Por que "The Unforgiven" tem três partes, segundo James Hetfield
Por Mateus Ribeiro
Postado em 28 de agosto de 2025
Pioneiro do thrash metal, o Metallica abriu mão do estilo em seu quinto trabalho de estúdio, autointitulado e lançado em agosto de 1991. Conhecido como "Black Album", o registro marcou uma mudança radical no som da banda: a velocidade e a complexidade dos lançamentos anteriores deram lugar a composições mais diretas e melodias envolventes.
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A aposta se mostrou certeira. O disco emplacou sucessos que se tornaram clássicos atemporais, como a épica "The Unforgiven". Carregada de peso, emoção e intensidade, a canção revelou o lado sensível de James Hetfield, guitarrista e vocalista do grupo.
Em "The Unforgiven", Hetfield entrega uma performance marcante, explorando toda a força de sua voz. De acordo com entrevista do produtor Bob Rock ao site Music Radar, o vocalista buscou inspiração em Chris Isaak, intérprete de "Wicked Game", para gravar a faixa.

"James estava muito fascinado pela música ‘Wicked Game’, de Chris Isaak. Ele adorava o jeito como o vocal soava intenso e acolhedor. Naquele momento, James queria cantar de fato. Depois de muitos anos gritando, ele sentia a necessidade de explorar novos caminhos vocais."
"The Unforgiven" ganhou duas continuações. A segunda parte apareceu em "Reload" (1997) e a terceira em "Death Magnetic" (2008). Apesar de bem construídas e emocionantes, nenhuma alcançou o impacto da versão original — ao menos na visão deste que vos escreve.
Mas por que Hetfield decidiu estender a história da música? Em última análise, a resposta mais simples seria: ele é o autor de "The Unforgiven" e líder da banda, logo, pode seguir sua intuição artística e fazer o que bem entender. Ainda assim, existe uma explicação mais profunda.

Durante entrevista ao jornal norte-americano The Village Voice, Hetfield foi questionado sobre a trilogia. Ele explicou: "Talvez a história não estivesse encerrada, talvez eu ainda não me sentisse perdoado ou não conseguisse perdoar. Para mim, é uma canção muito pessoal, que gira em torno do perdão — do mundo, de si mesmo e de tudo aquilo contra o que se carrega algum ressentimento. A melodia nunca saiu da minha cabeça, sempre foi muito forte para mim, e as letras continuavam surgindo naturalmente."
E uma quarta parte, será possível? O próprio Hetfield respondeu: "Após ‘The Unforgiven III’, considero que encerramos esse ciclo. Hoje sinto que consigo perdoar, me perdoar e seguir em frente".

Na playlist abaixo, é possível conferir as três partes de "The Unforgiven". Aumente o volume e aproveite!

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