Angra: Independente das apelações, show monstruoso em BH
Resenha - Angra (Lapa Multishow, Belo Horizonte, 21/12/2001)
Por Thiago Sarkis
Postado em 21 de dezembro de 2001
O Angra tinha agendado seu show em Belo Horizonte para o início de Dezembro. O grupo até chegou à capital mineira naquele período, mas teve que voltar, devido a interdição do Lapa Multshow, pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Mais um ledo engano de nossos governantes, que claramente queriam fazer média com o povo após o desastre no Canecão Mineiro. A casa tem segurança, é agradável, e não há muito o que se modificar ali. Até a qualidade do som surpreende. Não chega a ser uma maravilha, mas fica bem acima da média do que temos no Brasil. Em quase nada prejudica as composições, mesmo de bandas com arranjos tão ricos, como foi o caso.
Atitudes a serem tomadas no Lapa se restringem ao mandato de prisão a alguns seguranças, despreparados e desqualificados, que prejudicam quem vai a trabalho e também aqueles que compram ingresso e querem apenas curtir o espetáculo.
Problemas e embromações a parte, os fãs compareceram em peso para acompanhar o novo Angra, com Edu Falaschi, Aquiles Priester e Felipe Andreoli. Desde cedo, várias pessoas, de diversos cantos das Minas Gerais, se aglomeravam na porta, à procura de uma posição mais próxima de seus ídolos. A fila só aumentava, e o resultado superou as mais positivas expectativas. Com certeza um dos recordes de público na história do Lapa, com cerca de mil e quinhentas pessoas presentes.
O Thespian, que já havia aberto para o Stratovarius, estava lá mais uma vez, para segurar a ânsia dos ‘Angra maníacos’. Não fez feio. Set list bem equilibrado, covers escolhidas a dedo, e músicos competentes. O vocalista força demais as vezes, tentando ir além de sua capacidade, mas não chega a ser prejudicial. Vale a pena checar o trabalho dos caras, e pelo menos como banda de abertura, eles se garantem tranqüilamente.
O intervalo entre a apresentação de uma banda e outra foi consideravelmente grande. Rolaram pelo menos seis ou sete músicas do Nevermore e em seguida começou a seção clássica, que parecia não ter fim. A introdutória "In Excelsis" não surgia e esse joguinho foi exaltando os ânimos, até a explosão total com "Nova Era".
"Acid Rain" veio em seqüência, e deixou bem claro o entrosamento já existente entre antigos e novos integrantes. A reação da platéia impressionou, mesmo com o Angra carregando a bagagem de cinqüenta mil cópias vendidas de "Rebirth", só no nosso país. O lançamento é razoavelmente recente e o pessoal já delira com as novas músicas, como se fossem clássicos antigos.
A atuação de Edu Falaschi foi esplêndida. Nas canções do novo álbum, perfeito, não há o que falar. Nas interpretações das composições da fase Matos, impressionante. Falaschi pode até não chegar aos agudos do ex-vocalista da banda, mas supera isso com tranqüilidade e firmeza, mantendo uma regularidade assustadora. Aconteceram alguns mínimos vacilos em "Nothing To Say" e "Time", mas nada de absurdo, apenas escorregões naturais mesmo.
O set list contou ainda com, entre outras, "Millennium Sun", "Heroes Of Sand", "Unholy Wars", "Running Alone", "Angels Cry", "Carry On", "Make Believe" e "Metal Icarus". O triste mesmo é o final. O Angra, com toda a moral que tem e depois de tanto apoio e sucesso, ainda se mostra uma banda de mente pequena, com apelos banais e populistas, fechando o show com "The Number Of The Beast" do Iron Maiden. Empolga o público, é verdade, mas o grupo já tem capacidade de finalizar uma apresentação e incendiar os presentes, com suas próprias músicas, que estão marcando época e influenciando tanta gente. Todo mundo já percebeu isso, só Kiko Loureiro, Rafael Bittencourt & cia que não, e insistem nessa bobagem, que soa tão falsa e apelativa quanto aquelas frases do tipo: "Políticos do Brasil, vão se f*der". Enfim, é uma encheção de lingüiça danada, uma palhaçada desnecessária.
Independente das apelações, o Angra foi monstruoso no palco. Um dos melhores shows de metal na atualidade, realizado por um conjunto de sucesso merecido e que tem tudo para crescer inacreditavelmente mais.
Angra – http://www.angra.net
Cogumelo Records – http://www.cogumelo.com
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa
AC/DC anuncia terceiro show em São Paulo; ingressos estão à venda
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
Guitarrista do Blind Guardian comemora ao receber seu "CPF"
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
Ozzy Osbourne sugeriu gravar último álbum com Zakk Wylde, revela o guitarrista
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
A música do Yes que Mike Portnoy precisou aprender e foi seu maior desafio
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
A clássica do rock que Sammy Hagar chamou de "uma das piores gravações de todos os tempos"
A maior lenda do rock de todos os tempos, segundo Geezer Butler do Black Sabbath


A opinião de Rafael Bittencourt sobre o Whiplash.Net: "Estive lá de várias maneiras"
"Todo mundo está tentando sobreviver": vídeo viral defende Angraverso e cutuca fã saudosista
Por que Angra não chamou Marco Antunes de volta, segundo Rafael Bittencourt
Como político Arthur do Val aprendeu a tocar "Rebirth", do Angra, segundo o próprio
As 10 bandas favoritas do metal brasileiro no Metal Storm
A banda brasileira que está seguindo passos de Angra e Sepultura, segundo produtor
A música sobre melancia e infância que fez Ricardo Confessori voltar ao Angra
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


