11 revelações de "Last Rites", biografia póstuma de Ozzy Osbourne
Por João Renato Alves
Postado em 08 de outubro de 2025
A Classic Rock e a Metal Hammer tiveram acesso a "Last Rites", livro póstumo de Ozzy Osbourne que ganhou lançamento oficial nesta terça-feira, 7 de outubro. Onze momentos foram escolhidos para dar uma prévia aos leitores. Eis as revelações do Madman.
Algumas das drogas do Black Sabbath vinham de Pablo Escobar
O Black Sabbath gravou o Vol. 4 em Los Angeles em 1972, e Ozzy descreve as sessões como "nosso período mais chapado". Um exemplo: parte da droga da banda vinha do notório chefão do tráfico colombiano Pablo Escobar, que aparentemente levava seu produto para os Estados Unidos "por meio de algum agente da alfândega corrupto de Los Angeles". O Sabbath estava tão chapado que, em determinado momento, ouviu sirenes da polícia tocando do lado de fora e se convenceu de que se tratava de uma operação antidrogas. Acontece que Ozzy simplesmente apertou um botão de alarme no estúdio por engano.
Ozzy Osbourne - Mais Novidades


Certa vez, Ozzy voltou mais cedo de férias porque estava convencido de que John Bonham cheiraria sua cocaína
Ozzy tenta compreender sua morte ao longo de "Last Rites", e isso o leva a relembrar velhos amigos que morreram jovens. Um dos músicos sobre os quais ele mais escreve é o falecido baterista do Led Zeppelin, John Bonham, que faleceu em 1980, aos 32 anos. Em algum momento dos anos 70, antes de Ozzy tirar férias com sua primeira esposa e os filhos, o Príncipe das Trevas deixou um lote de cocaína de primeira qualidade na casa de Bonham para o baterista guardar. Daquele momento em diante, Ozzy ficou paranoico de que Bonham cheirasse seu estoque, a ponto de voltar mais cedo da viagem só para dar uma olhada. Quando chegou à casa de Bonham, não havia faltado um grama. "John, meu velho amigo, se você está lendo isso aí em cima, me desculpe por ter duvidado de você", escreve ele.

Ozzy se tornou "Ozzy" no dia em que se casou com Sharon
As pessoas chamam John Osbourne de "Ozzy" desde os tempos de escola, mas, no início de sua carreira, ele considerava os nomes como representativos de dois lados diferentes de si mesmo. Em casa – para sua primeira esposa, mãe e pai – ele era John, enquanto Ozzy era o selvagem do Black Sabbath gritando "Vamos enlouquecer!" noite após noite. Ele escreve que o dia em que se casou com Sharon, sua esposa de 43 anos e empresária por ainda mais tempo, foi quando ele se tornou "Ozzy" por completo. Sharon nunca chamou o marido pelo nome de batismo. "Eu gosto de você como Ozzy", explicou ela quando ele perguntou o porquê.
Apenas duas pessoas conseguiam superar Ozzy em festas, e uma delas era um lutador profissional de 2,23m
A reputação de Ozzy como um festeiro durão perdurou por décadas, e, segundo todos os relatos, ele fez jus às lendas. Em "Last Rites", o cantor confessa que apenas duas pessoas o superaram em festas. O primeiro nome, menos surpreendente, é o do líder do Motörhead, Lemmy Kilmister, também famoso por seu consumo excessivo de álcool e drogas. O outro? André The Giant. O lutador profissional e estrela de "A Princesa Prometida" tinha 2,23 m de altura e pesava mais de 226 kg, e seu metabolismo era igualmente impressionante. Segundo Ozzy, "o cara bebia jarras inteiras de vodca com cranberry – e enquanto ficava sentado ali, esperando a produção, ele virava um engradado de seis cervejas".

Lemmy escreveu três rascunhos de "Mama I'm Coming Home" (e leu um livro inteiro) em apenas algumas horas
Lemmy escreveu letras para quatro músicas do álbum "No More Tears", de Ozzy, de 1991, entre as mais duradouras estão as de "Mama I'm Coming Home". Ozzy tinha a música, mas precisava da letra, então levou a faixa para o líder do Motörhead, junto com um livro sobre um líder militar alemão de presente. Lemmy disse a Ozzy para voltar em duas horas; quando ele voltou em "quatro ou cinco", o vocalista/baixista perguntou onde ele tinha estado e lhe entregou a letra finalizada. Ele então revelou que tinha "duas outras versões" de prontidão, caso necessário, e que o livro que Ozzy lhe deu era "uma porcaria".

O Rei da Inglaterra certa vez enviou uma garrafa de uísque escocês ao Príncipe das Trevas
Ozzy escreve que encontrou o Rei Charles III "várias vezes", a ponto de o Rei da Inglaterra e o Príncipe das Trevas desenvolverem uma relação improvável: "Toda vez que o vejo, damos boas risadas". Eles se tornaram tão próximos que, depois que Ozzy caiu de um quadriciclo e sofreu ferimentos graves em 2003, o então futuro governante lhe enviou uma garrafa de uísque escocês. Ozzy admite: "O único problema foi que Sharon confiscou a garrafa antes que eu pudesse colocá-la em minhas mãos".
Ozzy não queria que o baterista do Rage Against The Machine estivesse no último álbum do Black Sabbath
A formação original do Black Sabbath se reuniu em 2011, mas suas fileiras rapidamente diminuíram novamente quando Bill Ward saiu devido a uma disputa contratual. Quando chegou a hora de a banda lançar seu álbum de retorno, "13", de 2013, Ozzy esperava trazer o baterista de sua banda solo, Tommy Clufetos, para o estúdio. Embora os membros restantes do Sabbath tenham tocado o material com Clufetos antes da gravação, o produtor Rick Rubin insistiu em um baterista diferente, e Brad Wilk, do Rage Against The Machine, acabou ficando com o lugar. Ozzy admite: "Nunca me senti confortável com essa decisão. Todos estavam bem com o Tommy até o Rick entrar e ter outras ideias, então fiquei meio chateado com isso por um tempo."

A primeira cirurgia na coluna de Ozzy só piorou tudo
Os problemas de saúde de Ozzy na terceira idade são o cerne do novo livro. Eles começaram quando o cantor contraiu uma infecção estafilocócica em dois dedos no final de 2018. Em fevereiro do ano seguinte, as coisas pioraram ainda mais quando ele tentou se jogar na cama, mas caiu no chão do quarto e quebrou o pescoço. Seu primeiro cirurgião, a quem Ozzy se refere apenas como "Dr. Sem Meias", operou rapidamente, mas estava entusiasmado demais, colocando vários parafusos e placas de metal na coluna de Ozzy que, mais tarde, se descobriu não serem necessários. A dor resultante era agonizante, debilitante e duradoura. Ozzy escreve: "Cheguei aqui com dor no pescoço... e estou saindo aleijado."

Ozzy estava trabalhando em outro álbum solo quando morreu
O capítulo final de "Last Rites" foi escrito no breve intervalo entre o show de aposentadoria de Ozzy, "Back To The Beginning", em 5 de julho, e sua morte em 22 de julho. É mencionado apenas em uma única frase, mas o cantor confirma que tinha mais músicas solo em andamento antes de falecer. "Embora eu não vá me apresentar novamente, já tenho uma ideia para um novo álbum", diz ele.
Ozzy sabia que tinha um problema cardíaco possivelmente fatal antes de morrer de ataque cardíaco
Durante o capítulo final, e em um dos trechos mais arrepiantes de "Last Rites", Ozzy reconhece que tem problemas cardíacos, chamando-os de um de seus problemas de saúde potencialmente "de vida ou morte". O cantor contraiu sepse após sua última cirurgia na coluna em 2023; a infecção o deixou com arritmia e uma válvula cardíaca "80% bloqueada". Devido aos anticoagulantes que tomava para tratar o Parkinson, os médicos disseram que reparar cirurgicamente a válvula "seria muito perigoso". Pouco depois de o capítulo ser escrito, Ozzy morreu de ataque cardíaco, aos 76 anos.

No Brasil, "Last Rites" será lançado em 31 de janeiro de 2026 – com o título adaptado para "O Último Ritual: As Memórias Finais de Ozzy Osbourne". A pré-venda já acontece em lojas online especializadas.
Morte de Ozzy Osbourne
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps