O álbum do Rush que Geddy Lee acha que resistiu ao tempo: "Fiquei impressionado"
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de outubro de 2025
Depois de anos equilibrando o rock progressivo com a busca por um som mais acessível, o Rush encontrou o ponto perfeito entre virtuosismo e apelo popular. O resultado foi "Moving Pictures", disco que definiu uma era inteira do rock.
Os momentos que antecederam o álbum foram de transição. "Permanent Waves" (1980) já havia sinalizado uma mudança e "Moving Pictures" levou a fórmula ao auge, mantendo o DNA do Rush intacto, mas com uma clareza e um senso de equilíbrio que soaram universais.
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"O som ainda era essencialmente Rush", escreveu a jornalista Kelly Scanlon, que resgatou as entrevistas em matéria na Far Out. "Canções como 'Limelight' e 'Tom Sawyer' ganharam vida própria, mas até as mais ambiciosas, como 'The Camera Eye', mostravam tudo o que havia de especial na banda - a precisão da guitarra de Alex Lifeson, o baixo intrincado de Geddy Lee e o domínio rítmico de Neil Peart."
Mas transformar toda essa complexidade em um show ao vivo não era tarefa fácil. "Traduzir um disco para o palco é uma das coisas mais difíceis - e também uma das mais subestimadas", observou Scanlon. "O público só percebe quando dá errado, quando algo que soa perfeito no estúdio não tem o mesmo impacto no estádio."

Para Geddy Lee, o grande exemplo disso era justamente "The Camera Eye". A faixa era amada pelos fãs, mas, segundo o baixista, nunca soava tão bem ao vivo quanto no disco. "Ela não funcionava tão bem no palco", admitiu. "Era uma música tecnicamente difícil e quebrava o fluxo do show."
Ainda assim, a história deu uma volta completa quando, em 2010, o Rush decidiu tocar Moving Pictures na íntegra durante a Time Machine Tour. Foi nesse momento que Lee percebeu a força atemporal do disco.
"Aquilo foi um dos grandes destaques da turnê pra mim", contou o músico em entrevista à revista Bass Player (via Cygnus), em 2012. "Adorei tocar o álbum inteiro; fiquei impressionado com o quanto ele ainda soava coeso depois de tantos anos. O material resistiu ao tempo. Tocamos várias dessas músicas ao longo da carreira, então nada foi realmente difícil. As linhas de baixo voltaram naturalmente."

Alex Lifeson resumiu isso de forma divertida em entrevista à Louder: "Se você pensar bem, Moving Pictures é o filhote doce e feliz de Permanent Waves! Aprendemos muito sobre como compor e como trabalhar juntos para alcançar nossos objetivos. Foi o disco que provou que poderíamos fazer algo ambicioso sem querer nos matar no processo."
Mais de 40 anos depois, Moving Pictures continua sendo o álbum que melhor representa o espírito do Rush - ousado, preciso e, acima de tudo, atemporal. Ou, como disse o próprio Geddy Lee: "Fiquei impressionado com o quanto ainda flui depois de todos esses anos."

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