.

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Mas, sem entrar no quesito musical da faixa, eu preciso constar umas observações sobre o heavy metal desse tipo. Lembro-me bem de que, nos anos 90, eu me cansava com a impressão de que todas as bandas pareciam iguais. Sempre com os mesmos universos temáticos, com capas sempre parecidas, com abordagens que lembravam coisas passadas, e não que me remetessem a alguma novidade. A faixa do War Machiine infelizmente peca nisso. Torna-se mais um produto relativo a uma safra que identifico facilmente. Não me acrescenta algo realmente novo. Uma pena. Claro que eles não querem fazer algo diferente, tanto que se autointitulam banda de heavy metal tradicional.

Mas a faixa é legal, e o CD demo deve ser bom. Parabéns.

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War Machiine

Formação:
Fabricio Oliveira – Vocal
William Balan - Guitarra Base/Solo
Bruno Mazziero - Guitarra Base/Solo
Celso Silva - Contrabaixo
Igor Caritá - Bateria

PRELUDE (DEMO) - Lançamento em Julho

1 - A New Kind
2 - Prelude (INSTRUMENTAL)
3 - War Machiine
4 - River of Lost Souls
5 - I.N.W.O.

Letra de A New Kind

A NEW KIND

THE DAWN JUST CAME TIME SEEMS TO STAND STILL
I TAKE ANOTHER WHISKY BOTTLE THAT IMAGE REMAINS
THERE'S NO SOLUTION AND I TRY TO WARN THEM
NO ONE BELIEVES ME AND SAYS I'M OUT OF MY MIND

THERE'S NOWHERE TO RUN
BECAUSE DANGER COMES FROM THE SKY
NOWHERE TO HIDE FROM THE NEW KIND

I SAW THE BEGINNING OF CHAOS THINGS ARE OUT OF CONTROL
THERE WORST IS TO COME WE'RE GONNA BE SLAVES IN OUR OWN LAND
THERE'S NO SOLUTION AND I TRY TO WARN THEM
NO ONE BELIEVES ME AND SAYS I'M OUT OF MY MIND

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THERE'S NOWHERE TO RUN
BECAUSE DANGER COMES FROM THE SKY
NOWHERE TO HIDE FROM THE NEW KIND

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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