Far Out escolhe 10 músicas de rock tão ruins que acabaram ficando boas boas
Por Bruce William
Postado em 17 de dezembro de 2025
Chamar uma música famosa de "ruim" sempre dá briga, a ponto da Far Out partir dessa premissa ao montar uma lista com faixas que, mesmo cheias de problemas, ainda prendem a atenção e acabam voltando pra playlist "só pela curiosidade".
A graça, conforme o site, não é decretar uma "verdade definitiva", e sim observar o tipo de canção que vira entretenimento justamente porque tem alguma coisa fora do lugar: uma interpretação esquisita, uma escolha de timbre que envelheceu mal, um arranjo que parece piada interna, ou um conceito que dá aquela vergonha alheia controlada.

O primeiro exemplo deles vem do fim conturbado do Creedence: "Take It Like a Friend", do "Mardi Gras" (youtube). A banda estava em clima de novela e o Stu Cook, assumindo o vocal, tenta chegar perto do vocal rasgado do John Fogerty e, conforme o site, o resultado é constrangedor justamente porque tenta soar como o vocalista "certo" e não como uma alternativa natural. E tem ainda a ironia do texto: a música tenta aliviar tensões internas, mas a história real do grupo foi para o lado oposto.
A lista também puxa duas faixas curtas e "esquisitas" de propósito. Do Soundgarden, eles escolhem "Circle of Power", do "Ultramega OK" (youtube), cantada pelo baixista Hiro Yamamoto e tratada como uma brincadeira punk (eles comparam com uma versão bizarra de Dead Kennedys). O detalhe aqui não é "a banda tocou mal", e sim a interpretação vocal torta, as quebras e a dicção estranha que deixam a coisa quase cômica, com a observação de que, por baixo da zoeira, dava para notar uma banda faminta.
Com o The Who, a Far Out pega um momento específico de Tommy: "Tommy's Holiday Camp" (youtube). Eles chamam de "música de carnaval tirada de um pesadelo" e contextualizam a cena do "acampamento" com o Uncle Ernie, além de jogar o holofote no Keith Moon cantando duas notas no refrão de um jeito que eles consideram "horrível". O ponto, para eles, é que a faixa soa ruim, mas cumpre a função de ser uma vinheta perturbadora dentro da história do álbum.
A parte "anos 90/alternativo" entra com Creed e Pearl Jam, e aqui a Far Out vai direto no que incomoda. Em "With Arms Wide Open" (youtube), eles dizem que o apelo está na voz do Scott Stapp e no excesso de maneirismo, e que o clipe aumenta ainda mais o "efeito queijo" (daqueles que fazem você rir mesmo sem querer). Já "Bugs", do "Vitalogy" (youtube), aparece como um mini-experimento que parece deixar o ouvinte esperando a música começar: acordeão surrado, um acorde só, Eddie Vedder cantando sobre insetos e a faixa insistindo nessa estranheza até o fim.
No lado "piada assumida", eles escolhem "I'm the Man", do Anthrax (youtube), como uma tentativa de rap feita por uma banda de thrash. A Far Out descreve como uma brincadeira com rappers, mas com o charme (para eles) de ouvir "não-cantores" tentando rimar e tropeçando no ritmo, e lembram que essa maluquice acabou abrindo caminho, mais tarde, para a aproximação com o Public Enemy em "Bring the Noise".
A seleção fecha com três casos em que o "ruim-bom" vem de escolhas estéticas muito específicas. Em "Temporary Secretary", do Paul McCartney (youtube), eles destacam a base de sequenciador, o vocal propositalmente estranho e a sensação de que a música joga fora qualquer seriedade quando chega o refrão. Em "Butterfly", do Crazy Town (youtube), o site aponta o contraste entre pose "durona" e romantismo sincero, além de lembrar que a base foi tirada de "Pretty Little Ditty", do Red Hot Chili Peppers (youtube).
Em "Bonehead's Bank Holiday" do Oasis (youtube), eles tratam como cápsula de estúdio/B-side: letra sem compromisso, piada interna, e a história de que o Bonehead deveria cantar, mas chegou bêbado demais para isso. Por fim, o Mötley Crüe entra com "Brandon", do "Generation Swine" (youtube), escolha descrita como um fechamento sentimental que vira involuntariamente engraçado quando o Tommy Lee assume o vocal em uma balada de piano dedicada ao filho - com letras simples demais para o que a música tenta ser.
A lista toda é isso: você pode discordar de metade, achar outra metade injusta, mas dá para entender a ideia do "tão ruim que fica bom" quando a faixa vira uma experiência, não um julgamento técnico.
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