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Resenha: O melhor show do Metallica em Porto Alegre

Resenha - Metallica (Estacionamento da Fiergs, Porto Alegre - RS, 05/05/2022)

Por Dan Cristoff
Postado em 08 de maio de 2022

Você olha para a setlist do show. Você olha para o laser e para a pirotecnia. Você olha para James Hetfield. Ele mira a plateia no horizonte. O frontman do Metallica quer estar ali – mais do que nunca. Talvez tenha sido um reflexo dos dois anos de pandemia, mas a banda esbanjou carinho e simpatia com o público, desmanchando um pouco a barreira que separa o artista profissional e a plateia.
O show começou com "It's a Long Way to the Top (If You Wanna Rock 'n' Roll)", clássico do AC DC, tal qual em Santiago e Buenos Aires. Na sequência, "The Ecstasy of Gold", trilha sonora do imortal Ennio Morricone, com Eli Wallach correndo pelo cemitério de Sad Hill. Os momentos constroem a aura do que viria a seguir.

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"Whiplash" surge logo que a imagem das covas de Sad Hill sai do foco. O Metallica está no palco mandando o seu metal nu e cru do primeiro álbum ("Kill’em all"). Aliás, aprendi a gostar (e muito) deste álbum, durante a pandemia. As canções agiram por mim cada vez que precisei dissipar energia ou trabalhar as forças internas.

"Ride the Lightning", do álbum homônimo de 84, foi a segunda música executada e fez permanecer em mim o mesmo sentimento da canção anterior: Meus heróis haviam enfrentado os seus monstros e estavam no palco a minha frente, esbanjando vitalidade.

A terceira música foi uma surpresa, se comparada a setlist apresentado em Buenos Aires (e isso foi ótimo, já que para mim demonstra um Metallica que não está acomodado, alternando o seu repertório, de Show para Show). Estou falando de "Harvester of Sorrow", do "And Justice for All".

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Mas foi a quarta música da noite que me enfiou acordes no melão que permaneceram vivos no dia seguinte. "Seek & Destroy" é uma canção com a assinatura do Metallica.

Para o deleite headbanger true, a banda apresentou na sequência "No Remorse", outra pérola do disco de estreia da banda. Aqui também uma alteração de rumo, pois no Show em terras portenhas "Holier Than Thou", do "Black Album", tinha sido a quinta música a ser apresentada. Palmas para o Metallica.

Nos primeiros dezessete segundos da sexta canção, barulhos de artilharia pesada, helicópteros, explosões e gritos se mesclam as imagens de soldados no front, até que a melodia das guitarras de James e Kirk Hammett entram devagar. Logo depois, tudo acelera, ditado pela batida da bateria de Lars Ulrich. Trata-se do clássico "One", baseada no livro "Johnny Vai à Guerra", onde o protagonista, um soldado ferido, fica desprovido de braços e pernas, além de perder a fala. Mas ele escuta. Ele sente dor. Ele quer gritar sobre todo o seu sofrimento. "One" faz isso por ele (e por nós metaleiros).

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Na sequência, "Sad But True", do "Black Album", a canção particular da minha família, às onze e meia de sábado, preparando o almoço (muito obrigado por isso, mãe!).

"Moth Into Flame", do décimo álbum de estúdio da banda, "Hardwired...to Self-Destruct", foi a oitava música. Uma canção que me levou direto para a entrada flamejante do bar "Titty Twister", no filme "Um Drink no Inferno", onde somente motoqueiros podiam entrar.

Assim que a banda termina a execução de "Moth Into Flame", deixando a plateia no escuro por alguns segundos, uma imagem de um corvo preto começa a ganhar o telão. É então que avança do nada o som do que parece ser uma buzina de caminhão prolongada. Assim que ela passa, o dedilhado da guitarra de Hetfield anuncia uma das canções mais importantes da minha vida: "The Unforgiven", do "Black Album". Um arrepio sobe pelo meu corpo, ganha os meus braços, atinge a minha cervical. Lembranças de um moleque cantando aqueles versos no quarto sozinho se personificam no meu eu, hoje na plateia, apenas para lembrar o quanto essa música é poderosa.

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Já rumando para a parte do final do Show (no tempo regulamentar) e qual não foi a minha felicidade ao escutar o barulho dos sinos. Os sinos de Hemingway, anunciando ao protagonista do seu livro: só existe você e o detonador entre os fascistas e o povoado. Então, dê uma olhada para o céu, amigo, pode ser a última vez que você irá fazer isso. Era "For Whom The Bell Tolls" tocando, com o baixo de Robert Trujillo em perfeita força, homenageando o legado deixado por Cliff Burton.

A banda não esperou muito e logo Hetfield bradou no microfone "Give me fuel, give me fire. Give me that which I desire, ooh!" do album "Reload". Estamos na década de 90 (o quintal onde me criei) e, torçam a cara, ou não, preciso dizer que tenho um certo carinho pelo "Load" e pelo "Reload" e fico muito grato pelo Metallica ter mantido "Fuel" nos shows.

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"Fuel" é outro momento em que as apresentações de Porto Alegre e Buenos Aires diferiram, já que a décima canção tocada na Capital Argentina foi "Creeping Death" (que eu adoraria ter visto ao vivo).

Porém, não posso dizer que tive qualquer pingo de decepção, já que o Metallica reservou dois grandes sons para a parte final do Show. Estou falando de "Welcome Home (Sanitarium)" e "Master Of Puppets", ambas do álbum de mesmo nome da última canção, lançado em 1986. Na verdade, "Master Of Puppets", com sua imagem em computação gráfica de covas e cruzes no cemitério, aparecendo no telão, é simplesmente a canção mais tocada nas apresentações ao vivo da banda.

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Hetfield, soberano, sorrindo, ergueu o pedestal onde repousava o microfone, com a mão direita, segurando o braço da sua guitarra com a esquerda. Para mim, essa poderia ter sido "a imagem do show". Poderia...

Para o Bis, o Metallica retornou com "Blackned", em Buenos Aires havia sido "Spit out The Bone", uma substituição tranquila.

Mas foi com "Nothing Else Matters", a canção lírica da banda, onde Hetfield se apoderou de um violão que brilhava um marrom country, que "a imagem do show" grudou para sempre na minha mente.

"Enter Sandman", sua irmã de "Black Album", foi o deleite final para todos aqueles fãs que fazem parte da "família Metallica" e estavam ali, após dois anos isolados em suas casas - algo que o frontman da banda fez questão de agradecer ao público, levando a mão ao lugar do peito onde repousa o seu coração.

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Fui às três apresentações do Metallica na Capital, e não tenho a menor sombra de dúvida, este foi o melhor show do Metallica em Porto Alegre.

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