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Made In Brazil: espetáculo de Rock autêntico na Virada SP

Resenha - Made In Brazil (Virada Cultural São Paulo, 05/05/2012)

Por Luiz Carlos Barata Cichetto
Postado em 07 de maio de 2012

Tinha ficado ausente da Virada Cultural de São Paulo nos últimos dois anos por achar que a programação que me interessava estava fraca e repetitiva. Mas neste ano, com a novidade do Palco Baratos Afins sob a batuta de um dos maiores incentivadores do Rock no Brasil Luis Carlos Calanca, a coisa melhorou muito. No Palco Rock, agora sob o nome de Palco São João ficaram digamos, os medalhões, as bandas de maior expressão e as internacionais.

Ali se apresentariam Iron Butterfly, Mutantes, Titãs, Black Oak Arkansas e outros. E no da Baratos Afins, as bandas proeminentes do que poderíamos chamar de Novo Rock Brasil, como Baranga, Cracker Blues, Carro Bomba, Tomada e outras tantas de qualidade excepcional mas que até agora, acredito que nenhuma delas, com espaço na Virada Cultural.

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Construímos um roteiro possível às pernas e braços e pegamos um trem na periferia da Zona Leste onde e fomos em direção ao centro de São Paulo. Nesse roteiro, acabamos deixando de lado o Baranga em detrimento do Made In Brazil que tocaria no mesmo horário, naquelas escolhas difíceis, mas necessárias. Chegamos uns minutos antes do inicio da apresentação do Made, que seria o principio da maratona da Virada, numa Avenida São João, quase esquina com a Ipiranga nem tão cheia, com o público ainda chegando e que em poucas horas transformaria o centro da maior cidade da América Latina num gigantesco festival de arte e cultura a céu aberto.

A programação do Made In Brazil seria a apresentação do disco "Jack o Estripador" que no lançamento tivera nos vocais o grande mestre da voz do Rock Brasil Percy Weiss, também um dos responsáveis por esse Palco. Na primeira parte, a banda apresentou um repertório variado, com Oswaldo Vecchione nos vocais e mostrou uma banda que apesar de ter entre seus membros músicos com inúmeros anos de estrada, como o guitarrista Celso Vecchione e o fantástico Johnny Boy que fazia sua primeira apresentação com a banda, tem uma energia que apenas aos roqueiros de coração e mente conseguem ter.

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Comemorando, segundo informação do próprio Oswaldo, 45 anos de estrada de Rock'n'Roll, o Made In Brazil tem em sua atual formação um trio de metais capitaneado por Otavio Bangla, além de duas belíssimas coristas, aliás outra marca da banda, outro guitarrista que infelizmente agora foge o nome, e Ricky, filho de Oswaldo na bateria e sempre apresenta, independente do local ou publico presentes, um show sempre muito bem produzido e ensaiado aos detalhes. Nesta apresentação, além dos músicos da atual formação, as presenças de Johnny Boy nos teclados, Percy Weiss no vocal e Franklin Paolilo, que já foi baterista do próprio Made, do Joelho de Porco e tocou com Rita Lee, entre outros, além da participação também do grande guitarrista Tony Babalu que durante muito tempo fez parte da formação oficial.

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Há bastante tempo não assistia uma apresentação do Made In Brazil. Entre o público, de diversas faixas etárias, a presença de velhos conhecidos das estradas do Rock. E no palco o que presenciamos foi um autentico espetáculo de Rock'n'Roll da mais alta qualidade, sem nada a dever a qualquer banda ou artista internacional. Durante mais de uma hora e meia, o Made apresentou musicas das diversas fases e discos e na segunda, dedicada ao mote do espetáculo, o disco Jack o Estripador, uma série de temas que, segundo informou o próprio Percy, nunca tinha sido tocados ao vivo.

Infelizmente não carreguei nada para anotações, então não lembro e portanto não irei chutar o "set list" apresentado. Mas tenho a certeza de que as músicas tocadas agradaram em cheio a platéia que cantou junto muitas delas, especialmente as mais conhecidas, como a própria "Jack o Estripador", "Quando a Primavera Chegar" e a música que encerrou, já com o palco às escuras, "Minha Vida é Rock'n'Roll".

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Ao final faltaram, em função do tempo determinado, algumas musicas do disco e uma anunciada "jam", com as presenças dos músicos que fizeram participações especiais. Foi "apenas" pouco mais de 90 minutos de show, mas poderia ter sido estendido pela madrugada inteira, tal a disposição dos músicos e da platéia.

Em resumo, foi um dos melhores "shows" de Rock que estive nos últimos anos e mesmo depois de ter comparecido a outros, como Cracker Blues e Carro Bomba no Palco Baratos Afins e ter retornado ali para o show dos "icônicos", como bem definiu Percy Weiss transformado em mestre de cerimônias, do Iron Butterfly, ficou marcado na minha mente. E sou obrigado, neste caso, a ser um tanto piegas e acabar este texto com um chavão: que o Made In Brazil tenha mais 45 anos de carreira e nos traga sempre espetáculos de Rock tão autênticos e tão profissionais quanto este apresentado na Virada Cultural de São Paulo 2012.

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Sobre Luiz Carlos Barata Cichetto

Sou Barata, nascido Luiz Carlos, no dia do Anti-Natal, do ano da Graça do nascimento de Madonna, Michael Jackson, Bruce Dickinson, Cazuza e Tim Burton. Sou poeta, escritor, produtor e apresentador de Webradio, produtor de eventos e procuro pagar as contas trabalhando com criação de sites. Crescí escutando Beatles, Black Sabbath, Pink Floyd e Led Zeppelin. Participei da geração mimeógrafo nos anos 1970, mas quando chegaram os filhos, deixei de ser poeta e fui tentar ser homem, o que no entender de Bukowiski é bem mais difícil. Escrevo poemas desde que comecei a criar pêlos.... nas mãos. Trabalhei como office-boy, bancário, projetista de brinquedos e analista de qualidade. No final do século XX, acordei certo dia de sonhos intranquilos e, transformado em um ser kafkiano, criei um projeto cultural na Internet nos moldes dos antigos panfletos mimeográficos. Mesmo antes de meu processo de metamorfose, nunca deixei de cometer poemas, contos e crônicas. E embora tenha passado dos três dígitos o numero de textos escritos, nunca ganhei um prêmio literário. Fui apaixonado por Varda de Perdidos no Espaço, Janis Joplin, Grace Slick e Sonja Kristina; casei quatro vezes e tenho dois filhos, Raul e Ian. Atualmente sou também editor, costureiro e colador de livros, num projeto de editora artesanal.
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