Por que Axl Rose, do Guns N' Roses, fugia do traíra Dave Mustaine no Rock in Rio 1991
Por Igor Miranda
Postado em 12 de julho de 2021
O Guns N' Roses foi a atração principal de duas noites da segunda edição do festival Rock in Rio, realizada em 1991. A banda do vocalista Axl Rose se apresentou nos dias 20 e 23 de janeiro daquele ano, com Billy Idol, Faith No More, Titãs e Hanoi Hanoi na abertura da primeira data e Judas Priest, Queensryche, Megadeth, Lobão e Sepultura na segunda ocasião.
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Entre todos esses músicos, o único com quem Axl passou algum tempo junto foi Billy Idol. O cantor ainda ficou "fugindo" de Dave Mustaine, líder do Megadeth que era amigo de longa data do guitarrista Slash, parceiro de Rose no Guns N' Roses.
As revelações foram feitas pelo próprio Axl Rose em entrevista a Babu Barat, do tabloide Just Rock, em 1991 (transcrita pelo site Here Today, Gone to Hell). Na ocasião, o vocalista se explicava sobre o caso de St. Louis, quando sua decisão em agredir uma pessoa e abandonar um show na cidade resultou em um tumulto de grandes proporções.
Em meio à conversa sobre o tema, Rose citou exemplos do Rock in Rio 1991 para mostrar o tamanho do Guns N' Roses naquela época e como o vocalista era retratado, em sua opinião, de forma equivocada na imprensa. Isso também ocorreu, segundo ele, no caso de St. Louis - o cantor garante que só tomou aquela atitude porque a equipe de seguranças do local não estava atuando corretamente.
"Quando tocamos no Rock in Rio II, Dave Mustaine tentou me fazer sair com ele o show inteiro. Ele tinha todo tipo de gente chegando em mim e me pedindo para falar com ele. Porém, devido às minhas experiências com Dave Mustaine, sempre que conversava com ele, não importava o quão boa era a conversa ou o quão bem eu achava que as coisas estavam, alguns dias depois ele tentava fazer algum movimento, me apunhalando pelas costas, apenas para ter alguns holofotes na mídia. Era alguém com quem eu não queria estar. A única pessoa com quem eu passei tempo, entre todas as bandas, foi Billy Idol", disse.
Em seguida, ele afirmou que mesmo nessa ocasião do Rock in Rio 1991, em que optou por não conversar com Dave Mustaine, o líder do Megadeth acabou agindo da mesma forma: com declarações ácidas na imprensa.
"Voltamos a Los Angeles e Dave está na rádio falando que não tocaria mais com o Guns N' Roses. Que houve mortes no show. Que o Guns N' Roses não deveria ter tocado na noite em que o Megadeth tocou. E tudo o mais", declarou.
Axl, então, aponta que a iniciativa de realizar uma segunda edição do Rock in Rio só existiu, justamente, por causa do Guns N' Roses. O vocalista ainda destaca que a presença da banda no festival permitiu que os integrantes escolhessem até mesmo os artistas que tocariam nos mesmos dias que eles - como o célebre caso do Faith No More, que, mesmo ainda não sendo tão famoso no Brasil, foi indicado pelo Guns para o line-up.
"O que Dave não percebeu é que o Guns N' Roses foi uma das razões pelas quais houve um Rock in Rio II. As pessoas da emissora de TV (Globo) e que eram os maiores investidores queriam ver o Guns N' Roses. O dono da emissora queria ver o Guns N' Roses. Tínhamos a palavra final com relação a quem iria tocar ou não", disse.
Sobre as mortes que teriam ocorrido no dia em que Guns N' Roses e Megadeth tocaram no festival, Axl comentou: "Uma das mortes foi causada pela polícia atirando no corpo de bombeiros por não permitir a entrada de 20 mil pessoas com ingressos, sendo que permitiram a entrada de 20 mil pessoas sem ingressos e tomaram o dinheiro para eles. Havia 80 barracas de camisetas piratas do Guns N' Roses administradas pelo chefe de polícia. As outras mortes ocorreram durante o show do Megadeth".
A entrevista completa de Axl Rose ao tabloide Just Rock, em 1991, está disponível (em inglês) no site Here Today, Gone to Hell. O site IgorMiranda.com.br apresenta trechos traduzidos para o português em que Axl Rose fala especificamente sobre o tumulto em St. Louis.
Rock In Rio 1991
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