Os dois solos que Pete Townshend considera os mais marcantes da própria carreira
Por Bruce William
Postado em 14 de julho de 2025
Pete Townshend nunca teve a pretensão de se colocar no pódio dos grandes guitarristas solo. Para ele, compor uma música sempre valeu mais do que impressionar pela técnica ou pela velocidade. Ainda assim, alguns momentos o surpreenderam, a ponto de ele mesmo apontar dois solos como seus favoritos.
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Em uma entrevista publicada em abril de 1980 pelo Sound International, Townshend não hesitou quando perguntaram se havia alguma gravação onde sentisse que realmente acertou em cheio. A primeira lembrança veio rápido: "O meu solo favorito é o de 'My Baby Gives It Away'", disse, se referindo à faixa lançada em 1977 no álbum "Rough Mix", gravado ao lado de Ronnie Lane, do Faces.
O outro solo que guarda com carinho veio do mesmo período. "Também gosto do que fiz no 'Rough Mix', em 'Hard To Hang On To', porque foi algo meio fora da curva.". Isso mostra que Townshend sempre gostou de trabalhar em formatos alternativos, fora da dinâmica tradicional do The Who, e foi nessas parcerias paralelas que, segundo ele, conseguiu se libertar para experimentar de forma mais espontânea.

Apesar dessas exceções, a guitarra solo nunca foi seu foco principal. Durante a mesma entrevista, ele admitiu que demorou a se interessar por tocar solos, algo que só aconteceu após ver Jimi Hendrix em ação. "Até então, eu simplesmente não me interessava em tocar notas soltas. Parecia loucura tentar competir com caras como Beck, Clapton ou Jimmy Page."
Ele ainda lembrou que via nomes como Page e Blackmore se destacarem já muito cedo. "O Page era um ano mais velho do que eu e já estava em uma banda profissional aos 16, ganhando 30 libras por semana, enquanto eu ainda estava na escola." Já Blackmore, segundo ele, fazia parte de uma daquelas bandas de rock instrumental que impressionavam só pela técnica.

Mesmo assim, Townshend nunca buscou a mesma trilha desses guitarristas, pois seu interesse era outro: usar a guitarra como parte da música, não como peça de exibição. "Eu jamais quis entrar em uma batalha de guitarras com gente desse calibre. Porque, pra mim, a alegria de me expressar em uma canção sempre foi - e sempre será - maior do que a de fazer um solo."
O curioso é que, quando resolveu soltar a mão, acabou deixando solos que ele próprio considera entre os momentos mais especiais de sua carreira. E não foi no palco do The Who, mas sim em projetos paralelos, onde, segundo ele, o peso da expectativa dava lugar à liberdade de tocar apenas pelo prazer de experimentar.

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