Marduk: ataque brutal e blasfêmico em São Paulo
Resenha - Marduk (Hangar 110, São Paulo, 16/04/2010)
Por Thiago Fuganti
Postado em 01 de maio de 2010
Ataque brutal e blasfêmico. Essa frase define um show do MARDUK da melhor forma possível. Em sua quarta passagem pelo Brasil, os Suecos reafirmaram que são uma das principais bandas de Black Metal em atividade no mundo, e completam esse ano 20 anos de estrada sem nunca ter feito concessões com relação ao seu som ou atitude. Mérito para poucos.
O show foi no tradicional Hangar 110, no centro da capital paulista, e contou com as bandas INCINERAD, QUEIRON, UNEARTHLY e AD HOMINEN, além do MARDUK.
Infelizmente cheguei ao Hangar após às 20h00 e perdi o show da banda INCINERAD. Oriundos de Indaiatuba - SP, eles tem sua música calcada em um brutal e tradicional Death Metal, e pelos comentários, fizeram um bom show, porém para poucas pessoas.
A segunda banda da noite foi o QUEIRON, que atualmente divulga seu último pertardo, "The Shepherd of Tophet". Infelizmente foi um show curto, menos de meia hora, mas bastou pra mostrar ao ainda pequeno publico um potente Death/Black Metal, com muito ênfase em melodias de guitarra e contando com ótima presença de palco de todos os músicos.
Em seguida foi a vez do do UNEARTHLY apresentar seu Death/Black Metal aos bangers paulistas. Os cariocas encontram-se em turnê de suporte ao aclamado "Age of Chaos", lançado no ano passado. A exemplo da banda anterior, também fizeram um show curto, com apenas 4 músicas, sendo que uma foi um cover para Orgy of Flyes, do grande SARCÓFAGO. E olha que era pra ser só três músicas, mas após o cover, o vocalista Eregion agradeceu por "liberarem" mais uma e anuncia "Revelations of the Holy Lies", do último disco.
Vindo da França, e tocando pela primeira vez em terras Brasileiras, o AD HOMINEM subiu ao palco do Hangar 110 e instaurou o caos no local. Tocando um Black Metal calcado nos anos 90, o quarteto impôs um ritmo próprio aos presentes, com uma ótima presença de palco e visual agressivo. Executaram músicas do seu último CD, "Dictator - A Monument of Glory", entre outras, fazendo um apanhado geral da carreira em quase uma hora de show. Foi um set longo se comparado às bandas anteriores, e conseguiram agradar a todos - ou quase todos, porque um idiota jogou três latinhas vazias seguidas no baterista, mas felizmente isso passou quase que despercebido.
Hora de esperar pelo Marduk, Enquanto os Suecos se preparavam, um som fúnebre era tocado nos PA's, dando uma idéia do que viria a seguir. E quase meia hora depois, Morgan Steinmeyer Håkansson, Magnus "Devo" Andersson, Lars Broddesson e o vocalista Daniel "Mortuus" Rosten adentraram o palco do Hangar 110, detonando logo de cara a "With Satan And Victorious Weapons", do ótimo "World Funeral", último disco que contou com o saudoso vocalista Erik "Legion". Mas posso garantir que Mortuus está dando conta do recado muito bem, e digo mais, até melhor que seu antecessor em termos de potência vocal. Sim, os que gostam de Legion podem me xingar, mas assisti ao Marduk em 2003 ainda com ele nos vocais, e por isso mesmo minha preferência vai pro Mortuus.
Do clássico "Those of the Unlight" veio "On Darkened Wings" e sua famosa parada de baixo no inicio e fim da música. "Into Utter Madness" Foi a primeira do novo disco, "Wormwood", sendo seguida pela "Blooddawn", do famigerado "Panzer Divison Marduk", um dos mais extremos discos de Black Metal lançados até hoje.
O público reagiu como esperado em um show do MARDUK; com violência! Uma brutal roda de mosh foi aberta e persitiu até o final da apresentação. A banda por sua vez, não ficou atrás e correspondeu com uma insana presença de palco, com destaque para Morgan e Mortuus.
A pesada e meio Death Metal "Still Fucking Dead" representou o primeiro disco, "Dark Endlles", de 1992. "Beyond The Grace Of God" (rapidíssima) e a cadenciada "Materialized in Stone" foram as próximas.
Mortuus anuncia mais uma do novo disco, que foi "Phosphorous Redeemer". A ríspida "Asrael" e a arrastada e fúnebre "The Levelling Dust" deram continuidade.
O que torna interessante e nem um pouco cansativo assistir a um show do MARDUK - além é claro da presença de palco dos músicos -, é essa preocupação que a banda tem em dosar músicas extremamentes rápidas com outras cadenciadas.
Sons de sirene e ataque áereo tomam conta do Hangar, era a deixa para uma das músicas mais esperadas da noite, "Baptism By Fire". do já citado "Panzer Division Marduk". A seguinte, "To Redirect Perdition" trouxe novamente aquele climão arrastado, com destaque para a interpretação de Mortuus. Foi a terceira e última música do "Wormwood".
"Steel Inferno" procedeu uma das músicas que mais empolgaram na noite, a clássica "Wolves". Após mais de uma hora de show - algo raro em se tratando de Black Metal - a banda sai do palco, voltando pouco tempo depois para tocar a única música do biz, "Throne Of Rats".
O MARDUK proporcionou a todos um um show matador, do inicio ao fim. É claro que faltaram alguns clássicos, mas com uma discografia de 11 álbuns de estúdio, é normal que faltem músicas que achamos indispensáveis.
Quer saber como é um show de Black Metal de verdade? Assista ao MARDUK.
Set List:
With Satan And Victorious Weapons
On Darkened Wings
Into Utter Madness
Blooddawn
Still Fucking Dead
Beyond The Grace Of God
Materialized in Stone
Phosphorous Redeemer
Azrael
The Levelling Dust
Baptism By Fire
To Redirect Perdition
Steel Inferno
Wolves
Encore:
Throne Of Rats
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