Soundgarden: a banda está de volta, mas sem culhões
Resenha - King Animal - Soundgarden
Por Igor Z. Martins
Postado em 20 de novembro de 2012
O Soundgarden voltou. A minha banda favorita da era grunge está de volta. E eles lançaram um disco, neste ano, chamado "King Animal", você sabia? Não sei como anda a agenda da banda, não sei se haverá turnê, não sei se eles estarão no Brasil. Tudo que eu sei é que há um novo disco. Então, vamos falar desse novo álbum.
Nunca espere ouvir desse trabalho o que você ouviu de "Louder Than Love" (1989) ou "Badmotorfinger" (1991). Não vou falar do "Superunknown" (1994), porque, ainda que seja um disco aclamado por fã e crítica, flerta demais com a MTV e o mundo pop, pra mim. O fato, aqui, é que "King Animal" só vale no que diz respeito a podermos dizer "o Soundgarden voltou, realmente". Mas não é a mesma banda de antes, nem a mesma pegada. No decorrer do álbum, há, apenas, espasmos do que o Soundgarden foi um dia. No restante, é sem culhões, sem pegada.
Chris Cornell é um dos meus vocalistas favoritos, mas eu corto os braços se ele conseguir cantar adequadamente o material do novo álbum ao vivo. Mesmo nos anos 90, ele forçava a barra em estúdio e tinha uma dificuldade flagrante para reproduzir ao vivo o que gravara. É só vasculhar por "Slaves & Bulldozers" ao vivo, no Youtube, e comprovar. Uma das linhas vocais mais animais da história do rock moderno é arruinada ao vivo, porque Cornell forçou demais a barra em estúdio. Cantar no estúdio é fácil. Você pode tentar 50 mil vezes até acertar, e há equipamentos e computadores que nivelam teu tom, o volume, etc. Assim, eu canto em estúdio rouco e gripado e poderá haver um bom trabalho. Ao vivo, seria uma catástrofe.
Sobre a cena grunge, a única banda daquela época que mostrou um trabalho coeso hoje em dia foi o Alice In Chains, com "Black Gives Way To Blue" (2009). O Pearl Jam foi um fracasso, em minha opinião, com "Backspacer" (2009). A cagada começa já na capa. E a sonoridade do álbum declara que o disco é o pior da carreira da banda e, possivelmente, um dos cinco piores discos feitos por bandas grunge na história. Já que estou falando no Pearl Jam, gostaria de dizer que o Eddie Vedder se tornou um frouxo politicamente correto em todos os sentidos. O Pearl Jam virou "banda de rock ingênuo". É como o Helloween é para a cena do metal: só letras bobocas, sem pegada, sem bolas, sem gás, sem energia. Mas, tudo bem... Agrada às menininhas de 16 anos e isso é lucrativo, ok? Vamos tentar entender, então.
Voltando ao Soundgarden... Para corroborar meu argumento de que a banda já não tem a mesma pegada de antes e está de joelhos no altar da pop music, basta ouvir "A Thousand Days Before", quarta faixa do novo disco. A música é tão piegas e flagrantemente pop que serviria direitinho como trilha sonora para um filme do estilo "O Segredo de Brokeback Mountain". A faixa seguinte, "Blood On The Valley Floor", é tão sonífera, forçada, chata, que dá vontade de parar de ouvir o álbum para não ter os ouvidos e a mente molestados outra vez.
"Bones of Birds" só atesta o argumento anterior. Outra vez temos o Chris Cornell "rezando" e cantando dentro de uma garrafa, ao invés de mostrar aquele potencial que tínhamos em "Outshined", por exemplo.
Mas, ok... Vamos dar um tempo aos caras... Foram anos e anos de hiato e é como andar de bicicleta: na primeira tentativa depois de vários anos, você pode cair. Então, quem sabe, no próximo (se houver um), eles podem acertar a mão. Toda a pieguice e bom-mocismo do Chris Cornell e sua carreira solo caíram como um raio na atmosfera de "King Animal". Alguém já ouviu os trabalhos solos do Chris? Fiquem longe! São um porre. Tipo a "Missa do Galo", mesmo, e você fica tentando entender como alguém como ele pode ter se vendido tanto e se tornado tão marica, musicalmente falando. Sem ousadia, sem veia, sem pegada. Só uma tentativa de quebrar corações e estar na MTV, da mesma forma que é "King Animal".
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