Iron Maiden: a explosão sonora que marcou a NWOBHM
Resenha - Iron Maiden - Iron Maiden
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 04 de julho de 2012
Nota: 10
Se você fosse fazer uma lista dos melhores álbuns de estréia, algo como um "Top 10", quais discos você colocaria? "Black Sabbath"? "Appetite For Destruction"? "Kill `Em All"? Verdade é que, com exceção de dois ou três nomes, as listas não mudam muito. Afinal, mesmo de forma subconsciente, os critérios são mais ou menos os mesmos: histórico posterior das bandas, criatividade, inovação, representatividade, energia.
Em 1980, o IRON MAIDEN já tinha uma certa bagagem. Assim como os BEATLES pegaram experiência, vinte anos antes, tocando até a exaustão nos puteiros de Hamburgo, a banda inglesa já estava em atividade desde 1975 e, apesar de várias mudanças em sua formação (já ouviu falar em TONY MOORE nos teclados e TERRY WAPRAM na guitarra?), contavam com um fundador determinado, quase obstinado chamado STEVE HARRIS.
Assim, em 14 de abril daquele ano foi lançado na Inglaterra o debut da banda que, além de HARRIS, contava com DAVE MURRAY e DENNIS STRATTON (em seu único registro pela banda) nas guitarras, CLIVE BURR na bateria e PAUL DI'ANNO no vocal. "Iron Maiden" inauguraria uma nova fase do metal, capturando as guitarras duplas de WISHONE ASH e THIN LIZZY, a energia do JUDAS PRIEST e a sujeira punk dos BUZZCOCKS, resultando em uma explosão sonora que marcou, em definitivo, a história da NWOBHM.
"Prowler" aparece aqui em uma versão muito mais madura que a apresentada anteriormente em "The Soundhouse Tapes": guitarras bem trabalhadas, costurando as terças com enorme precisão. "Remember Tomorrow" nos remete aos melhores registros do THIN LIZZY, com uma puta harmonia de fundo e com DI'ANNO provando que era muito mais que um cantor "tosqueira" - como muitos fãs radicais de DICKINSON o apontam.
Se "Running Free" é um manifesto punk, com a famosa letra (não autobiográfica, segundo consta) sobre uma suposta noite na cadeia e do espírito skinhead de PAUL, "Phantom Of The Opera" (com uma das melhores introduções da história do metal!!) e "Charlotte the Harlot" mostram toda a capacidade de síntese da banda - que permanece até hoje em suas composições: utilizar-se de vários elementos - sobretudo riffs e solos - sem cansar o ouvinte.
Agora, vale um parágrafo a parte para tratar de um mega clássico: "Iron Maiden" - a faixa – é mais do que a cereja do bolo - é o cartão de visita da banda. Repleta de pequenas variações e emoldurada por um baixo de alta intensidade – tudo isso tocado em pouco mais de três minutos - fez um "estrago" no mundo do metal comparado ao impacto do riff de "Whole Lotta Love" para o hard de doze anos antes.
"Iron Maiden" é o melhor disco do IRON? Não. Mas certamente é um dos melhores registros de estréia da história do rock n´roll.
Track list:
1. "Prowler"
2. "Remember Tomorrow"
3. "Running Free"
4. "Phantom of the Opera"
5. "Transylvania"
6. "Strange World"
7. "Charlotte the Harlot"
8. "Iron Maiden"
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