A banda de rock que sem querer tocou para traficante em cima de mesa de ping-pong
Por Gustavo Maiato
Postado em 16 de agosto de 2025
Nos anos 1980, o Inimigos do Rei se destacou no pop-rock brasileiro com hits como "Uma Barata Chamada Kafka", "Adelaide" e "Mamãe Viajandona". Mas por trás das músicas de humor inteligente e arranjos bem cuidados, a banda também acumulou histórias inusitadas — e uma delas envolve um traficante, um playback e uma mesa de ping-pong como palco.


Em entrevista ao programa Corredor 5, o vocalista Luiz Nicolau contou que a geração da banda fazia muito playback, apresentações curtas para playback de estúdio em clubes e festas. "A gente ganhava uma grana forte numa noite. Fazia cinco playbacks, às vezes até em mesa de ping-pong", lembrou.
O esquema, segundo Nicolau, era simples: chegar, tocar cinco músicas e ir embora para o próximo clube — sempre após o pagamento antecipado. Foi assim que chegaram a um bairro específico do subúrbio fluminense. O contratante, descrito como "sinistro", os recebeu em um local pequeno e escuro. "Era uma garagem. Daqui a pouco, o cara falou: ‘Vocês são a coisa da barata, né? Já sei o que vocês gostam’", contou.

O susto veio na sequência: o anfitrião apareceu com um revólver, sobre cuja coronha havia uma carreira de pó, oferecendo para a banda. "A gente fumava um baseado, mas pó não era da gente. Recusamos. Aí percebemos que estávamos na festa do traficante da área", disse Nicolau.
Apesar da tensão, o show aconteceu. Mas não havia palco — apenas uma mesa de ping-pong improvisada como estrutura. "Pode subir que não vai cair, não", garantiu o contratante. O som, para completar a cena, vinha de vinil. "Foi surreal", resumiu o vocalista.
Confira a entrevista completa abaixo.


Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps