Judas Priest mostrou grande resiliência para serem as estrelas da edição de 30 anos do Monsters
Resenha - Judas Priest (Monsters of Rock, São Paulo, 19/04/2025)
Por Diego Camara
Postado em 24 de abril de 2025
Quem viu os shows da banda em 2022, com uma excelente participação realizada no Knotfest, não ficou nada surpreso com o que foi entregue na edição de 30 anos do Monsters: o Judas Priest continua a mesma coisa. A banda mostrou um show consistente, um som firme e muita qualidade para garantir a alegria do público, bom o bastante para criar uma debandada de fãs no seu final, que já tinham visto tudo o que queriam no festival - esvaziando a apresentação do Scorpions.

Rob Halford e companhia enganaram o público logo no início da apresentação. Com quase 20 minutos adiantado, as luzes se apagaram e começou a tocar "War Pigs" do Black Sabbath. Após isso, sem a introdução comum da turnê, o show da banda já começou, pegando grande parte do público de surpresa. Não foram poucas as pessoas correndo pelo anel coberto do Allianz para chegar até a pista para ver a apresentação de "Panic Attack", do novo disco do Priest.


Perder o início do show pode ser frustrante, mas não afetou o público, que recebeu a banda de braços abertos e cantou muito com "You’ve Got Another Thing Comin’". O som do palco mais uma vez esteve ótimo, com os instrumentos soando em ótimo nível e com qualidade impressionante. A música foi coroada com um ótimo solo de guitarra de Richie Faulkner.

Logo depois, em sequência veio "Rapid Fire" e "Breaking the Law", que ganhou o público de vez. Halford cantou alto demais, atingindo todas as notas, e o público acompanhou ele nos vocais com muita vontade e batendo cabeça durante toda a música. "Riding on the Wind" manteve o ânimo do público lá em cima, e os elementos visuais do palco construíram muito bem o cenário do show.


A chuva não deixou os fãs do Judas em paz, e apertou bastante no meio da apresentação. O solo de guitarra de "Sinner" fez o público colocar as capas de chuva, enquanto muitos se molhavam e batiam cabeça ao som da belíssima introdução de guitarra. "Turbo Lover" meio logo em seguida, e o ritmo do show não caiu com a chuva: o público cantou bastante e a banda fez aqui uma das melhores apresentações da noite.


Halford agradeceu o público pela presença e por acompanhar a banda a tanto tempo, falando um pouco sobre o novo álbum da banda antes de lançar mão de "Invincible Shield". O show ganhou requintes de esplendor um pouco mais à frente, quando Scott Travis fica sozinho no palco e chama a todos para "Painkiller", sem dúvidas sempre a mais esperada pelos fãs do Priest. A bateria na intro foi um estrondo e o público cantou muito com Halford durante toda a música, um show à parte.


Para o bis, a banda volta ao som da introdução "The Hellion", com um dos melhores combos do heavy metal que já puxa "Electric Eye". Alguns dos fãs foram pegos de surpresa, mas o Judas recebeu o tratamento do show completo no Monsters. A performance aqui é extremamente heavy metal, direta e sem firulas, a banda entrega um som consistente, potente e visceral.


Na sequência, vem Halford e sua Harley-Davidson para apresentar "Hell Bent for Leather", diretamente do "Killing Machine". A viagem no tempo para a marca registrada da banda e um público afinado que cantou muito durante toda a apresentação. "Living After Midnight" veio para fechar, e é impossível imaginar um show com Priest sem essa música, uma marca do fim de festa convidando todos a irem embora.


Muita gente parece ter lido literalmente o som, e deixaram o Allianz Parque após o final da apresentação. Sobrou muita gente para ver o Scorpions, mas era obvio para quem andava nas pistas e olhava na arquibancada que realmente uma quantidade razoável do público - uns 10%, pelo menos - deixou o local logo após o Judas. Foi a atração principal, na verdade?
Judas Priest setlist:
Intro: War Pigs (música do Black Sabbath)
Panic Attack
You've Got Another Thing Comin'
Rapid Fire
Breaking the Law
Riding on the Wind
Love Bites
Devil's Child
Crown of Horns
Sinner
Turbo Lover
Invincible Shield
Victim of Changes
The Green Manalishi (With the Two Prong Crown) (cover do Fleetwood Mac)
Painkiller
Bis
Intro: The Hellion
Electric Eye
Hell Bent for Leather
Living After Midnight
Outro: Owner of a Lonely Heart (música do Yes)

















Monsters Of Rock Brasil 2025
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