Nova biografia de Jimi Hendrix é lançada no Brasil
Fonte: Folha de São Paulo
Postado em 29 de agosto de 2005
Depois de sua biografia definitiva de Kurt Cobain, o líder atormentado do Nirvana ("Heavier Than Heaven - Mais Pesado que o Céu", ed. Globo), Charles R. Cross agora se volta para Jimi Hendrix. Três décadas e meia depois de sua morte em Londres, o impacto impressionante deixado por sua carreira de apenas quatro anos colocou Hendrix em um lugar de destaque no panteão do rock.
Como compositor e músico instrumental, ícone dos anos 60 e cruzamento entre raiz negra e juventude branca, ele foi -e continua sendo- uma figura única e fascinante. Assim como continua sendo alvo de várias biografias. As obras fundamentais continuam sendo "Scuse me While I Kiss The Sky" (me perdoe enquanto beijo o céu), de David Henderson, excepcional pela sua empatia, imaginação e insistência ao tratar da influência afro-americana; e "Electric Gypsy" (cigano elétrico), de Harry Shapiro e Caesar Glebeek, considerada uma biografia de peso pelos detalhes e pelo cuidado com que foi escrita.
Agora Cross chega ao primeiro plano. Ele não pode atingir a profundidade de compreensão de Henderson, ou a solidez e os detalhes de Glebeek. E pode acrescentar pouco ao que se sabe sobre o que aconteceu a Hendrix depois de sua "descoberta" em Greenwich Village e seu sucesso posterior, exceto por uma anedota deliciosa: quando um "pub" de Liverpool se recusou a servi-lo, em 1967. Hendrix ficou imaginando se isso tinha acontecido porque era negro, ou porque era um roqueiro hippie. Nenhuma das duas razões: havia um circo na cidade e era norma do "pub" proibir a presença de palhaços fantasiados.
A verdadeira força do livro de Cross está na exploração do histórico familiar de Hendrix. A pesquisa avança por várias gerações de ancestrais africanos, europeus e índios, assim como pela dura realidade de pobreza, álcool e incertezas. Jimi nunca teve três refeições diárias em casa até entrar para o Exército.
A relação problemática dos pais, Al e Lucille, levou Jimi a passar a maior parte de sua infância com parentes e vizinhos. Em 1995, depois de uma longa batalha jurídica, a família Hendrix (representada em primeiro lugar por Janie Hendrix, filha de Al em seu segundo casamento) conseguiu conquistar novamente o controle sobre o espólio de Hendrix. O julgamento foi saudado -por este escritor entre vários outros- como um triunfo da justiça. Isso apesar da desconfortável constatação de que a lista dos beneficiários não inclui nenhum dos descendentes vivos de Lucille Hendrix. Nem inclui qualquer dos músicos que tocaram nos discos de Hendrix.
Os restos mortais de Lucille Hendrix, que inspirou tantas canções de seu filho, permanecem num túmulo pobre, a poucos passos de onde o corpo de Hendrix repousou até ser removido recentemente para um novo e esplêndido memorial. O relato de Cross seria, eu suspeito, tão desconfortável para Jimi Hendrix quanto é para o leitor.
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