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Vince Neil: mesmo com 894 fãs, show reviveu década do glam

Resenha - Vince Neil (Carioca Club, São Paulo, 27/02/2010)

Por Adriana Farias
Fonte: PlayTV
Postado em 01 de março de 2010

Mesmo apostando num set list só com clássicos do MÖTLEY CRÜE e com um time de peso composto por Dana Strum (baixo/SLAUGHTER), Jeff Blando (guitarra/ex-SLAUGHTER) e Zoltan Chaney (bateria), Vince Neil mostrou na noite de ontem, 27, no Carioca Clube, em São Paulo, que sozinho não é o MÖTLEY CRÜE. Mas isso não foi problema!

Com capacidade para 1.500 pessoas, a apresentação solo de Vince Neil reuniu 894 fãs e durou apenas uma hora com um set list de 12 músicas, sendo 3 covers. O argumento para um show tão rápido era que o Carioca Clube – tradicional casa de eventos de axé-music e forró – traria, após o show de Vince Neil, uma apresentação do grupo de pagode Katinguelê. Mas, como se podia prever, um show curto já estava na agenda do músico. A última apresentação no Chile (24), em Santiago, no Teatro Caupolicán, também durou uma hora com um set list semelhante de 12 faixas com 3 covers.

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Apesar da curta duração do show, Vince Neil, com uns quilinhos a mais e uma barriga avantajada, estava ávido para cantar todos os ícones do MÖTLEY CRÜE. Para aquecer o público, clássicos do hard rock oitentista – ALICE COOPER, WHITESNAKE, GUNS N’ ROSES – era tocado em alto som. Foi no finalzinho de "For Those About To Rock (We Salute You)" do AC/DC que Vince Neil & companhia entraram no palco detonando com "Live Wire", do estreante "Too Fast For Love" (1981).

No auge da carreira e do glam rock, o MÖTLEY CRÜE reunia públicos de 50 a 300 mil fãs, contava com uma mega produção e palcos gigantescos. Mas isso não parecia, nem de longe, inibir o vocalista, que cantava num palco simples para 894 presentes.

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Mas foi com a delirante "Dr. Feelgood" que o público conseguiu se sentir num show do MÖTLEY CRÜE tamanha a habilidade de palco e de voz de Vince Neil, que agradecia pela primeira passagem no Brasil.

Após "Piece Of Your Action", "Looks That Kill" do arrebatador "Shout At The Devil" (1983) entra em cena com o público fervendo no refrão "She's got the looks that kill! That Kill". Os fãs podem ter sentido falta de Nikk Sixx, principal compositor da banda, mas o baixista Dana Strum, às vezes, parecia chamar mais atenção do que o próprio Vince Neil tamanha era a empolgação em palco.

Para acalmar os ânimos, o vocalista recebe do roadie um violão elétrico e emenda a balada calibrada "Don’t Go Away Mad (Just Go Away)" para, em seguida, despejar o hit "Same Ol' Situation (S.O.S.)", ambas escritas por Nikk Sixx.

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Na seqüência, Vince Neil sai do palco para o guitarrista Jeff Blando assumir os vocais nos covers de "Whole Lotta Love" (LED ZEPPELIN) e Heaven and Hell (BLACK SABBATH). Vince volta ao palco para cantar "Rock and Roll", também do LED ZEPELLIN, e emendar outro hit de ouro "Kickstart My Heart", composto por Nikk Sixx inspirado nos seus momentos com as drogas.

O single tão aguardado da noite estava a caminho. "Coloquem as mãos para o alto. Fechem o punho. Agora acelerem!" Essa era a instrução de Vince Neil para dar início a explosiva "Girls, Girls, Girls", que é introduzida pelo ronco do motor de uma moto. Esse hit sintetiza não só o auge do MÖTLEY CRÜE, como também toda a geração do hard/glam rock – com maquiagem pesada, roupa extravagante, botas altas, muita bebida, além de stripers e groupies com quem até fugiam. Muitos fãs presentes no show ostentavam essa cara glam dos anos 80.

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Para fechar a noite a escolhida foi "Wild Side", outro hit de Nikk Sixx. Os comentários em volta eram unanimes, não só para o vocalista, mas para o baterista-malabarista Zoltan Chaney, que fazia rodopios e equilibrava a baqueta com uma das mãos.

Vince Neil agradeceu o público pela noite e se despediu rapidamente junto com Dana Strum, Jeff Blando e Zoltan Chaney. Passado dez minutos do término do show, os fãs permaneciam em frente ao palco na expectativa do bis com "Shout At The Devil", "Smokin’ In The Boys Room", "Home Sweet Home" ou "She Goes Down". Dois fãs, um deles bem bêbado, tentaram, em vão, invadir o palco e outros arremessaram garrafas e copos plásticos.

Mesmo sem esses hits, Vince Neil provou que esta com fôlego total para continuar na estrada, ganhando mulheres, muito dinheiro e vivendo como um rock star. Mas as ocupações do músico não se reduzem a isso, ele ainda é dono de uma marca de tequila, dois bares, duas lojas de tatuagem, uma empresa de aviação com quatro aviões e tem diversas casas espalhadas pelos Estados Unidos. Essas foram as conquistas de um MÖTLEY CRÜE que já vendeu mais de 50 milhões de discos!

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Confira o set list:

- "Live Wire" (Too Fast For Love / 1981)
- "Dr. Feelgood" (Dr. Feelgood / 1989)
- "Piece Of Your Action" (Too Fast For Love / 1981)
- "Looks That Kill" (Shout At The Devil / 1983)
- "Don’t Go Away Mad (Just Go Away)" (Dr. Feelgood / 1989)
- "Same Ol' Situation (S.O.S.)" (Dr. Feelgood / 1989)
- "Whole Lotta Love" (LED ZEPPELIN)
- "Heaven and Hell" (BLACK SABBATH)
- "Rock n' Roll" (LED ZEPPELIN)
- "Kickstart My Heart" (Dr. Feelgood / 1989)
- "Girls, Girls, Girls" (Girls, Girls Girls / 1987)
- "Wild Side" (Girls, Girls Girls / 1987)

Para mais informações acessem o site da emissora PlayTV (www.playtv.com.br)

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Sobre Adriana Farias

Nascida em São Paulo, Adriana Farias é jornalista pela PUC-SP e autora do livro-reportagem ¨London Calling - histórias de brasileiros em Londres¨. A jornalista já foi produtora na RedeTV! e repórter da emissora PlayTV na área cultural, locais em que coleciona entrevistas importantes com grandes nomes do heavy/rock nacional e internacional, como Joey DeMaio (Manowar), David Bryan (Bon Jovi), Crashdïet, Kings of Leon, The Dickies, Kid Vinil, Angra, Sepultura entre outros. Com apenas 16 anos a autora deu início a sua colaboração ao Whiplash!, entre suas reportagens mais importantes constam os textos analisando a grande imprensa no quesito heavy/rock e a cobertura de mega shows no Brasil e na Europa. Atualmente, a jornalista tem uma dupla jornada como editora de texto na TV Cultura e repórter na Folha de S.Paulo.
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