Slash: resenha e galeria de fotos do show em Porto Alegre
Resenha - Slash (Pepsi on Stage, Porto Alegre, 09/11/2012)
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 13 de novembro de 2012
Com os ingressos esgotados com dois dias de antecedência, o show de SLASH pode ser apontado como um dos eventos mais esperados do ano no circuito rock n’ roll de Porto Alegre. A cidade, que havia assistido a banda de Axl Rose em 2010 e o grupo de Duff McKagan em 2011, estava ansiosa para conferir, pela primeira vez, a alma do GUNS N’ ROSES em cima do palco. Os dois discos solo extremamente bem recebidos do guitarrista – assim como a presença mais do que qualificada do vocalista Myles Kennedy – eram o indicativo de que a noite seria realmente sensacional. O público que lotou o Pepsi on Stage não se arrependeu de encarar o calor extenuante de 35 ºC para assistir uma lenda do rock n’ roll ao vivo.
Fotos por Liny Oliveira
A fila em frente do Pepsi on Stage foi formada desde cedo e pontualmente às 19h30 todo mundo já estava dentro da casa para assistir a primeira banda de abertura. Com o recente álbum "O Peso que Corrói" nas costas, o trio Cristiano Wortmann (vocal e guitarra), André Lacet (baixo) e Daniel Toledo (bateria) executou trinta minutos de um hard rock bastante potente e com letras em português. O conjunto gaúcho fez um show interessantíssimo e promissor, ao contrário da banda PORN QUEEN, que se apresentou na sequência. Os brasileiros Lucas Ferraz (vocal e guitarra) e Fred Barreto (guitarra) – radicados no longínquo Luxemburgo – pouco impressionaram os presentes, mesmo com um hard rock recheado com boas ideias. O cover "Man in the Box" (ALICE IN THE CHAINS) foi o único momento à parte do espetáculo de também trinta minutos.

O calor era tanto que o público não se importou com o início do show quinze minutos antes do horário previsto. Myles Kennedy (vocal), Frank Sidoris (guitarra), Todd Kerns (baixo) e Brent Fitz (bateria) podem ser considerados coadjuvantes de luxo – por fazer inveja até mesmo a Axl Rose e ao seu GUNS N’ ROSES atual. O espetáculo abriu com "Halo", uma das músicas mais impactantes de "Apocalyptic Love" (2012), o recente álbum solo do heroi norte-americano das seis cordas. Com o intuito de destruir o Pepsi on Stage com uma sequência matadora já no início, o grupo liderado por SLASH emendou Nightrain (do GUNS N’ ROSES) e "Ghost", um dos hinos do seu primeiro registro solo. A plateia entrou em uma espécie de transe coletiva, que é difícil de ser descrita somente com palavras. O envolvimento entre o público e a banda era incrível e representava muitíssimo bem o carinho que todos nutrem por SLASH. Para muitos, o cara é mais do que um herói. Ele é um deus da guitarra – que alia destreza técnica e sentimento como poucos.

O quinteto liderado por SLASH precisou de poucos minutos para evidenciar toda a sua competência em cima do palco. Myles Kennedy é sem dúvidas um dos melhores cantores da atualidade. A sua voz possui versatilidade na medida certa para ir dos clássicos do GUNS N’ ROSES – sem fazer feio – ao que há de mais intenso em "Apocalyptic Love" (2012). Na sequência do show, "Standing in the Sun" e "Back From Cali" traduziram muitíssimo bem tudo isso. O trabalho de SLASH dispensava comentários enquanto que a banda segurava as pontas de maneira brilhante. Embora pouco conhecida pelos presentes, "Been There Lately", do projeto SLASH’S SNAKEPIT, manteve o bom pique do espetáculo antes de uma dobradinha do GUNS N’ ROSES, que colocou novamente a plateia em catarse coletiva. As faixas "Civil War" e "Rocket Queen" foram interpretadas de maneira excepcional por Myles Kennedy e revelaram um vigor técnico por parte de todos os outros músicos. O solo estendido (e cansativo) de "Rocket Queen" foi o único ponto que ficou a desejar. O grupo bem que poderia ter optado por retirar a longa parte instrumental para incluir outra faixa no repertório – seja "Bad Rain" ou "Welcome to the Jungle" – que injustamente ficaram de fora do set-list.

O destaque dado ao disco "Apocalyptic Love" (2012) era evidente e adequado. Para a surpresa de muitos, até mesmo a faixa bônus "Crazy Life" foi incluída no repertório, que ainda contou com "Not For Me" do mesmo álbum. Com o baixista Todd Kerns de vocalista, a banda de SLASH deu continuidade ao show com "Doctor Alibi" – originalmente cantada por Lemmy Kilmister (MOTORHEAD) em "Slash" (2010) – e com outra faixa do GUNS N’ ROSES. "You’re Crazy" se tornou ainda mais punk com Todd Kerns e por pouco não se afastou em definitivo daquilo que SLASH gravou com a sua ex-banda em "Appetite for Destruction" (1987). Em seguida, Myles Kennedy reassumiu o posto de frontman em "Hard & Fast", que pouco impressionou os presentes. Embora "Apocalyptic Love" (2012) seja um ótimo disco, o público almeja assistir um show que trilhe também por um caminho diferente, sobretudo vinculado ao passado do guitarrista. SLASH parecia ter consciência disso ao executar logo após um competente solo de guitarra, para o delírio de muitos.

Na sequência, a parte instrumental permaneceu falando mais alto. A performance capitaneada por SLASH e Myles Kennedy em "Anastasia" foi sensacional e um dos momentos mais incríveis da noite. O guitarrista ainda tirou da cartola a nova "You’re a Lie", antes de fechar a primeira parte do espetáculo com uma dobradinha que contemplou clássicos das suas duas ex-bandas. De um lado, "Sweet Child O’ Mine", uma das músicas mais aguardadas pelo público. De outro, "Slither", que relembrou o bom trabalho do meteórico VELVET REVOLVER. Na volta para o bis, "Starlight" e a imprescindível "Paradise City" fecharam o show. Embora muita coisa importante da carreira de SLASH tenha ficado de fora para dar luz e brilho ao seu recente material, foi impossível deixar o Pepsi on Stage insatisfeito com apresentação. Não há dúvidas de que a dupla SLASH e Myles Kennedy é responsável por um dos melhores shows que passaram pelo Brasil em 2012.
Set-list:
01. Halo
02. Nightrain (Guns n’ Roses)
03. Ghost
04. Standing in the Sun
05. Back From Cali
06. Been There Lately (Slash’s Snakepit)
07. Civil War (Guns n’ Roses)
08. Rocket Queen (Guns n’ Roses)
09. Crazy Life
10. Not For Me
11. Doctor Alibi
12. You’re Crazy (Guns n’ Roses)
13. Hard & Fast
14. Anastasia
15. You’re a Lie
16. Sweet Child O’ Mine (Guns n’ Roses)
17. Slither (Velvet Revolver)
18. Starlight
19. Paradise City (Guns n’ Roses)







































Outras resenhas de Slash (Pepsi on Stage, Porto Alegre, 09/11/2012)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
A melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, segundo Geddy Lee
Guns N' Roses fará 9 shows no Brasil em 2026; confira datas e locais
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
Kiko Loureiro diz o que o levou a aceitar convite para reunião do Angra no Bangers Open Air
O grupo psicodélico que cativou Plant; "Uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos"
Com mais de 160 shows, Welcome to Rockville anuncia cast para 2026
A melhor banda de rock de todos os tempos, segundo Bono do U2
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Sepultura anuncia último show na Europa
Fernanda Lira agradece ao Sepultura por conquista histórica da Crypta na Europa
Abandonado pela banda em posto de gasolina, músico pede dinheiro para voltar pra casa
Quem é Alírio Netto, o novo vocalista do Angra que substituiu Fabio Lione
A reação de Cazuza após Elza Soares chamar na chincha: "Essa música não era para mim?"
Os guitarristas que impressionam John Petrucci: "Como alguém toca guitarra assim?"
Matanza: do dinheiro ao cansaço, Jimmy London conta por que a banda acabou
O riff do Guns N' Roses que Slash acha bem melhor do que o de "Sweet Child O' Mine"
Slash explica por que tocar o solo "diferente do disco" é uma faca de dois gumes
O guitarrista que, segundo Slash, "ninguém mais chegou perto de igualar"
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
A influência subliminar que Slash admite em seu trabalho; "eu gostava quando criança"
O filme de terror preferido de 11 rockstars para você assistir no Halloween
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
Bret Michaels ficou em dúvida entre Slash ou C.C. DeVille no Poison
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!



