Da velha geração do Heavy Metal, o Judas Priest é a melhor atualmente
Resenha - Judas Priest e Queensryche (Vibra, São Paulo, 20/04/2025)
Por Diego Camara
Postado em 22 de abril de 2025
Logo após o sucesso do Monsters of Rock, o Judas Priest se uniu ao Queensryche para uma noite mais que especial do Vibra São Paulo. Em um show menor em lugar fechado - sempre muito melhor que qualquer open air - os colossal deus do heavy metal Rob Halford e sua trupe de sobreviventes se uniram (ao que sobrou) do Queensryche para uma apresentação mais que memorável. Vejam abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
Cinco minutos antes do esperado, o Queensryche começou seu ritual abrindo com o som de "The Mob Rules", do Black Sabbath. A banda logo encaixou "Queen of the Reich". A qualidade do palco do Vibra São Paulo, mais uma vez, se sobressaiu. O público ainda era pequeno para o tamanho da casa, e o som acabou ficando alto demais para a apresentação.


O público curtiu bastante a apresentação, apesar que uma grande parte do público não tenha visto nenhuma apresentação anterior do Queensryche. "Operation: Mindcrime" veio logo em seguida, com seu refrão que chamou o público a cantar junto e uma excelente performance do vocalista Todd La Torre, que mostrou grande desenvoltura durante toda o espetáculo.


"I Don’t Believe in Love" foi um dos grandes destaques do show, marcado pelo trabalho incrível nas guitarras da dupla Wilton e Stone, fechado por um solo lindíssimo. O público cantou muito o refrão, fácil de decorar e reproduzir, e La Torre puxou o público junto com ele.

No geral, o ritmo aplicado pela banda foi muito similar ao show realizado no dia anterior no palco do Monsters of Rock, com variações ínfimas na setlist, como as entradas de "Breaking the Silence" e "The Lady Wore Black", nada que encantasse o público presente.


"The Needle Lies" foi um grande destaque do espetáculo. Esta música tem de tudo: começa com uma pegada muito firme na bateria, um refrão fácil de decorar e guitarras épicas. "Take Hold of the Flame" vem logo em seguida, fazendo um grande dueto, que fez o público cantar junto e se emocionar com o excelente trabalho da banda.


Apesar de tudo, é impossível dizer que o Queensryche ganhou mesmo o apreço do público presente. A apresentação foi no geral morna, e eu diria que posso classificar a banda como "inimigos da felicidade". Aparentemente eles não gostam dos seus fãs e se recusaram, tanto nesta apresentação quanto no Monsters of Rock, de realmente chamar a atenção do público com suas melhores músicas.

Qual o motivo do Queensryche se recusar a tocar "Silent Lucidity", "Jet City Woman" ou pelo menos mais algum outro bom sucesso do álbum "Empire"? A banda parece ter desperdiçado mais uma chance de fazer a diferença nos palcos brasileiros. Não é como se eles estivessem nadando em fãs para negligenciar algumas das suas melhores composições.

Queensryche setlist:
Intro: The Mob Rules (música do Black Sabbath)
Queen of the Reich
Operation: Mindcrime
Walk in the Shadows
Breaking the Silence
I Don't Believe in Love
Warning
The Lady Wore Black
The Needle Lies
Take Hold of the Flame
Empire
Screaming in Digital
Eyes of a Stranger

O Judas Priest tem tanta pressa que não pode ver um horário de show e quer começar antes. Foi assim no Monsters, e foi assim também na apresentação do Vibra. A banda abriu o show com "Panic Attack", que impressionou muito o público presente, já em grande número, que encheu a pista. O formato escolhido para a apresentação causou confusão na entrada do show, já que muitas pessoas haviam comprado cadeiras - enquanto o formato da casa era o de pista única.


A qualidade do palco aqui ficou muito superior ao do show anterior. O som não estourou como em alguns momentos da apresentação do Queensryche, e mais baixo, os instrumentos ficaram mais audíveis. O Judas também soube ganhar o público rapidamente, com um setlist que já joga no início "You’ve Got Another Thing Comin’", que fez os fãs dividirem os vocais com Halford e gritarem o nome da banda no final.


"Rapid Fire" é um convite para o metal frenético, puxado pela excelência das baquetas de Scott Travis. Encaixada com ela, "Breaking the Law" foi o último prego que a banda precisava para deixar todo o público fascinado: uma das melhores da noite, com os fãs cantando muito e Halford mostrando mais uma vez que está ainda em excelente forma no auge dos seus 73 anos de idade.


A voz de Halford encontrou o melhor na música seguinte, "Riding on the Wind", que fez mais uma vez o público cantar junto em toda sua extensão. Após a sequência de meio de show, que teve como novidade "Saints in Hell" - deixada de fora do setlist da apresentação do Monsters of Rock - a banda abre a parte final do show com "Turbo Lover", uma das favoritas do público: a música começa lenta, crescendo até o grande refrão, quando explode na cantoria e no bate cabeça dos fãs, uma performance memorável.


Antes de "Invincible Shield", Halford sentou na lateral do palco e fez um pequeno monólogo, refletindo sobre a carreira do Judas Priest e o carinho do público. Foi nomeando os nomes dos álbuns da banda - com destaque para a gritaria dos fãs com o favorito "Painkiller", até terminar no novo disco, obviamente deixando de fora "Jugulator" e "Demolition", que contaram com os vocais de Tim "Ripper" Owens.


A boa e velha interação e brincadeira com o público animou os fãs antes da apresentação clássica e já esperada de "The Green Manalishi", do Fleetwood Mac. "Painkiller" devolveu o ânimo do público, com Scott Travis ficando sozinho no palco e chamando o público para escolher a próxima música. A performance aqui é estrondosa, potente, nada menos do que épica. Halford mais uma vez mostra grande alcance vocal, deixando os fãs boquiabertos.


A sequência final é de um grande refinamento. O público ficou louco com "Electric Eye, cantando muito junto com Halford, e não podia faltar a entrada de Halford com sua Harley Davidson para a apresentação de "Hell Bent for Leather", uma marca registrada da banda. O "British Steel" fecha mais uma vez o show, com a boa e velha "Living After Midnight", que é a escolha perfeita para o fim do show digno da carreira do Priest.


Mais uma vez é impossível não enfatizar o quanto a banda está realmente em grande nível. Apesar de todos os percalços, dos problemas de saúde que afligiram Rob Halford, Richard Faulkner e o guitarrista (agora aposentado) Glenn Tipton, o Judas é sem dúvidas a banda da velha guarda que está tocando melhor atualmente. Os fãs tem que continuar aproveitando muito isso.

Judas Priest setlist:
Intro: War Pigs (música do Black Sabbath) / Clarionissa (Tour Intro)
Panic Attack
You've Got Another Thing Comin'
Rapid Fire
Breaking the Law
Riding on the Wind
Love Bites
Devil's Child
Saints in Hell
Crown of Horns
Sinner
Turbo Lover
Invincible Shield
Victim of Changes
The Green Manalishi (With the Two Prong Crown) (cover do Fleetwood Mac)
Painkiller
Encore
Intro: The Hellion
Electric Eye
Hell Bent for Leather
Living After Midnight
Outro: We Are the Champions (música do Queen)

Judas Priest:
























Queensryche:












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