O engano de Malcolm Young ao falar mal de Kurt Cobain, que detestava o AC/DC
Por Bruce William
Postado em 01 de janeiro de 2024
Uma das bandas seminais do Movimento Grunge, o Nirvana estava na linha de ponta da revolução que aconteceu no Rock no início dos anos noventa. Conforme disse Kiko Loureiro durante participação em um podcast: "Quando surge o Nirvana, acaba o virtuosismo na música. A música do Van Halen, do Ozzy com aqueles solos, tudo isso que vêm dos anos oitenta meio que quebra com a vinda do Nirvana"(...)"Estavam os caras tipo muito rockstar, ficou um negócio tipo 'estou num pedestal aqui', aqueles super shows, aqueles vídeos. E de repente corta aquilo, e eu aqui sou igual a você, uso a roupa igual a tua, o tênis igual ao teu, também não sei tocar direito, mas a letra conecta, e a melodia foda".
Outro aspecto muito importante levantado pela Far Out era a relação destas novas bandas com o passado, com Kurt Cobain em especial nutrindo uma forte repulsa pelos estereótipos chauvinistas que predominavam até então. Apesar de muitos grupos adotarem essa tendência de forma irônica, não se levando a sério, o fato é que aquelas demonstrações misóginas despertaram uma reação combativa de Kurt, que desde o começo se propôs a tornar sua arte inclusiva para todos, uma decisão que fez a banda se destacar do resto no início de sua jornada. O vocalista usava suas letras para protestar contra injustiças como agressão sexual e garantia ser uma força positiva em um mundo sombrio.
Com isto, mesmo apesar de adorar a abordagem sonora dos ícones do passado, Kurt via problemas nas suas letras. Um destes casos foi relatado durante entrevista para a revista Forbes por Danny Goldberg, que foi empresário do Nirvana e é autor do livro "A Serviço do Servo: Os Bastidores de Kurt Cobain" (Amazon, onde ele relata que, na opinião de Kurt, muito do rock mainstream dos anos 70 e 80 era inerentemente sexista e homofóbico: "Acho que ele estava dividido, porque Kurt gostava das músicas deles. Ele gostava da sonoridade do Led Zeppelin e do AC/DC, mas as letras não eram algo com que ele se sentisse à vontade, exatamente por esta razão".
Quando Malcolm Young, do AC/DC, revelou que não gostava do Nirvana, de Kurt Cobain
Voltando à Far Out: de acordo com o site, Malcolm Young, do AC/DC, sentia uma hostilidade semelhante em relação ao Nirvana. Em 1992, a banda grunge era o assunto do planeta após o sucesso de seu álbum de sucesso "Nevermind", e Malcolm não foi muito cordial durante uma entrevista com o Metal CD quando questionado sobre sua opinião sobre a banda de Cobain.
Ao ser questionado sobre o que achava do estado do rock contemporâneo, Young revelou que tinha "visto algumas dessas bandas na MTV", fazendo uma pausa e acrescentando depois de um certo tempo: "Bem, minha filha ouve essa banda", que ele revelou ser o Nirvana. E ao ser perguntado se ele era fã, Malcolm negou enfaticamente: "Nãããão. O cantor é um sujeito loiro, meio cheio de pose".
Conforme conclui a Far Out, embora Cobain possa ser acusado de muitas coisas, poser certamente não era uma delas, pois o artista era autêntico até a medula e nunca comprometeu seus princípios para agradar às massas. No entanto, os comentários desdenhosos de Young sobre o Nirvana não surpreendem, pois as duas bandas estavam em extremos opostos do espectro do rock e não tinham muita coisa em comum.
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