Resenha - Endless Wire - Who
Por Fábio Cavalcanti
Postado em 14 de janeiro de 2007
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Há cerca de 25 anos atrás, o The Who lançava seu último álbum de estúdio, "It's Hard", fechando uma ótima e marcante discografia, e conseguindo um bom espaço na história do rock ao lado de grandes bandas como Beatles e Rolling Stones. Nos anos que se passaram, a banda realizou vários shows, e ainda teve que superar a morte do baixista John Entwistle em 2002. E finalmente, depois de muita espera, o guitarrista Pete Townshend e o vocalista Roger Daltrey anunciaram que lançariam um novo álbum intitulado "Endless Wire". Mas fica a questão: será que este pode ser considerado mesmo um álbum do The Who?

O The Who sempre esteve entre as bandas em que todos os integrantes tinham um grande talento e destaque. Com isso, as mortes do baterista Keith Moon e do baixista John Entwistle foram devastadora para muita gente. Se juntarmos a isso toda a expectativa acumulada em torno do novo álbum, o resultado geral das avaliações após as primeiras audições de "Endless Wire" pode não ser das melhores. E como o álbum é extenso e não tem uma identidade realmente definida, é normal que as pessoas tenham dificuldade em "digeri-lo" com facilidade.
Logo de cara, na faixa de abertura "Fragments", pode-se ouvir um teclado que parece um auto-plágio do clássico "Baba O'Riley", seguido de um ritmo que alterna marcações com batidas agitadas. Como o próprio título indica, temos "fragmentos" da sonoridade clássica do The Who. Já a segunda faixa, a acústica "A Man In A Purple Dress", mostra um The Who sincero, como realmente é atualmente: uma dupla.
Dentro do esquema "voz e violão", temos também "In The Ether" (que traz uma voz extremamente grave e com personalidade própria), "Two Thousand Years", "God Speaks, of Marty Robbins" e a curta e bela "You Stand By Me". Por mais entediante que esse tipo de música possa se tornar, é agradável saber que a dupla respeitou os postos de Moon e Entwistle a ponto de não dar tanto destaque à banda de apoio contratada para a gravação. Então, o álbum acaba soando mesmo como um The Who que traz apenas dois membros originais, e isso é digno de respeito.
Mas o setor rock 'n' roll também marca presença em "Endless Wire", dividindo espaço com as baladas, como uma "montanha russa". A terceira faixa do álbum, "Mike Post Theme" mostra que o The Who "rocker" não morreu. A faixa "Black Widow's Eyes" lembra algo do álbum "Who's Next", e "It's Not Enough" lembra algo dos últimos álbuns da banda.
Vale ressaltar que o álbum é dividido em duas partes: uma básica e uma mini-ópera intitulada "Wire & Glass" (a qual é iniciada com o rock acelerado "Sound Round"). Tal mini-ópera foi baseada na obra "The Boy Who Heard Music" de Pete Townshend, que conta uma história sobre a ascensão e a queda de uma banda formada por três adolescentes de diferentes grupos étnicos, e um rock star idoso que os observa de um hospício. Interessante como a mini-ópera acaba soando mais direta e dinâmica do que a primeira metade do álbum, o que pode levar a mais confusões na hora de avaliar o álbum por completo.
No final das contas, algumas pessoas podem ver "Endless Wire" como um amontoado de "anotações desconexas" de Pete Townshend, ou podem ver como um álbum complexo até demais. Em ambos os casos, o álbum sairá perdendo nas primeiras avaliações. Então a sugestão é ouvi-lo bastante, se acostumar com cada música, e lembrar que o The Who, afinal, sempre foi uma banda que fez questão de compor obras grandiosas e com bastante conteúdo. E "Endless Wire" é totalmente fiel a essa proposta, o que nos leva de volta à pergunta feita no primeiro parágrafo, e a sua óbvia resposta: um belo "Sim".
Músicas:
1. Fragments
2. A Man In A Purple Dress
3. Mike Post Theme
4. In The Ether
5. Black Widow's Eyes
6. Two Thousand Years
7. God Speaks, of Marty Robbins
8. It's Not Enough
9. You Stand By Me
10. Sound Round
11. Pick Up the Peace
12. Unholy Trinity
13. Trilby's Piano
14. Endless Wire
15. Fragments Of Fragments
16. We Got A Hit
17. They Make My Dream Come True
18. Mirror Door
19. Tea & Theatre
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
O disco de hip-hop que fez a cabeça dos irmãos Cavalera nos anos 80
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
A música do Kiss que Ace Frehley adora e foi tocada em raríssimos shows da banda
John Frusciante: "Anthony Kiedis não sabe nada de música"
Regis Tadeu revela músicas favoritas do Raul Seixas, e por tabela também o álbum favorito

A banda mais insana ao vivo para Jack Black, pois os caras alopravam no palco
Eddie Vedder aponta o guitarrista clássico que está no nível de Jimmy Page e Pete Townshend
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O curioso motivo de por que The Who quebrava instrumentos, segundo Peter Townshend
Em cerimônia com o Príncipe de Gales, Roger Daltrey é condecorado Cavaleiro Celibatário
A melhor banda ao vivo que Joey Ramone viu na vida; "explodiu minha cabeça"



